sábado, 20 de novembro de 2021

RENDA DO POVO BRASILEIRO ATINGIU O MENOR VALOR EM DEZ ANOS: GOVERNO BOLSONARO É O ATUAL GERENTE DA CRISE CAPITALISTA, LULA VIRÁ DEPOIS...

Com a crise econômica capitalista, agravada para os trabalhadores com a pandemia da Covid, a queda no rendimento médio mensal dos brasileiros, considerando-se todas as fontes, caiu 3,4% em termos reais (descontada a inflação), passando de R$ 2.292 em 2019 para R$ 2.213 em 2020. É a mais intensa queda da série histórica da pesquisa iniciada em 2012, segundo o documento oficial do IBGE divulgado nesta sexta-feira (19/11).

A pesquisa do IBGE apura os rendimentos provenientes de todos os trabalhos e os rendimentos de outras fontes. Em 2020, 61% da população do país recebia algum tipo de renda, oriunda do salário (aposentadoria ou pensão)ou de outras fontes. Com a pandemia houve uma redução do número de pessoas recebendo renda do trabalho e, por outro lado, aumentou o número de pessoas recebendo renda através de “outras fontes”, particularmente, do Auxílio Emergencial, que foi inserido na rubrica da pesquisa, que inclui outros rendimentos provenientes de programas sociais, aplicações financeiras, seguro-desemprego, seguro-defeso, entre outros.

O auxílio emergencial foi criado com apoio internacional do Banco Mundial e aprovado por unanimidade pelo Congresso Nacional. Bastava destinar alguns trocados para fazer frente à pandemia e dar um “vale” de R$ 600 para os “invisíveis”. Diga-se, os trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, que necessariamente tiveram que suspender suas atividades por conta do lockdown decretado pelos governos.

Em 2020, o rendimento habitualmente recebido de todos os trabalhos resultou em uma massa mensal de rendimento de aproximadamente R$ 207,4 bilhões, 5,6% menor que a estimada para 2019. Dentre os fatores que ajudam a explicar essa queda está a forte redução da população ocupada, menos 8,1 milhões de trabalhadores (queda de 8,7%). A percentagem de brasileiros com renda do trabalho caiu de 44,3% em 2019 para 40,1% em 2020, o menor nível da série histórica iniciada em 2012. Isso significa uma redução de 92,8 milhões para 84,7 milhões de pessoas.

Enquanto o peso do grupo de pessoas com rendimento de trabalho caiu de 74,4% para 72,8%, de 2019 para 2020, o grupo de “outros rendimentos”, com o Auxílio Emergencial, ganhou participação na composição do rendimento domiciliar per capita no Brasil, passando de 3,4% para 7,2%. No mesmo período, os rendimentos de aposentadoria ou pensão reduziram a participação (de 18,7% para 17,6%), aluguel e arrendamento (de 2,4% para 1,5%) e pensão alimentícia, doação ou mesada (de 1,2% para 0,8%).

Com o maior número de brasileiros dependendo da ajuda emergencial para enfrentar o desemprego e a crise econômica, o percentual de brasileiros com rendimento de outras fontes subiu para 28,3% (59,7 milhões). É a maior taxa da série histórica. Em 2019, o percentual era de 23,6% (49,5 milhões). Mas, em 2020, o rendimento de outras fontes também caiu (-15,4%) para o menor valor (R$ 1.295) desde 2012. O movimento de queda ocorreu em todas as regiões, principalmente, no Sudeste, Sul e Centro-Oeste, onde as perdas foram de 19,6%, 13,2% e 21,0%, respectivamente.

O auxílio emergencial foi reduzido à metade(300 Reais)nos últimos meses do ano de 2020, assim como foi reduzido o número de beneficiados. Se na primeira metade da distribuição do auxílio, quando o valor era de R$ 600, contribuiu para minimizar a fome das famílias proletárias, como registrou o IBGE, a redução pela metade interferiu no rendimento médio mensal real domiciliar per capita que caiu 4,3%, para R$ 1.349 em 2020 frente ao estimado no ano anterior, quando foi de R$ 1.410.Por outro lado, o desemprego no ano passado atingia níveis recordes e a inflação vinha galopando, atingindo a renda das famílias mais pobres com o aumento dos preços dos alimentos.

Em 2020, as pessoas que faziam parte do 1% da população melhor remunerada tinham rendimento médio domiciliar per capita de R$ 15.816. Valor 34,9 vezes o rendimento da metade da população com os menores rendimentos (R$ 453).Em 2019, a diferença chegou a 40 vezes, maior valor da série histórica. O horizonte da crise só tende a se agravar em 2022, com a inflação global e a quebra na cadeia mundial da produção, insumos industriais e agrários. Porém a esquerda reformista tupiniquim só pensa na troca da gerência capitalista em 2022, retirando a extrema direita e colocando a Social Democracia Lulista para governar com seu “modelo” neoliberal de colaboração de classes.