quinta-feira, 4 de junho de 2020

“TAMBORES DE GUERRA NO AR”: DISPUTA PELO 5G ENTRE CHINA E EUA VAI ALÉM DOS CELULARES...


Muito gente pensa que a disputa pelo controle da tecnologia 5G é apenas mais uma questão da guerra comercial travada entre os EUA e a China. Entretanto esta nova tecnologia vai bem mais além de novos “smartphones” de última geração. O domínio do 5G  diz respeito a hegemonia de transmissão mundial de quase todos os dados da humanidade, vai desde o controle dos fluxos do capital financeiro em todos os mercados mundiais, até a engenharia militar da indústria bélica. No começo do mês de março, antes da pandemia chegar com força aos EUA, aconteceram as manobras militares aéreas da “Bandeira Vermelha”, o mais importante exercício militar dos Estados Unidos lançadas desde da base de Nellis, em Nevada, com a participação de forças alemãs, espanholas e italianas. Como anunciou o Pentágono, esta base aérea começará a construção em julho de uma rede experimental 5G, que estará operacional em janeiro do próximo ano. As manobras dos EUA envolveram caças F-35 que, de acordo com a Aeronáutica Militar, foram "integrados ao melhor da aviação militar americana" para explorar completamente o potencial dos sistemas de aeronaves e armas a bordo", incluindo sem dúvida o  nuclear. Nas manobras da “Bandeira Vermelha” do ano que vem, as redes móveis 5G que consistem em torres que podem ser montadas e desmontadas em menos de uma hora para sua rápida transferência, dependendo da operação, provavelmente já estarão operacionais para serem testadas em um ambiente real. A base Nellis é a quinta base selecionada pelo Pentágono para testar o uso militar de redes 5G. As outras estão nos estados de Utah, Geórgia, Califórnia e Washington. Um documento do Serviço de Pesquisa do Congresso explica que essa tecnologia de transmissão de dados móvel de quinta geração pode ter "muitas aplicações militares". Um deles refere-se a “veículos militares autônomos”, ou seja, veículos robóticos aéreos, terrestres e navais capazes de realizar autonomamente missões de ataque sem sequer serem controlados remotamente. A técnica requer o armazenamento e o processamento de uma enorme quantidade de dados que não podem ser executados apenas a bordo do veículo autônomo. As redes 5G permitem que esses tipos de veículos usem um sistema externo de armazenamento e processamento de dados, semelhante à atual “nuvem” para armazenamento de arquivos pessoais. O sistema permite "novos conceitos de operação militar", como "enxame", nos quais cada veículo se conecta automaticamente aos outros para realizar uma missão (por exemplo, um ataque aéreo a uma cidade ou um ataque naval a um porto). As redes 5G poderão tornar todo o sistema de comando e controle das Forças Armadas dos Estados Unidos o mais poderoso em todo o mundo: atualmente, o documento explica, ele usa comunicações via satélite, mas, devido à distância, o sinal leva tempo para chegar,  que causa atrasos na execução de operações militares. Esses atrasos serão praticamente eliminados pelas redes 5G. Desempenhará um papel decisivo no uso de armas hipersônicas que, equipadas com ogivas nucleares, viajam mais de 10 vezes a velocidade do som. As redes 5G também serão extremamente importantes para os serviços secretos, tornando os sistemas de espionagem e controle muito mais eficazes do que são hoje. "O 5G é vital para manter as vantagens militares e econômicas dos EUA", afirmou o Pentágono. "A tecnologia 5G emergente, disponível comercialmente, oferece ao Departamento de Defesa a oportunidade de aproveitar esse sistema para suas próprias necessidades operacionais, a um custo menor".  Em outras palavras, a rede comercial 5G, fabricada por empresas privadas, está sendo usada pelos militares dos Estados Unidos a um custo muito menor do que seria necessário se a rede fosse fabricada apenas para fins militares. Isso também ocorre em outros países. Portanto, é compreensível que a disputa pelas redes 5G, especialmente entre os Estados Unidos e a China, não seja apenas parte da guerra comercial. As redes 5G criam um novo terreno para a corrida armamentista, que se desenvolve menos em termos de quantidade do que de qualidade. A mídia corporativa não aborda a questão militar, sendo amplamente ignorada até pelos críticos de tecnologia, que concentram sua atenção nos possíveis efeitos nocivos à saúde, apenas uma das facetas do 5G. Os Marxistas sabem muito bem, que por trás do surto de coronavírus em Wuhan na China, esteve a questão estratégica do 5G, uma tentativa da guerra híbrida do imperialismo ianque para sabotar a China e que acabou “irradiando” para todo o mundo, golpeando fortemente o próprio EUA, como diz o velho provérbio: “O feitiço virou contra o próprio feiticeiro”.