sábado, 9 de janeiro de 2021

CARACTERIZAR A INVASÃO DO CAPITÓLIO COMO “GOLPE DE ESTADO” NÃO APONTA CONTRA OS FASCISTAS: SÓ FORTALECE OS REACIONÁRIOS DEMOCRATAS  


Que uma pequena multidão de neofascistas disfarçados de confederados, com o apoio da polícia para entrar facilmente no Capitólio dos Estados Unidos, tire fotos e beba os conhaques de seus ilustres parlamentares não é um fato usual na história dos EUA, mas a caracterização de "golpe" que deram as principais empresas da mídia corporativa e também a esquerda reformista, são um “dardo envenenado” que trará graves consequências para a luta de massas no coração do imperialismo ianque.

Um “golpe” ao estilo de Facebook. Até mesmo a própria publicidade amplamente replicada de que se tratava de “tomar pela força o poder político” da potência mais perigosa da história da humanidade é realmente ridícula e certamente responde a outros interesses. Foram as principais redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter) que fizeram essa avaliação estúpida e a esquerda reformista foram os que mais a replicaram de forma “boba”, mas muito útil aos interesses dos assassinos do Partido Democrata.

Jornalistas reacionários e magnatas das grandes corporações que por alguns minutos se tornaram radicalmente "antifascistas", invocaram com entusiasmo a mesma retórica para descrever o que aconteceu no Capitólio como "terrorismo doméstico" ou "insurreição", isto é, aqueles tipificadores que normalmente também se aplicam contra o movimento de massas.

Um covarde de Trump, que “amarelou” poucas horas depois da encenação da extrema direita. A noção de que Trump "incitou" uma violenta insurreição é ridícula, e não se sustenta com o decorrer dos acontecimentos. Seu discurso na tarde de segunda-feira, que precedeu a marcha para o Capitólio foi outro festival de absurdos politicamente desconexos, exceto que faltou o humor que costumava torná-lo divertido. Trump não deu ordem para seus seguidores invadirem a sede da "sagrada democracia americana". Na verdade, depois de fazer seu discurso, foi para casa tweetar e assistir televisão, como ele mesmo afirmou, isto está muito longe de ser realmente uma preparação para um golpe de Estado!

Trump nunca teve coerência ideológica para organizar um "golpe" contra as instituições republicanas. Flertou eleitoralmente com o fascismo, para ganhar os votos da extrema direita, ao mesmo tempo que tem os pés fincados no regime “liberal democrático” dos EUA. Pouco depois da erupção, ele pediu a seus seguidores que "fossem para casa".  Nenhuma facção do governo federal se juntou à marcha por ordem de Trump, porque ele não se preocupou em emitir nenhuma orientação nesta direção. Se é um fato comprovado que o movimento fascista cresce nos EUA, na mesma simetria da grave crise capitalista do imperialismo ianque, não terá um Donald Trump como novo líder nazista.

Mas será que “devemos armar a democracia”, como afirmam os reformistas domesticados ao capital financeiro? O episódio inteiro nunca teve a mais remota chance de evitar a certificação de Joe Biden, muito menos de derrubar o governo eleito pelo Deep State. Foi apenas mais uma “palhaçada política” da extrema direita eleitoral, e nesse sentido, um final melancólico, um “tiro no próprio pé” adequado para a presidência de um reacionário covarde, como é Trump. O crescimento do fascismo, o proletariado norte-americano deve combater com seus próprios métodos de classe: A ação direta das massas! Defender um alinhamento com a CIA, FBI e o Pentágono, para “salvar a democracia”, merece todo o nojo político dos Marxistas Leninistas.