domingo, 31 de janeiro de 2021

MANIFESTAÇÕES EM APOIO AO LÍDER OPOSITOR ALEKSEI NAVALNY: O CARNICEIRO "DEMOCRATA" BIDEN MOVE SUAS PEÇAS NO TABULEIRO DA POLÍTICA RUSSA PARA DESGASTAR PUTIN


Neste final de semana ocorreram em Moscou e outras grandes cidades da Rússia (São Petersburgo, Vladivostokmanifestações em apoio a Aleksei Navalny, oposicionista russo aliado do imperialismo ianque e europeu. Foram realizadas detenções em uma manifestação não autorizada na Praça Pushkin em Moscou, que reuniu cerca de 4.000 pessoas, segundo o Ministério do Interior. No local também estava presente um grande número de jornalistas estrangeiros. A mulher do opositor, Yulia Navalnaya, também participou de protesto e informou em uma rede social que foi temporariamente detida. Como se observa esses protestos comandados por grupos direitistas no interior da Rússia são apoiados por Biden e a Casa Branca para desgastar Putin. 

Não por acaso, o diretor de uma organização criada pelo opositor russo Aleksei Navalny afirma que Washington tem de sancionar 35 altos responsáveis e empresários russos, incluindo a editora-chefe da agência Rossiya Segodnya e a Sputnik. 

A Fundação Anticorrupção (FBK, sigla em russo), organização criada pelo opositor russo Aleksei Navalny e considerada "agente estrangeiro" pelo Ministério da Justiça da Rússia, pediu em uma carta enviada a Joe Biden, presidente dos EUA, que aplique sanções a 35 cidadãos russos, revelou na sexta-feira (29) o jornal Washington Post.  

Entre as pessoas visadas estão o empresário Roman Abramovich; Andrei Kostin, CEO do banco VTB; Denis Bortnikov, vice-presidente do VTB; Mikhail Murashko, ministro da Saúde; Dmitry Patrushev, ministro da Agricultura, Igor Shuvalov, presidente do banco VEB; o jornalista Vladimir Solovyov e o empresário Alisher Usmanov.

Além disso, a carta enumera 12 pessoas envolvidas na suposta "perseguição de Aleksei Navalny", entre as quais Aleksandr Bastrykin, dirigente do Comitê de Investigação da Rússia, Aleksandr Bortnikov, diretor do FSB, Konstantin Ernst, diretor do canal de televisão Pervy Canal, bem como Margarita Simonyan, editora-chefe da RT e da Sputnik, da qual a Sputnik faz parte, entre outros. 

A lista inclui também cinco pessoas "próximas" ao Kremlin, bem como outras dez que "violam as liberdades", referindo que sete das 35 pessoas já estão sancionadas.

Vladimir Ashurkov, diretor da FBK e autor da carta, que também foi dirigida ao Departamento de Estado e Departamento do Tesouro dos EUA, bem como a Avril Haines, diretora de Inteligência Nacional norte-americana, aponta que a carta foi preparada ainda antes do regresso de Navalny à Rússia. Cinicamente a fundação apela à aplicação de sanções com o objetivo de "frear a corrupção e as violações dos direitos humanos".

Obviamente que o presidente Putin não seria tão estúpido de envenenar Navalny em pleno voo, se quisesse eliminar o oponente seria muito fácil derrubar o avião e depois “comprovar” uma falha técnica. O suposto envenenamento é parte da ofensiva política e militar do imperialismo sobre toda região da antiga URSS. A Rússia hoje é o único país do planeta que tem igualdade de condições bélicas para enfrentar os EUA. 

Nem mesmo a poderosa China, com toda sua capacidade econômica tem tecnologia de engenharia militar tão avançada como a russa. Não por coincidência na Convenção Democrata que nomeou Biden candidato, as principais lideranças partidárias alertaram que a tarefa central de um novo governo nos EUA, seria reequipar a OTAN e “neutralizar” a Rússia. Se o impacto interno da enfermidade de Navalny, é muito pequeno, a repercussão internacional é desproporcional, sendo focada na “tirania assassina” de Putin, também servindo de recado para que a Rússia não se “meta a defender a Bielorussia” em caso de um ataque da OTAN.

