segunda-feira, 14 de março de 2022

4 ANOS DO ASSASSINATO DE MARIELLE: POLICIAIS MILICIANOS APERTARAM O GATILHO MAS ORDEM PARA EXECUÇÃO FOI “PENSADA POLITICAMENTE” PELA ENGRENAGEM ASSASSINA DO REGIME BURGUÊS COMANDADA PELA FAMIGLIA MARINHO

04 anos depois da morte da vereadora do PSOL fica claro para os Marxistas Revolucionários que o assassinato político de Marielle Franco foi evidentemente operado por falanges policiais, profissionalizadas em crimes de maior complexidade. Muito bem executado e de forma bem diferenciada das execuções praticadas por meras quadrilhas de traficantes de morro em guerra com seus oponentes. Porém o atentado criminoso não foi “pensado politicamente” por seus operadores finais, eles cumpriram as ordens da burguesia e seus gerentes políticos subordinados a Casa Branca, mas sua execução foi “pensada politicamente” pela Famiglia Marinho.

Como a LBI pontuou no dia do assassinato de Marielle, sua execução foi uma peça central da engrenagem golpista que teve na “Lava Jato” seu centro logístico e estatal no país, mas que seguiu uma rígida “agenda” organizada pelos "falcões" de Washington pelas mãos da Rede Globo. O protagonismo midiático que os Marinho deram ao assassinato de Marielle pode ser comparado a morte de Tancredo Neves ou mesmo o acidente da F-1 que vitimou Airton Sena, criando um profundo clima de "comoção nacional" que serviu a objetivos políticos precisos em curso até hoje, 03 anos depois de sua morte.

Essa operação política mafiosa cumpriu e está em curso ainda hoje. Primeiro serviu para detonar o processo de retirar do PT a primazia política de uma esquerda que controla os movimentos sociais ainda com um viés da classe trabalhadora (formalmente classista), transferindo esta hegemonia para uma nova esquerda "identitária" e policlassista, como o PSOL. A Famiglia Marinho sempre soube que PSOL limita-se a canalizar a repulsa popular pelo assassinato de sua parlamentar nos estreitos limites de um imenso reforço eleitoral, ou seja, atos massivos mas sem nenhum corte de radicalização ou ruptura da ordem institucional. A Lava Jato e os Marinho, ao que tudo indica até o momento, forneceram o planejamento estratégico da conveniência conjuntural da eliminação de Marielle, a milícia paramilitar se encarregou da operação física do crime.

Por sua vez, um segundo objetivo foi coloca no colo do “clã Bosonaro” a responsabilidade da ordem para matar a vereadora do PSOL, uma “bala de prata” contra Bolsonaro que está guardada para ser usada até 2022. O policial Lessa morava no condomínio Vivendas da Barra, na Avenida Lúcio, o mesmo de Bolsonaro. O outro assassino postou fotos nas redes sociais com o presidente neofascista, cuja familícia controla parte das milícias no Rio de Janeiro. Os dois tiveram prisões decretadas em marco de 2019. Lessa teria atirado nas vítimas, e Elcio era quem dirigia o Cobalt prata usado na emboscada. 3 anos depois da morte, ocorrida em 14 de Março de 2018, a “investigação” concluiu o que todos já sabiam: as milícias policiais executaram a vereador do PSOL.

É óbvio que secundariamente a execução de Marielle também serviu como um duro "aviso" das forças policiais do RJ para que parlamentares de esquerda ou lideranças políticas não atrapalhem em seus "negócios" ou tampouco denunciem suas atrocidades contra a população negra e pobre das periferias.

Para os Marxistas Leninistas a organização de comitês populares de autodefesa é o primeiro passo para enfrentar a sanha reacionária em curso em todo o país. É sintomático que logo após as claras evidências de um crime político encomendado, o deputado Marcelo Freixo reforçou sua confiança na Polícia Militar e Civil fluminense para a apuração do assassinato de Marielle. 

Para os Marxistas Leninistas a ampla repercussão social dada ao bárbaro assassinato de Marielle, gerando potencialmente uma latente rebeldia popular contra as instituições apodrecidas do regime da democracia dos ricos e seu governo golpista, deveria ser convertida em um chamado a ruptura com a própria institucionalidade burguesa que pretende eliminar política e fisicamente as principais referências da esquerda, sejam reformistas ou revolucionárias.

A organização de comitês populares de autodefesa deveria ter sido o primeiro passo desta importante tarefa. Desgraçadamente nem o PT e tampouco o PSOL adotam uma tática minimamente justa para lutar corajosamente contra a brutal ofensiva da direita neoliberal e golpista. Muito mais do que o chamado "protocolar" do PSOL, é necessário a construção imediata de uma nova direção política (classista e revolucionária) para o movimento de massas, que organize a resistência direta a sanha fascista que avança em nosso país!