REUNIÃO VIRTUAL ENTRE BIDEN E XI JINPING: UMA ENCENAÇÃO MIDIÁTICA DE “BOAS INTENÇÕES” NO MARCO DE DISPUTAS CADA VEZ MAIS POLARIZADAS
Um encontro virtual entre o presidente chinês Xi Jinping e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden foi realizado nesta terça-feira. Ambos os lados realizaram leituras otimistas mas a verdade é que esse encontro midiático é apenas uma tentativa de estabelecer um frágil pacto de coexistência pacífica no marco de disputas geopolíticas cada vez mais polarizadas pela luta de classes que podem levar a um guerra em futuro breve.
Não vem sendo possível um acordo dos EUA com a China devido da política protecionista dos EUA, que vem aprofundando uma guerra comercial global. Vale ressaltar que há o incremento da ofensiva bélica mundial do imperialismo ianque, o que vem reduzindo o peso do imperialismo europeu, particularmente da França, com a China aparecendo como um ator econômico cada vez determinante nesse cenário, um ex-Estado operário convertido na mais poderosa potência semicolonial.
A burguesia imperialista ianque está consciente da gravidade da conjuntura mundial, em uma correlação de forças tendencialmente favorável à China. Esta, no curso do processo de restauração capitalista, vem se transformando na verdade no maior entreposto comercial e industrial do mundo, uma grande consumidora de commodities e é nisto que consiste a sua “exuberância” econômica. Caracteriza-se por ser uma economia semicolonial com fortes induções estatais, remanescentes da herança stalinista.
Em suma, por maior que seja o crescimento do PIB chinês, a hegemonia militar em todo o planeta ainda se concentra plenamente nas mãos da Casa Branca, sendo apenas um “sonho” da China converter-se em uma superpotência capitalista.
Nesse sentido “a via chinesa” de restauração capitalista como vemos reafirmada por Xi Jinping é um processo lento, ordenado e centralizado de medidas que, levadas a frente sob o férreo controle político do PPCh, avançam o ritmo da restauração capitalista para se fortalecer futuramente como contraponto militar e econômico ao imperialismo ianque.
No curso da guerra
comercial, Biden sabe que o imperialismo ianque dispõe sem sombra de dúvida do
maior e mais avançado aparato bélico do planeta, por isso são capazes de
devastar as forças militares de um país sem sequer precisar “sujar” as botas de
seus Marines em solo inimigo, como aconteceu recentemente na Líbia.
O aprofundamento da política de forte corte orçamentário em
gastos sociais, a elevação da taxa de desemprego e aumento do déficit fiscal
com a concessão de subsídios tributários a grandes empresas será a tônica da
próxima etapa mundial como produto da velha receita neoliberal, claro com a mão
de ferro de um regime de exceção planetário, ou seja, através de uma ditadura do
capital, ao contrário de um suposto “paraíso democrático”.
O impasse atual reafirma que a única vereda para superar a
agonia do capital e a barbárie social que dela decorre é a via da revolução
socialista e a demolição violenta da atual sociedade de classes e edificar
sobre seus escombros um novo modo de produção, o Socialismo.