Lembremos que em agosto de 2020 as grandes redes de intoxicação midiática garantiram que o líder da oposição reacionária a Putin, o russo Alexei Navalny, havia entrado no hospital após ser envenenado. Alexei foi internado na unidade de terapia intensiva do hospital de Omsk ontem. 

Na época o vice-diretor do hospital, Anatoli Kalinichenko, afirmou que nenhum traço de veneno foi detectado em seu sangue. "Nenhum veneno ou traços de veneno foram encontrados no sangue ou na urina", declarou à imprensa.Navalny, de 44 anos, tem sido um crítico ferrenho do governo Putin, recebendo suporte político e material das potências europeias, como Alemanha e Inglaterra.

O líder da oposição, Alexei Navalny, estava voando de Tomsk para Moscou quando passou mal em 20 de agosto de 2020. O avião foi forçado a fazer um pouso de emergência em Omsk e Navalny foi internado no hospital, colocado em coma natural na UTI.

Uma ONG alemã, a pedido do governo Merkel, alugou um avião para levar Navalny à Berlim. O presidente da ONG, Jaka Bizilj, garantiu que o Berlin Charity Hospital estava pronto para receber o oponente russo. A aeronave, de acordo com o site Flightradar24 citado pela agência Tass, pousou em Omsk. Inicialmente, o chefe do departamento do hospital, Aleksandr Murakhovsky, disse que os médicos consideraram impossível transferir Navalny para o exterior, pois seu estado de saúde não era estável o suficiente. No entanto, depois os médicos autorizaram sua transferência para a Alemanha. Neste domingo ele retornou a Moscou e foi preso. Navalny é um dos líderes da Fundação Anticorrupção (FBK), que está sob investigação criminal por lavagem de dinheiro

Para Estados imperialistas e sua mídia corporativa, existem excepcionalmente alguns casos em que a tal “teoria da conspiração” é muito bem recebida e aceita como verdade, apesar do absurdo completo de suas “teses” sem sentido e objetivo determinado algum de ser pelo menos plausível.

Este parece ser o caso do suposto envenenamento do líder oposicionista russo, Alexei Navalny, onde este caso midiático veio acompanhado de uma “boa e saudável” teoria da conspiração, para os organismos do imperialismo.

Para aqueles que pensavam que havia apenas uma “teoria da conspiração” aquela dos “loucos paranóicos”, vimos uma outra espécie de teoria, a do “bem”. Uma "boa" teoria da conspiração é a que lemos nas redes corporativas de notícias de todo o mundo: Alexei Navalny, o adversário de Putin, foi envenenado por ordem do presidente russo com um derivado do agora famoso “novichok”.Qual é a “fonte segura” da mídia corporativa? Um laboratório do exército alemão que o examinou. Naturalmente, a outra informação, desmentindo esta farsa (comprovando hipoglicemia em Navalny) está “mentindo” porque se trata de um hospital russo... Poucas evidências adicionais são necessárias porque, como disse o Washington Post, é um método tradicional pelo qual Putin elimina seus adversários políticos.

Certamente os leitores com um mínimo de compressão política do que representa o imperialismo, não têm conseguido evitar ouvir esse tipo de notícia da mídia “Murdochiana”. Tão certo como nunca leram que o líder palestino Yasser Arafat foi envenenado pelo regime sionista com polônio-210, ou que o presidente Hugo Chávez foi alvo de radiação cancerígena. Agora, que Navalny foi envenenado supostamente por Putin passa a ser uma “Verdade Absoluta”, mas que Arafat foi envenenado por Mosad e Chavez pela CIA, são acusações típicas apenas de conspiranóicos....

Navalny não está muito longe de ser um oponente russo totalmente indesejável a Putin, trata-se de um bilionário com muitos negócios com o Kremlin. Muito menos pode a mídia corporativa apresentá-lo como um campeão da luta contra a corrupção na Rússia. Ele é apenas um “peão” da oligarquia dos novos ricos russos, envolvido ao máximo em cada uma de suas atividades restauracionistas. 

Navalny pode ser considerado uma das expressões políticas da restauração capitalista na antiga URSS, um "neocorrupto" se a palavra nada mais fosse do que um sinônimo do próprio capitalismo russo em plena vigência, mas que está incomodando os interesses imperialistas ao assumir alguns traços de nacionalismo da “Grande Pátria”...