quarta-feira, 9 de março de 2022

OTAN COMEÇA BOMBARDEIO A LÍBIA EM MARÇO/2011 COM APROVAÇÃO DA ONU: OS MESMOS ABUTRES IMPERIALISTAS SOB APLAUSO DA ESQUERDA DOMESTICADA APOIAM A UCRÂNIA CONTRA RÚSSIA

Em março de 2011, as forças militares do imperialismo ianque e seus subordinados da OTAN começaram sua campanha de bombardeio contra a Líbia, sob a justificativa de “defender a revolução democrática”. Essa covarde agressão iniciada por um conluio de bandidos, com a chancela da ONU, contra um país soberano foi liderada pelo então governo Democrata dos Estados Unidos, inicialmente por meio do AfriCom (o comando das forças militares norte-americanas na África) e depois da OTAN, que agia sob as ordens do Pentágono. Os mesmos abutres imperialistas armam o governo fantoche da Ucrânia contra Rússia.

Em 7 meses, os aviões dos Estados Unidos e dos países da OTAN envolvidos nessa guerra de rapina realizaram 30.000 missões aéreas contra a Líbia, incluindo 10.000 missões de ataque, utilizando mais de 40.000 bombas e mísseis contra o povo líbio. A frota de caças da Líbia, sequer conseguiu decolar do chão para defender seu país, todos os códigos de segurança dos aviões tinham sido bloqueados pelos fabricantes imperialistas.

A Itália, país “colonizador” do Magreb (norte da África), “graças” ao consenso multipartidário no parlamento, estabelecido com o Partido Democrata (antigo partido comunista, PCI) na vanguarda do processo de pirataria, participou da guerra contra a Líbia disponibilizando 7 bases aéreas para a campanha de bombardeio (Trapani, Gioia del Colle, Sigonella, Decimomannu, Aviano, Amendola e Pantelleria) e também enviando seus caças-bombardeiros Tornado, Eurofighter e outros, bem como o porta-aviões Garibaldi e outros navios da Marinha italiana.  Mas desde muito antes do início da agressão aero-naval, uma série de grupos tribais, bem como grupos islâmicos terroristas hostis ao governo líbio, já estavam recebendo financiamento e armas do exterior e unidades de forças especiais de diferentes países, principalmente do Catar, haviam se infiltrado na Líbia para provocar confrontos armados dentro da Yamahiriya. Este foi o começo da suposta “revolução”, e os “revolucionários” não passavam de militantes do Estado Islâmico, como mais tarde ficou comprovado.

Foi assim que se destruiu a unidade daquele Estado africano que, conforme consta da documentação do próprio Banco Mundial para o ano de 2010, manteve "elevados níveis de crescimento econômico ", com um aumento anual do PIB de 7,5% e registou "elevados indicadores de crescimento social e desenvolvimento humano”, como o acesso universal ao ensino básico e secundário e com mais de 40% das pessoas matriculadas em estudos universitários. 

Apesar de certos desequilíbrios, o padrão de vida médio dos líbios era consideravelmente mais alto do que o da maioria dos países da África. Até 2 milhões de imigrantes, principalmente africanos, encontraram trabalho na Yamahiriya árabe da Líbia. O estado líbio, sob o regime nacionalista do coronel Kadafi, tinha as maiores reservas de petróleo de toda a África, bem como grandes reservas de gás natural, e o maior estoque de ouro depositado em seu Banco Central. O “governo dos coronéis” que tomou o poder nos anos 60, expulsando os colonizadores europeus do país, decretou margens de lucro muito limitadas para empresas estrangeiras que permaneceram na Líbia.

Graças à exportação de recursos energéticos da Líbia, a balança comercial da Yamahiriya registrou superávit anual de US$ 27 bilhões.  Com esses recursos, o Estado líbio investiu cerca de 150 bilhões de dólares no exterior. Os investimentos da Líbia na África foram fundamentais para o projeto da União Africana que visava a criação de 3 organizações financeiras:o Fundo Monetário Africano, com sede em Yaoundé (Camarões); o Banco Central Africano, com sede em Abuja (Nigéria);o Banco Africano de Investimentos, com sede em Trípoli (capital da Líbia).Essas novas organizações financeiras africanas deveriam criar um mercado comum e uma moeda única para as nações da África.

Não é por acaso que a guerra da OTAN contra a Líbia começou menos de 2 meses após a cúpula da União Africana que dera - a 31 de Janeiro de 2011 - o sinal verde para a criação, nesse mesmo ano, do Fundo Monetário Africano. Isso é demonstrado pelos e-mails da secretária de Estado do então governo Obama&Hillary Clinton, posteriormente divulgados pelo WikiLeaks. O fato é que os Estados Unidos e a França queriam eliminar Muammar el-Kadhafi antes que o líder líbio usasse as reservas de ouro de seu país para criar uma moeda pan-africana como alternativa ao dólar americano e ao franco CFA (moeda que a França impôs de 1945 a 14 de suas ex-colônias africanas). 

Isso é demonstrado pelo fato de que, antes do início dos atentados de 2011, foram os bancos que agiram contra a Líbia, apreendendo os 150 bilhões de dólares que o Estado líbio havia depositado no exterior e que na maioria desse valor “desapareceram”.  Nesse roubo flagrante de fundos líbios, nada mais nada menos se destaca o Goldman Sachs, o todo-poderoso banco de negócios dos Estados Unidos, cujo vice-presidente era Mario Draghi (o atual chefe do governo italiano).

Hoje, as receitas das exportações de hidrocarbonetos da Líbia vão para as mãos de grupos financeiros que disputam o poder e algumas multinacionais estrangeiras, enquanto a população líbia tenta sobreviver em meio a uma situação caótica de miséria absoluta, caracterizada por constantes combates armados entre diferentes facções criminosas.

Após a queda dos Yamahiriya, os imigrantes africanos, acusados ​​de serem "mercenários de Gaddafi", foram perseguidos, capturados e até trancados em jaulas de animais, torturados e mortos. Hoje a Líbia se tornou a principal rota de trânsito, amplamente explorada por traficantes de seres humanos, de um caótico fluxo migratório para a Europa que já deixou mais vítimas do que a guerra de 2011.Na cidade líbia de Tawerga, as milícias islâmicas de Misurata - as mesmas que assassinaram covardemente Kadafi em 2011, apoiadas pela OTAN, procederam a uma limpeza étnica, obrigando 50.000 líbios a abandonar as suas casas, ao que nunca puderam retornar. É esta verdadeira carnificina imperialista contra uma nação, que a esquerda revisionista chamou de “Grande Revolução Democrática”...