terça-feira, 26 de janeiro de 2021

MASSAS LIBANESAS SAEM AS RUAS CONTRA O “TOQUE DE RECOLHER” SANITÁRIO: UMA JUSTIFICATIVA ESFARRAPADA PARA TENTAR CONTER A REBELIÃO POPULAR CONTRA O AJUSTE IMPERIALISTA

No Líbano, milhares de manifestantes foram às ruas das principais cidades do país pela segunda noite consecutiva para protestar contra a extensão das absurdas restrições as liberdades políticas, impostas pelo governo de coalizão. Massivos protestos estouraram nesta terça-feira (26/01) nas cidades de Beirute, Sidon e Tripoli.  Nesta última, a Cruz Vermelha Libanesa relatou vários feridos. Nos confrontos de ontem em Trípoli, principal cidade do norte do Líbano, a polícia atacou manifestantes que se opunham ao toque de recolher, decretado sob falsos pretextos sanitários. Na verdade a adoção do “estado de sítio” no país corresponde a grave crise econômica que castiga duramente a maioria da população libanesa, com a justificativa sanitária pretendem conter a latente rebelião popular.

Os manifestantes em Beirute atiraram pedras na sede das autoridades locais. As massas protestavam "contra o confinamento, as multas e a grave situação econômica". Os jovens, mais radicalizados, atiraram pedras nas forças de segurança, que usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersá-las. Em Trípoli, as restrições são pouco respeitadas e a polícia impôs inúmeras multas a população. As autoridades libanesas prorrogaram até 8 de fevereiro um confinamento estrito, inicialmente decretado até 25 de janeiro.

O bloqueio é acompanhado por um toque de recolher de 24 horas e o fechamento de todas as lojas e restaurantes. Afetando uma das poucas fontes de recursos do país, o turismo. Só estão previstas exceções, para pessoal médico é claro para o deslocamento das tropas policiais.

O Líbano está atolado em sua pior crise econômica, com uma moeda historicamente depreciada, hiperinflação e demissões em massa.  Metade da população vive agora na pobreza. Isso tudo ainda agravado com a explosão criminosa do porto em Beirute, que paralisou por meses as exportações do país, além da destruição física de parte da capital.

Em um país falido pela elite capitalista, subserviente as ordens neoliberais do imperialismo europeu, onde não há absolutamente nada no horizonte da população, mas que mesmo submetido a um bloqueio econômico dos Estados Unidos, o Banco Mundial emprestou 50milhões de dólares para a compra de vacinas, aumentando ainda mais a dívida externa do Líbano. O imperialismo quer que milhões de libaneses morram de fome, mas nenhum de Covid...