quarta-feira, 24 de novembro de 2021

5 ANOS DO “ACORDO DE PAZ” NA COLÔMBIA: IVÁN DUQUE E ONU CELEBRAM ARMADILHA MONTADA PARA FARC SER PARCEIRA NA DOMESTICAÇÃO DA LUTA DOS TRABALHADORES

Em 24 de novembro de 2016, há exatos 5 anos, o então presidente colombiano Juan Manuel Santos e Rodrigo Londoño, dirigente das FARC assinaram o acordo de paz que desarmou a guerrilha e permitiu que hoje Iván Duque impusesse um regime ultra militarizado no país que deixou centenas de mortes na vigência desse pacto contrarrevolucionário. Não por acaso, Iván Márquez, um dos principais comandantes da FARC rompeu com esse acordo vergonhoso, anunciando uma nova etapa da luta armada na Colômbia declarando que houve um “desarmamento ingênuo da guerrilha”. 

O anúncio aconteceu três anos após a assinatura do “acordo de paz” entre a guerrilha e governo, o que levou a entrega das armas da guerrilha e um saldo de mais de 500 militantes mortos pelo exército nesse período de integração das FARC a falsa democracia burguesa. 

Frente a essa conjuntura dramática, os revolucionários bolcheviques criticaram publicamente as decisões tomadas pela direção das FARC nesses três anos porque essas medidas desgraçadamente levaram paulatinamente à sua rendição política e não “só” militar. 

Através de concessões crescentes se apostou na via da conciliação de classes e na política de integração ao regime títere. Sempre alertamos que a única ‘paz’ que sairia dos “acordos” é a dos cemitérios, já que desgraçadamente as vidas dos heroicos combatentes das FARC foram sendo sacrificadas em nome de uma política que em nada serve para a luta revolucionária e, muito menos, para libertar a Colômbia do domínio da burguesia e do imperialismo. 

É vital para o movimento de massas colombiano reorganizar os sindicatos operários que sejam capazes de acaudilhar atrás de si as organizações guerrilheiras, submetendo-as militarmente à democracia das assembleias proletárias.

A LBI, apesar de nossas profundas divergências com o programa das FARC (hoje transformada em partido político legal) mantém de pé a tarefa da defesa militar e política incondicional dos militantes da guerrilha que não abandonaram a luta frente aos ataques do atual governo ultrarreacionário de Iván Duque, que permanecem mesmo após a sua deposição de armas. 

Em oposição pelo vértice aos revisionistas do Trotskismo e dos estalinistas “moderados” que condenaram as FARC pela adoção da luta armada, isolando-a ainda mais para que sejam presa fácil da burguesia na defesa da democracia dos ricos, defendemos que uma política justa para o confronto entre a guerrilha e o Estado burguês passa por aplicar a unidade de ação com os combatentes, porém com a mais absoluta independência política em relação ao programa reformista das FARC. 

Ao lado dos heroicos guerrilheiros das FARC e honrando o sangue derramado pelo comandante Afonso Cano, que morreu em combate, apontamos como alternativa programática a defesa da estratégia da revolução socialista e da ditadura do proletariado, sem patrocinar nenhuma ilusão na possibilidade de construir uma “Nova Colômbia” sem liquidar o capitalismo e seus títeres!