quarta-feira, 24 de novembro de 2021

ELEIÇÕES NA VENEZUELA: MADURO VENCE A “OPOSIÇÃO BURGUESA CONSENTIDA”, MAS CASSA AS CANDIDATURAS DO PARTIDO COMUNISTA

Com alto índice de abstenção, nas eleições municipais e estaduais da Venezuela deste último domingo (21/11), compareceram para votar apenas 41,8% (8,78 milhões) do total de eleitores habilitados a votar (21 milhões). Estas eleições da Venezuela, embora tenha tido, ao contrário do pleito anterior, a participação de candidatos da oposição burguesa consentida pelo Chavismo através de um acordo com os EUA, novamente se caracterizou pela cassação de candidaturas do Partido Comunista da Venezuela, sendo a organização política mais atingida pelo bonapartismo de Maduro, representando 47% do total das cassações.

Entre os candidatos comunistas afastados das eleições estão Jesús Chópite e Daniel Romero, candidatos a prefeito das cidades Padre Pedro Chien e Sifontes, respectivamente. Os dois municípios se encontram no Estado de Bolívar. Além destes, também foi cassada a candidatura de Gabriel Rodríguez, que disputaria o cargo de prefeito do município de Libertador, no Estado de Sucre.

O Secretário-Geral do PCV, Oscar Figuera, destacou, na véspera do pleito, que “por trás dessas desqualificações inconstitucionais, das quais quase a metade, correspondem aos candidatos do PCV, tem se verificado atos de crueldade política contra as organizações de esquerda e sua militância”.

Neste quadro binário de oposição pró-imperialista permitida, o governo de Nicolás Maduro venceu em 20 dos 23 Estados em disputa e também na capital Caracas. A oposição direitista venceu no Estado mais populoso, o de Zulia. O presidente Maduro diante dos resultados favoráveis fez um chamado ao “entendimento social” ao final do dia: “Meu chamado a todos, vencedores e não vencedores, é que respeitem os resultados, é ao diálogo político, é à reunificação nacional”. Os Marxistas Leninistas denunciaram vigorosamente que enquanto o regime Chavista busca um acordo com a oposição burguesa para levar adiante seu programa de ajustes neoliberais, persegue a oposição de esquerda que sempre esteve na linha de frente no combate ao imperialismo ianque.