CRISE SANITÁRIA EM MANAUS: ADOÇÃO DE SEGUIDOS “LOCKDOWNS” ANTES DO ATUAL SURTO FOI O RESPONSÁVEL PELO RETORNO DA CARGA VIRAL NA CIDADE, E NÃO AO CONTRÁRIO! CAOS NO ABASTECIMENTO DE OXIGÊNIO SEGUE A LÓGICA DO LUCRO CAPITALISTA ACIMA DA VIDA HUMANA
Manaus ganhou as manchetes, não só do Brasil, mas do mundo inteiro. O retrato do caos hospitalar generalizado tem provocado um aumento do total dos óbitos na cidade, as pessoas estão morrendo por Covid e pela falta de oxigênio em todos os pacientes internados (ou até mesmo os que utilizam os tubos em residências) que necessitam do produto. Todo profissional da saúde, sabe que se faltar oxigênio nos tanques de qualquer hospital público ou privado, mortes ocorreram em todas as alas hospitalares, seja da maternidade ao pós-operatório, o produto é vital para todos os casos graves de internação, seja ou não por Covid. Porém a “carga” da mídia corporativa, remunerada para impulsionar freneticamente o terrorismo sanitário à serviço do capital financeiro, está unicamente concentrada em “provar” que o caos em Manaus é consequência direta da irresponsabilidade da população em se “aglomerar nas festas de fim de ano”, o que teria trazido de volta e com mais intensidade uma nova cepa do coronavírus. Nada é falado na imprensa sobre a responsabilidade da multinacional que tem o monopólio privado da produção de oxigênio hospitalar no Brasil e simplesmente colapsou em Manaus diante do aumento da demanda, até mesmo uma campanha publicitária de artistas famosos doando cilindros para a cidade foi montada, mas quem tinha a obrigação de abastecer a cidade é a gigante multinacional White Martins, que tem dezenas de milhares de cilindros e tanques de oxigênio no Brasil e em toda a América Latina. Outro aspeto, não menos importante, do terrorismo sanitário é criminalizar a diversão e entretenimento popular, como o elemento central da retomada do surto, uma política odiosa contra os direitos fundamentais do proletariado que deve ser rechaçada pela esquerda revolucionária. A verdade é que a cidade de Manaus neste período do ano, passa por uma forte elevação de temperatura, calor quente e úmido pelas características da região, potencializando os casos de Dengue, Influenza, Zica e do próprio Covid, somente este conjunto de enfermidades já seria responsável por um aumento previsível na demanda hospitalar, o que não foi considerado pelos governos locais. Mas a resposta sanitária do governo estadual supostamente “negacionista” foi seguir a orientação desastrosa da OMS e decretar seguidos bloqueios e lockdowns, ao invés de reforçar a rede hospitalar pública e exigir da multinacional White Martins o aumento da produção local e “importação” do oxigênio para cobrir um muito provável repique de internações. Passada a intensa campanha das eleições municipais, onde ninguém ouviu falar de um aumento nos casos de Covid apesar das aglomerações e contato físico permanente, agora a mídia corporativa resolveu encontrar o “bode expiatório”: foram os festejos populares que causaram o surto! Isso agregado ao fato do governo Wilson Lima ter voltado a decretar o bloqueio social, o que sem duvida alguma rebaixou a imunidade coletiva adquirida anteriormente e facilitou repique da atual epidemia de um “coronavírus mutante”, que segundo os próprios cientistas da Fiocruz amazônica é mais contagioso porém menos letal, mas também veio acompanhado da Influenza, Dengue, Zica e do colapso sanitário do oxigênio que têm ceifado a vida de centenas de pacientes com Covid ou outras doenças ainda muito mais graves que também necessitam do produto em falta fornecido exclusivamente pela White Martins.