DO PCO A REDE GLOBO... PASSANDO POR MACRON E ALCKMIN, UMA UNANIMIDADE: “LULA É O CARA!”
Lula é uma “unanimidade”, pelo menos entre a esquerda domesticada, a grande mídia burguesa, políticos de direita e representantes do imperialismo. No curso de sua viagem à Europa, o périplo de Lula foi saudado como um sucesso pela Famiglia Marinho. Macron o tratou como chefe de estado, "ele é o cara" para o porta-voz do imperialism francês. Apesar de todas essas provas de subserviência de Lula ao grande capital e a burguesia nativa, costurando alianças com os representantes da governança global capitalista, além de celebrar pactos eleitorais com direitistas como Alckmin, o PCO sai em defesa do petista dizendo que “Lula com Alckmin é fofoca”.
Segundo Rui Pimenta “Um dos assuntos mais comentados na política nacional atualmente é a suposta participação do tucano e golpista Geraldo Alckmin na candidatura do ex-presidente Lula em 2022. Os comentários estão em todos os lugares: na imprensa burguesa, na imprensa de esquerda, no movimento sindical, nas bases do PT etc. No entanto, essa possibilidade sequer está sendo considerada pelo próprio Lula. Os comentários sobre uma aliança entre Alckmin e Lula são comentários baseados em uma fofoca”.
Apesar do petista está costurando uma dobradinha eleitoral com o direitista Alckmin para o governo estadual ou até mesmo para ser seu vice (ele ainda está no PSDB mas deve migrar para o PSB ou PSD), Causa Operária afirma categoricamente que a candidatura de Lula deve ser apoiada incondicionalmente pela esquerda, ou seja, independente de quem seja seu vice e dos partidos direitistas e golpistas que formem sua aliança da chapa presidencial do petista e mesmo uma dobradinha do petista com o tucano em São Paulo.
Em resumo, da Globo ao PCO, passando por Macron e Alckmin, Lula é o cara certo para gerir os negócios da burguesia no Brasil!
O petista declarou “tenho profundo respeito por Alckmin” e o
ainda tucano classificou Lula como uma figura que faz política com civilidade e
tem apreço pela democracia. “A política precisa ser feita com civilidade. É
preciso resgatar a boa política. Ela precisa ser feita com quem tem apreço pela
democracia. O Mário Covas dizia que a primeira
questão na política é o apreço pela democracia. São valores, são
princípios", disse Alckmin ao ser questionado sobre as especulações que o
citam como vice de Lula. Provocado a dizer se Lula tinha esses predicados,
respondeu: “Mas é claro que tem. Não só ele. Mas é claro que tem, é óbvio”. Em resumo,
para Alckmin Lula também é o cara!
Segundo o PCO, Lula é um operário, socialista e
anti-imperialista que encarna a classe trabalhadora independente do programa
que defenda e das alianças que faça, como a que costura com Alckmin em São
Paulo, seja um aliado do imperialismo genocida francês ou elogiado pela Rede Globo.
Não importa, ele é o cara para Rui Pimenta!
Como é sabido, Rui Pimenta tornou Causa Operária uma legenda de aluguel, muito bem remunerada, do petismo. A corrupção material foi à base da guinada política do PCO, que antes apresentava Lula como “presidente dos banqueiros” (Jornal Causa Operária, nº395, agosto/2004). A razão de fundo para um giro tão abrupto de 180 graus na política do PCO obviamente não esteve em alguma mudança substancial na essência dos governos da Frente Popular de colaboração de classes.
Ao passar a considerar a “democracia como um valor universal”, seguindo a trilha dos “teóricos” do PT, do tipo Francisco Weffort que acabou indo ao PSDB, o PCO deu o primeiro passo na senda de sua corrupção material e programática.
A partir deste ponto de inflexão, o PCO começou a aceitar a “generosidade” dos fundos estatais, administrados na época pelo governo do PT, até chegar no financiamento direto da Frente Popular, ora pela via dos apêndices sindicais como a burocracia da CUT, ora por parlamentares com controle do caixa petista.
Para além das diferenças de nuances entre PT e PSOL, o que os une é a profunda identidade ideológica em torno da defesa da democracia burguesa como o regime ideal para conciliar os interesses do proletariado e dos capitalistas, ou seja, a política de colaboração de classes da Frente Popular tão combatida por Leon Trotsky. Esse elemento central que Rui Pimenta não denuncia!
Triste fim do PCO, hoje reduzido ao papel de “cabo
eleitoral” dos burocratas mais repugnantes da Frente Popular, como a Bebel,
ex-dirigente pelega da Apeoesp, eleita deputada estadual com o apoio do PCO, do
mafioso Jair Tatto, aliado dos empresários nas eleições passadas para prefeito
de São Paulo e agora o séquito de Rui Pimenta é formado por um punhado de
militantes pagos e acríticos cabos eleitorais de Haddad e Lula, homens de
confiança da burguesia.