domingo, 6 de março de 2022

CAPITAL FINANCEIRO INTERNACIONAL TEM LADO NA GUERRA: VISA, MASTERCARD E AMERICAM EXPRESS ANUNCIAM SUSPENSÃO DE OPERAÇÕES NA RÚSSIA

A Visa, Mastercard e Americam Express, empresas que representam a nata dos abutres do capital financeiro internacional informaram neste sábado (5) que irão suspender todas as suas operações na Rússia. As empresas  disseram que os cartões emitidos por bancos russos não serão mais suportados pela rede. Além disso, qualquer Mastercard emitido fora do país não funcionará em comerciantes ou caixas eletrônicos russos. O CEO da Visa, Al Kelly, classificou os eventos do conflito armado como "inaceitáveis". "Somos compelidos a agir após a invasão não provocada da Ucrânia pela Rússia e os eventos inaceitáveis que testemunhamos”, disse Al Kelly, presidente e CEO da Visa. “Lamentamos o impacto que isso terá em nossos valiosos colegas e nos clientes, parceiros, comerciantes e titulares de cartões que atendemos na Rússia. Esta guerra e a ameaça contínua à paz e à estabilidade exigem que respondamos de acordo com nossos valores", completou Kelly. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em uma ligação com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, saudou as decisões da Visa, Americam Express e da Mastercard de suspender suas operações na Rússia monstrando claramente que o capital financeiro tem lado na guerra: está com a OTAN contra a Rússia.

 

Diante da guerra na Ucrânia muitas correntes de esquerda, inclusive as que se reclamam trotskistas, defendem a “neutralidade” argumentando a tese revisionista que está em curso uma disputa inter-imperialista entre os EUA e a Rússia. Nada mais falso! Trata-se ao contrário de uma completa ruptura com as lições programárticas nos legada por Lenin.

 

O cenário de ofensiva imperialista fez ressurgir na Rússia uma geopolítica nacionalista e que hoje funciona como uma barreira de contenção militar aos planos expansionistas da OTAN em toda Ásia e Europa. O neonacionalismo russo sob a direção de Putin não tem nada a ver com uma suposta configuração imperialista do maior país europeu, tem sim um caráter burguês mas está muito longe de uma expansão capitalista para colonizar outras nações, como ocorreu com os EUA e mais remotamente com a Inglaterra ou Alemanha.

A Rússia não exporta capitais financeiros para outros países e tampouco possui grandes empresas transnacionais, além do seu gigantesco complexo de gás e petróleo, porém detém uma poderosa indústria bélica, uma antiga herança soviética, que pode fazer "concorrência" ao Pentágono e seus servis aliados. Somente os ignorantes na teoria Marxista Leninista (revisionistas) caracterizam a Rússia restaurada como um país imperialista, para justificar repetidos apoios prestados as agressões da OTAN contra povos e regimes de países semicoloniais. O contemporâneo expansionismo geopolítico e militar russo nada tem a ver com a rigorosa definição Leninista de imperialismo, como sendo a “exportação do capital financeiro por meio da força”, ao contrário é reflexo direto da reação nacionalista da “jovem” burguesia russa, oprimida pelo capital imperialista.

Temos que desmascarar aqueles grupos que pregam o abstencionismo alegando que a Rússia seria um país imperialista ou mesmo um subimperialismo regional. Esta “teoria” ignora ou rejeita os conceitos desenvolvidos por Lenin e Trotsky acerca da impossibilidade dos países atrasados, no período da égide do capitalismo monopolista, tornarem-se economias imperialistas.