quarta-feira, 10 de novembro de 2021

100 DIAS DE PEDRO CASTILLO NA PRESIDÊNCIA NO PERU: GOVERNO DE CENTRO-ESQUERDA É REFÉN DA BURGUESIA E DO IMPERIALISMO E NÃO UM PONTO DE APOIO PARA LUTA DOS TRABALHADORES

O presidente do Peru, Pedro Castillo, apresenta nesta quarta-feira o balanço do seus primeiros 100 dias à frente do país sul-americano na Plaza de Armas, na cidade de Ayacucho. Ele assumiu a presidência em 28 de julho, após vencer as eleições no segundo turno de Keiko Fujimori, candidata à presidência do Fuerza Popular. Devido às ações da oposição burguesa e do imperialismo, Pedro Castillo nomeou dois gabinetes ministeriais diferentes, enfrentou movimentos de confiança e vários ministros apresentaram a sua renúncia ao presidente. Como o Blog da LBI alertou, o governo de Pedro Castillo de colaboração de classes, cercado pela burguesia e sempre capitulando ao grande capital está marcado por crises permanentes, diante das profundas ilusões das massas que ele iria enfrentar o imperialismo, o que obviamente não ocorreu. Cabe ao movimento de massas partir para a ofensiva e impor com seus próprios métodos de luta uma alternativa de poder dos trabalhadores.

Como ocorreu com o retorno do MAS a presidência da Bolívia com Arce e na volta de Lula (PT) a corrida presidencial no Brasil com chances de vitória em 2022, a esquerda burguesa no continente latino-americano ocupa a cadeira presidencial no Peru, mas segue a risca as ordens de seu verdadeiros chefes, os amos imperialistas.

Tudo aponta que Castillo se comportará como um novo Ollanta Humala, presidente que começou com uma abordagem mais à esquerda e acabou sob um governo direitista comprometido com o sistema capitalista. Castillo vem cedendo a passos largos, o discurso em torno da relação com as empresas transnacionais que exploram recursos em território peruano vem mudando.

A nova onda supostamente “progressista” na América Latina – com o triunfo de Alberto Fernández na Argentina, Andrés Manuel López Obrador no México e Luis Arce na Bolívia – chega muito mais fraca do que a experimentada no início do século. São governos que exigem muito mais acordos políticos com a governança global do capital financeiro, o próximo ser refém desse nova ordem mundial deve ser Lula no Brasil.