OTAN COMEÇA BOMBARDEIO A LÍBIA EM MARÇO/2011 COM APROVAÇÃO DA ONU: OS MESMOS ABUTRES IMPERIALISTAS SOB APLAUSO DA ESQUERDA DOMESTICADA APOIAM A UCRÂNIA CONTRA RÚSSIA
Em março de 2011, as forças militares do imperialismo ianque e seus subordinados da OTAN começaram sua campanha de bombardeio contra a Líbia, sob a justificativa de “defender a revolução democrática”. Essa covarde agressão iniciada por um conluio de bandidos, com a chancela da ONU, contra um país soberano foi liderada pelo então governo Democrata dos Estados Unidos, inicialmente por meio do AfriCom (o comando das forças militares norte-americanas na África) e depois da OTAN, que agia sob as ordens do Pentágono. Os mesmos abutres imperialistas armam o governo fantoche da Ucrânia contra Rússia.
Em 7 meses, os aviões dos Estados Unidos e dos países da
OTAN envolvidos nessa guerra de rapina realizaram 30.000 missões aéreas contra
a Líbia, incluindo 10.000 missões de ataque, utilizando mais de 40.000 bombas e
mísseis contra o povo líbio. A frota de caças da Líbia, sequer conseguiu
decolar do chão para defender seu país, todos os códigos de segurança dos
aviões tinham sido bloqueados pelos fabricantes imperialistas.
A Itália, país “colonizador” do Magreb (norte da África), “graças”
ao consenso multipartidário no parlamento, estabelecido com o Partido Democrata
(antigo partido comunista, PCI) na vanguarda do processo de pirataria,
participou da guerra contra a Líbia disponibilizando 7 bases aéreas para a
campanha de bombardeio (Trapani, Gioia del Colle, Sigonella, Decimomannu,
Aviano, Amendola e Pantelleria) e também enviando seus caças-bombardeiros
Tornado, Eurofighter e outros, bem como o porta-aviões Garibaldi e outros
navios da Marinha italiana. Mas desde
muito antes do início da agressão aero-naval, uma série de grupos tribais, bem
como grupos islâmicos terroristas hostis ao governo líbio, já estavam recebendo
financiamento e armas do exterior e unidades de forças especiais de diferentes
países, principalmente do Catar, haviam se infiltrado na Líbia para provocar
confrontos armados dentro da Yamahiriya. Este foi o começo da suposta
“revolução”, e os “revolucionários” não passavam de militantes do Estado
Islâmico, como mais tarde ficou comprovado.
Foi assim que se destruiu a unidade daquele Estado africano
que, conforme consta da documentação do próprio Banco Mundial para o ano de
2010, manteve "elevados níveis de crescimento econômico ", com um
aumento anual do PIB de 7,5% e registou "elevados indicadores de crescimento
social e desenvolvimento humano”, como o acesso universal ao ensino básico e
secundário e com mais de 40% das pessoas matriculadas em estudos
universitários.
Apesar de certos desequilíbrios, o padrão de vida médio dos
líbios era consideravelmente mais alto do que o da maioria dos países da
África. Até 2 milhões de imigrantes, principalmente africanos, encontraram
trabalho na Yamahiriya árabe da Líbia. O estado líbio, sob o regime
nacionalista do coronel Kadafi, tinha as maiores reservas de petróleo de toda a
África, bem como grandes reservas de gás natural, e o maior estoque de ouro
depositado em seu Banco Central. O “governo dos coronéis” que tomou o poder nos
anos 60, expulsando os colonizadores europeus do país, decretou margens de
lucro muito limitadas para empresas estrangeiras que permaneceram na Líbia.
Graças à exportação de recursos energéticos da Líbia, a
balança comercial da Yamahiriya registrou superávit anual de US$ 27
bilhões. Com esses recursos, o Estado
líbio investiu cerca de 150 bilhões de dólares no exterior. Os investimentos da
Líbia na África foram fundamentais para o projeto da União Africana que visava
a criação de 3 organizações financeiras:o Fundo Monetário Africano, com sede em
Yaoundé (Camarões); o Banco Central Africano, com sede em Abuja (Nigéria);o
Banco Africano de Investimentos, com sede em Trípoli (capital da Líbia).Essas
novas organizações financeiras africanas deveriam criar um mercado comum e uma
moeda única para as nações da África.
Não é por acaso que a guerra da OTAN contra a Líbia começou
menos de 2 meses após a cúpula da União Africana que dera - a 31 de Janeiro de
2011 - o sinal verde para a criação, nesse mesmo ano, do Fundo Monetário
Africano. Isso é demonstrado pelos e-mails da secretária de Estado do então
governo Obama&Hillary Clinton, posteriormente divulgados pelo WikiLeaks. O
fato é que os Estados Unidos e a França queriam eliminar Muammar el-Kadhafi
antes que o líder líbio usasse as reservas de ouro de seu país para criar uma
moeda pan-africana como alternativa ao dólar americano e ao franco CFA (moeda
que a França impôs de 1945 a 14 de suas ex-colônias africanas).
Isso é demonstrado pelo fato de que, antes do início dos
atentados de 2011, foram os bancos que agiram contra a Líbia, apreendendo os
150 bilhões de dólares que o Estado líbio havia depositado no exterior e que na
maioria desse valor “desapareceram”.
Nesse roubo flagrante de fundos líbios, nada mais nada menos se destaca
o Goldman Sachs, o todo-poderoso banco de negócios dos Estados Unidos, cujo
vice-presidente era Mario Draghi (o atual chefe do governo italiano).
Hoje, as receitas das exportações de hidrocarbonetos da
Líbia vão para as mãos de grupos financeiros que disputam o poder e algumas
multinacionais estrangeiras, enquanto a população líbia tenta sobreviver em
meio a uma situação caótica de miséria absoluta, caracterizada por constantes
combates armados entre diferentes facções criminosas.
Após a queda dos Yamahiriya, os imigrantes africanos,
acusados de serem "mercenários de Gaddafi", foram perseguidos,
capturados e até trancados em jaulas de animais, torturados e mortos. Hoje a
Líbia se tornou a principal rota de trânsito, amplamente explorada por
traficantes de seres humanos, de um caótico fluxo migratório para a Europa que
já deixou mais vítimas do que a guerra de 2011.Na cidade líbia de Tawerga, as
milícias islâmicas de Misurata - as mesmas que assassinaram covardemente Kadafi
em 2011, apoiadas pela OTAN, procederam a uma limpeza étnica, obrigando 50.000
líbios a abandonar as suas casas, ao que nunca puderam retornar. É esta
verdadeira carnificina imperialista contra uma nação, que a esquerda
revisionista chamou de “Grande Revolução Democrática”...