segunda-feira, 29 de novembro de 2021

DÓRIA DEFENDE ALIANÇA COM MORO PARA FORTALECER “TERCEIRA VIA”: GOVERNANÇA GLOBAL DO GRANDE CAPITAL VAI RIFAR BOLSONARO LOGO NO PRIMEIRO TURNO?

O governador de São Paulo e pré-candidato a presidência em 2022, João Doria (PSDB), concedeu entrevista à CNN Brasil neste domingo (28) e afirmou uma possível aliança com o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, cotado como nome do Podemos para as eleições. “É possível. Eu tenho boas relações com Sergio Moro e tenho respeito por ele, não haveria nenhuma razão para não manter relações com alguém que ajudou o Brasil, com alguém que contribuiu com a Lava Jato” disse Doria. O tucano também mencionou  já estar em contato com alguns pré-candidatos para começar a traçar planos conjuntos para as eleições do ano que vem. As conversas, segundo ele, devem ser continuadas nas próximas semanas. “Temos que estar juntos para termos projetos para os brasileiros. Não vejo condições de um projeto do PSDB, mas um projeto de Brasil. Temos que ter humildade, capacidade, bom diálogo e propostas claras e objetivas”. Esse cenário aponta claramente que um setor da burguesia deseja catapultar Moro como opção a Bolsonaro que não tem a simpatia dos representantes do imperialismo.

Como o Blog da LBI afirmou várias vezes, a política do imperialismo e da Famiglia Marinho (timoneira da burguesia nacional), apesar do “estardalhaço” midiático feito pelo consórcio mafioso dos barões da comunicação, é sangrar Bolsonaro até 2022, mantendo o neofascista no Planalto para que seu governo avance mais no processo de privatizações das estatais, e conclua a compra trilionária das vacinas da Big Pharma, estourando assim a Dívida Pública, que tornará o país em um mero departamento creditício da governança global do capital financeiro.

Questionado sobre ele ser a melhor opção contra o presidente Bolsonaro (sem partido, com previsão de filiação ao PL nesta semana) e o ex-presidente Lula (PT), o candidato do PSDB falou sobre as pesquisas serem as principais balizadoras da escolha do candidato denominado como "terceira via": “A pesquisa não é único elemento necessário. Ela é parte integrante, mas tem que ter uma composição de forças para que este candidato ou candidata possa representar uma capacidade de enfrentamento a Lula e Bolsonaro”. As recentes pesquisas indicam Doria em 5º  lugar nas intenções de voto, atrás de Lula, Bolsonaro, Moro e Ciro Gomes (PDT).

Lula sabe bem que a orientação política geral do imperialismo ianque para o Brasil é isolar Bolsonaro, colocando-o novamente no jogo eleitoral. Entretanto esta “jogada” no tabuleiro do xadrez político, ainda está muito longe de significar uma decisão do imperialismo em reempossar Lula no Planalto.

Corresponde no momento ao início de uma ação mais enérgica da governança do capital financeiro indicando que não aceitarão mais um mandato do presidente neofascista, repetindo desta forma o caminho já trilhado nos EUA. O PT e seu arco de apêndices (PSOL, PCdoB, PSOL, PCO e PSTU) agora tem a função principal da contenção do movimento de massas diante da profunda crise capitalista, que tem a pandemia como uma tentativa de “escape” para o Grande Reset da economia. Porém isso não significa que o rentismo internacional tenha se inclinado para uma vitória de Lula em 2022.

Quando a elite financeira chegar a uma decisão consensual sobre quem “coroar” nas próximas eleições (assim como optaram por Bolsonaro em 2018), muito provavelmente o PT será novamente colocado em segundo, assumindo somente uma pequena parcela na gerência do Estado capitalista, enfim mantendo sua estratégia posição de “camisa de força” do movimento de massas.

Em resumo, a jogada do imperialismo não deixa dúvidas que se trata de mais um lance no tabuleiro do xadrez político da conjuntura nacional, onde o comando geral é “cercar e sangrar” (agora até utilizando Lula) o gerente neofascista do Planalto, “elegendo” Bolsonaro como a representação do “satanás no Brasil”, enquanto os maiores genocidas da governança global do capital financeiro, vão promovendo o Grande Reset da economia capitalista, tentado evitar a rebelião popular diante do colapso do atual modo de produção da burguesia. 

Na verdade é a governança do rentismo internacional a maior criminosa do planeta, inflando uma “oportuna” pandemia para eliminar uma parte da população considerada “não produtiva”, negando aos mais necessitados e infectados a possibilidade de tratamento preventivo contra a Covid. Estes abutres da Big Pharma e mídia corporativa são os genuínos negacionistas!

Para a esquerda domesticada que tem seu foco girado totalmente para as eleições de 2022, nada melhor para promover sua demagogia eleitoreira, do que a existência de gerente de extrema direita, que atuando como uma “escada” para o Centro Civilizatório do capital financeiro, denigre qualquer tentativa séria de se estancar o mais rapidamente possível esta covarde sindemia contra a população mais carente do planeta.