quinta-feira, 4 de novembro de 2021

JOHN KERRY ELOGIA GOVERNO BOLSONARO POR META DE REDUZIR EMISSÃO DE GASES EM 50% ATÉ 2030 NA COP-20: CASA BRANCA VAI IMPOR A AGENDA DO “CAPITALISMO VERDE” COMO PARTE DO GRANDE RESET AO BRASIL

O enviado especial dos EUA para a COP 26, e também Secretário de Estado do país norte-americano, John Kerry, elogiou o governo Bolsonaro pela meta, divulgada nesta segunda (01), de reduzir pela metade a emissão de gases até 2030. “Saudamos os novos compromissos do Brasil para acabar com o desmatamento ilegal até 2028, alcançar uma redução significativa de 50% de GEE [gases de efeito estufa] até 2030 e atingir neutralidade de carbono até 2050. Isso adiciona um impulso crucial ao movimento global para combater o #ClimateCrisis . Estamos ansiosos para trabalhar juntos”, diz a publicação do secretário no Twitter. Kerry representa o chamado “capitalismo verde”. Ele é porta-voz das corporações imperialistas, transformando os bens da natureza em novas mercadorias e fontes de especulação, como os papéis de crédito de carbono, os bônus de preservação ambiental e outras falsas soluções no marco do capitalismo que não dariam respostas às necessidades sociais e ecológicas dos povos.

A Casa Branca vem tratando de reestruturar sua base econômica com projetos baseados no mercado que tem em seu DNA a necessidade de aumentar a exploração dos bens comuns dos países do Sul para produzir uma nova base tecnológica supostamente “verde”. Este caminho conduzirá inevitavelmente à destruição da humanidade e da natureza.

É um projeto de morte, de dominação e de destruição pelas mãos do imperialismo. Somente a esquerda reformista, impregnada até a alma com a apologia do “capitalismo verde”, finge ignorar até agora o Grande Reset.

O Fórum Económico Mundial (WEF) de Davos está promovendo na pandemia o seu “tema” favorito: A Grande Reinicialização ou o “Great Reset” da economia mundial. Uma das chaves entender tudo isso é aquilo que os rentistas querem dizer com “Carbono Líquido Zero” até 2050. A União Europeia (UE) está liderando a corrida, com um plano ousado para se tornar o primeiro continente "neutro em carbono" do mundo até 2050 e reduzir suas emissões de CO2 em pelo menos 55% até 2030.

A terra, lastro do capital natural, está sendo comercializada em bolsas de valores. Tal sanha também se estende aos outros elementos da natureza, como o ar, a biodiversidade, a cultura, o carbono, patrimônios da humanidade.

Essa estratégia, por um lado, está sendo utilizado pelos donos do grande capital, receosos que fique mais evidente para a humanidade que as catástrofes ambientais não são tão naturais e sim resultado da exploração sem limites da natureza, com o objetivo de engordar seus já polpudos lucros através da cultura do consumo exagerado, imposta com sutileza às sociedades.

Por outro lado, como saída para a crise mundial por qual passa o capitalismo - agora travestido de verde - demonstrando a capacidade de reciclar-se. É nesse contexto que o capital vem apresentando, desde a Eco 92, suas propostas nas convenções do clima até agora realizadas.

O mecanismo de Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação (REDD) não diminuirá a poluição. É uma farsa. Na verdade, na melhor das hipóteses, significa trocar 'seis por meia dúzia'. As empresas poluidoras dos países ricos do norte pagarão para os países do sul e continuarão a poluir. Nesse contexto, povos indígenas estão sendo assediados por ONGs a serviço das empresas do norte para que firmem contrato cedendo suas terras e florestas para a captura de CO2.

Com o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), a relação com a natureza passa a ser mercantilista, ou seja, os princípios de respeito do ser humano para com a natureza passam a ter valor de mercado e medidos nas bolsas de valores. O dinheiro resolve tudo, paga tudo.

Os mecanismos do "capitalismo verde" reduzem a capacidade dos povos na gestão de suas florestas, bem como de seus territórios, que passam a ter o ônus de viabilizar compensações ambientais massivas em favor da manutenção do insustentável padrão de desenvolvimento dos países ricos - e em franco desenvolvimento, caso do próprio Brasil.

Mecanismos de compensação para captura de carbono colocam em risco a soberania nacional, através da expansão das transnacionais na consolidação do poder e controle sobre povos e governos, águas, territórios e sementes nos países do sul, além de modificar os modos de vida das comunidades locais, agora tratadas como fornecedoras de "serviços ambientais". Kerry anunciu que deseja impor essa agenda ao Brasil.