LIT ACUSA PUTIN DE FASCISTA E DEFENDE ZELENSKY: “É UMA MENTIRA TOSCA DE PUTIN DIZER QUE ZELENSKY SEJA
FASCISTA... SE PUTIN DESEJASSE COMBATER O FASCISMO DEVERIA ‘DESNAZIFICAR’ SEU PRÓPRIO GOVERNO!”
O escandaloso texto da LIT “Ucrânia e Rússia: Sobre fascismos e fascismos” (28.03) afirma que “Uma das ‘justificativas’ de Putin para a agressão contra a Ucrânia é a de que seu governo seria fascista ou nazista. Esta acusação é repetida à exaustão por parte da esquerda” e conclui “Se Putin desejasse de fato combater o fascismo, deveria ‘desnazificar’ seu próprio país, seus próprios aliados, sua própria polícia e Forças Armadas, e em primeiro lugar, seu próprio governo!”. Como podemos observar, os Morenistas dizem que o verdadeiro fascista é Putin ao declararem “é uma mentira tosca de Putin dizer que Zelenskiy seja fascista. Uma mentira para justificar uma guerra injustificável ante o mundo”. A LIT não passa de um pagagaio da OTAN e de Biden, que acusou o presidente russo de ser um “criminoso de guerra”.
O “novo” nacionalismo russo, sob a égide de Putin, se trata
de um fenômeno radicalmente distinto do nacionalismo neofascista ucraniano, por
exemplo. Também seria uma completa tolice para o marxismo caracterizar este
vetor nacionalista como uma expressão do “neo-imperialismo russo”. A Rússia,
desde sua “reconstrução” capitalista (favor não confundir com a destruição da
URSS), vem se configurando como uma semicolônia do imperialismo europeu,
fornecedora de commodities agrominerais de baixo valor agregado. Sua avançada
indústria bélica (herança do Estado operário soviético) sofre um duro bloqueio
comercial dos EUA, sendo que poucos países tem a “ousadia” para comprar as
armas russas, Venezuela e Síria fazem parte deste “seleto” grupo.
Como não pode se basear na venda de equipamentos bélicos
para acumular divisas cambiais, a Rússia tem organizado sua economia em torno
da Gazprom, principal empresa exportadora do país. Seria tão estúpido, do
ângulo científico do Leninismo, considerar a Rússia imperialista tanto como
qualificar politicamente seu atual curso nacionalista burguês de enfrentamento
com o imperialismo como “reacionário”.
A história mundial tem demonstrado que a movimentação social
de setores das burguesias nacionais podem oscilar politicamente de acordo com a
etapa da luta de classes. Podemos citar o exemplo do nacionalismo “getulista”
no Brasil, que transitou da aberta simpatia do fascismo a um tímido
anti-imperialismo latino americano, o que lhe custou o segundo governo e a
própria vida.
Nesta polêmica, o PSTU não faz mais que replicar uma nova
“fake news” a serviço da OTAN está sendo divulgada pelas Organizações Globo,
porta-voz oficiosa do Departamento de Estado ianque em nosso país. Baseadas em
informações falsas plantadas pela “inteligência militar do Reino Unido” o
golpista G1 nos informa cinicamente que “a empresa militar privada conhecida
como Grupo Wagner foi enviada para o leste da Ucrânia. Opositores o chamam de
‘exército particular de Putin’”. Trata-se de uma notícia plantada pelas
mafiosas Organizações Globo, copiando a mídia corporativa mundial (tipo CNN),
para atacar a Rússia no momento em que a guerra está sendo vencida pelas tropas
russas, eliminando os bandos neonazistas.
Ainda segundo o site mentiroso da Famiglia Marinho “Eles
devem enviar mais de 1.000 mercenários, incluindo líderes sêniores da
organização, para realizar operações de combate, disse o Ministério da Defesa
do Reino Unido. A organização privada é conhecida por suas ações na Ucrânia, em
2014, e por lutar – sob o comando de russos – em batalhas na Síria e em países
da África. Ele é formado por mercenários fortemente armados e preparados para o
combate. Os homens do Wagner foram usados pela primeira vez em 2014, quando a
península da Crimeia foi anexada pela Rússia. Eles lutaram ao lado de
separatistas pró-russos no leste da Ucrânia. A Rússia nega qualquer presença
militar nessa região, mas os combatentes bem equipados e profissionais
apareceram entre os rebeldes comprometidos contra as autoridades ucranianas”.
Pelo visto a Globo, que apresenta os mercenários da OTAN
como "guerreiros da liberdade", está "chocada" com a
suposta presença do Grupo Wagner na Ucrânia simplesmente porque seus membros
combateriam em apoio as tropas russas, sendo assim taxados pela mídia
imperialista falsamente de "neonazistas a serviço do oligarca ditador
Putin".
Antes de mais nada é preciso “esclarecer” que o chamado
“Grupo Wagner” não existe legalmente na Rússia, onde empresas militares
privadas são proibidas. O mais tragicômico é que a Rússia está eliminando os
bandos neonazistas na Ucrânia, como o Batalhão Azov, mas o G1 copiando os
serviços de “inteligência” imperialistas insiste que os dirigentes do Grupo
Wagner são fascistas premiados por Putin! Só mesmo os midiotas da esquerda
Otanista como PSTU, CST, MES, MRT e afins... para serem cegos papagaios da Rede
Globo para acusar Putin e seu governo de fascista!
Como Marxistas Revolucionários não devemos subordinar os
interesses históricos, nem tampouco a independência de classe do proletariado
mundial a nenhum regime capitalista, seja nacionalista burguês ou não. Mas não
podemos ocultar a profunda polarização política que hoje cruza o planeta, e
onde desgraçadamente o proletariado não joga o papel protagonista principal.
Neste cenário mundial onde os governos nacionalistas
burgueses são o alvo central da ofensiva neoliberal do capital financeiro,
seria criminoso se um partido revolucionário adotasse o abstencionismo como
estratégia, ou pior ainda se colocasse no campo programático das “revoluções
democráticas” fabricadas nos laboratórios políticos da Casa Branca.
A Rússia começa a emitir os primeiros sinais políticos, ainda bem fracos é verdade, que pretende galvanizar um movimento internacional para bloquear parcialmente a ofensiva imperialista contra os povos e nações em pleno curso máximo. O proletariado deve guardar uma “saudável desconfiança” destes movimentos militares dirigidos pela burguesia restauracionista russa no teatro de operação de guerra, assim como sempre atuar com toda firmeza na conformação de blocos táticos, com setores nacionalistas e anti-imperialistas, cujo objetivo central é a derrota em toda linha do “monstro guerreirista” que habita a Casa Branca.
Só nesta senda recolocaremos a questão da revolução socialista, como o primeiro ponto da pauta na construção de um novo poder proletário global.