PARA QUE A CHACINA DE MANAUS NÃO SE REPITA NO RESTANTE DO BRASIL: EXPROPRIAÇÃO E NACIONALIZAÇÃO DA WHITE MARTINS!
As mortes seguem no Amazonas em função da falta de oxigênio fornecido pela multinacional White Martins (WM) em meio a pandemia de Covid-19, uma mega corporação internacional que detém o monopólio da produção de gases no Brasil e em toda a América Latina, controlada pelo complexo transnacional “LINDE PLC” com sede nos EUA. Sete pacientes internados com suspeita de Covid-19 no hospital da cidade de Coari, distante 450 km de Manaus pela via fluvial, morreram por falta de oxigênio nesta terça-feira (19), segundo a prefeitura. Em nota, a prefeitura de Coari informou que deveria ter recebido 40 cilindros de oxigênio na segunda-feira (18) da White Martins, mas a aeronave que levaria os tanques acabou viajando para Tefé (AM) e ficou impossibilitada de retornar, pois o aeroporto não aceita voos noturnos, colaposando o sistema de saúde local. Em todo o estado desde o começo da pandemia, mais de 6,3 mil pessoas já morreram devido ao sucateamento do sistema de saúde pública. Por sua vez, a rede privada tem recorrido a justiça para obrigar a manutenção do fornecimento de gás pela empresa. A determinação do envio imediato de oxigênio foi assinada pelo titular da 1ª Vara da Comarca de Coari, juiz Fábio Alfaia. Em caso de descumprimento, o juiz fixou multa diária no valor de R$ 100 mil, com limite máximo de R$ 10 milhões, contra o governo, o secretário estadual de Saúde e a empresa fornecedora, White Martins. Essas medidas são extremamente limitadas e insuficientes! Defendemos a expropriação e nacionalização da White Martins sob o controle dos trabalhadores para impedir que a chacina que ocorre no Amazonas se estenda para todo o país, além da ampliação e fortalecimento da rede pública de hospitais!
O governo estadual do Amazonas, em meados de 2020, teria solicitado da WM
a ampliação da produção local de oxigênio dos atuais 30 mil litros cúbicos para
algo em torno de 60 mil, a empresa aceitou inicialmente a solicitação, porém
depois recuou de sua própria decisão, vale lembrar que a multinacional tem uma
grande usina em Manaus que abastece industrialmente de gases toda a Zona Franca
da região. Porém os governos burgueses estadual e federal nada fizeram para
obrigar a ampliação da produção do truste imperialista da White Martins que
explora a venda de oxigênio no Brasil, e a população paga agora com a vida a
irresponsabilidade da multinacional e as leniências de Wilson Lima e Bolsonaro.
Apesar disso, não houve nenhuma medida efetiva em resposta a essa conduta criminosa dos empresários por parte dos governos Bolsonaro e Wilson Lima, que junto com a HW são os verdadeiros responsáveis pelo desabastecimento do oxigênio hospitalar em Manaus. É necessário levantar a bandeira da expropriação, nacionalização e estatização da HW sob o controle dos trabalhadores e forçar a entrega imediata de todo o gás disponível para os hospitais da rede pública do estado!
Registre-se que o desmonte prometido pelo neofascista Bolsonaro
e seu estafeta Roberto Castello Branco entregou em setembro a participação de
40% da Petrobras na GNL Gemini Comercialização e Logística de Gás (Gás Local),
empresa de distribuição e transporte de gás natural liquefeito (GNL) para a empresa White Martins, que pertence ao grupo transnacional
Linde dos EUA em uma clara operação de destruição da Petrobras.
Em meio a essa chacina a esquerda domesticada pela Big
Pharma só culpa Bolsonaro e fica em silêncio em relação da transnacional ianque.
O MRT, por exemplo, defende “É urgente o confisco de todo o oxigênio disponível
no mercado, disponibilizando-o para os hospitais no Amazonas” (Esquerda Diário, 19.01). Em resumo
estes revisionistas defensores da “vacina milagrosa” querem confiscar “todo o
oxigênio do mercado”, só não falam uma única palavra de confiscar a White Martins, que tem estoque de sobra de botijões, tanques e oxigênio em seus depósitos e unidades fabris espalhadas pelo Brasil!
A verdadeira tragédia em curso no Amazonas pode se repetir em outras regiões
onde a White Martins não pretenda aumentar a produção de oxigênio, por razões
estritamente comerciais. Diante do atual quadro dramático de Manaus, e
possivelmente em um breve futuro pode ser reproduzido em outras cidades do
país, é necessário exigir a imediata estatização, sem indenização e sob
controle dos trabalhadores de saúde, de toda a produção industrial de oxigênio
do monopólio capitalista da empresa White Martins!