quinta-feira, 24 de março de 2022

GOVERNO BOLSONARO, PARAÍSO PARA O CAPITAL FINANCEIRO: A CADA 1 PONTO PERCENTUAL DE AUMENTO NA SELIC, 32 BILHÕES VÃO PARA OS BOLSOS DOS RENTISTAS

Ao elevar a taxa básica de juros da economia (Selic) em 1 ponto percentual, na última reunião do COPOM realizada no dia 16/03, passando de 10,75% para 11,75% ao ano, o Banco Central (BC) aumenta em R$ 32 bilhões ao ano o pagamento de juros e serviço da dívida pública. Esta medida, tomada na semana passada, beneficia diretamente bancos brasileiros e demais rentistas internacionais com o pagamento de mais juros. São recursos econômicos do Estado nacional que alimentam o paraíso do capital financeiro em nosso país, em pleno governo neofascista que costuma fazer discursos demagógicos contra a governança global do capital financeiro.

As alterações da taxa de juros não são neutras do ponto de vista da distribuição de renda. Supondo que 50% da dívida pública é “selicada”, cada 1 p.p de aumento da Selic leva a um aumento imediato de 0,4 p.p do PIB nos serviços da dívida pública, ou seja, R$ 32 bilhões transferidos diretamente para os bolsos dos rentistas ao ano.

Em 12 meses (até janeiro), foram pagos a títulos de juros para os bancos, rentistas e demais especuladores R$ 425,7 bilhões, segundo o relatório do BC sobre Estatísticas Fiscais. Para garantir a transferência de recursos estatais aos rentistas, o neofascista Bolsonaro “enxugou” o investimento público ao menor nível da história do capitalismo tupiniquim. No Orçamento de 2022, o governo disponibilizou apenas R$ 42,3 bilhões para os investimentos.

Os preços dos combustíveis e dos alimentos dispararam na gerência Bolsonaro, antes das sanções imperialistas impostas à Rússia. Os seguidos aumentos na taxa Selic não reduziram em nada a inflação, que não é demanda por consumo. A economia capitalista está parada, o desemprego elevado, a renda desabando e a miséria do nosso povo atingindo níveis degradantes.

Entre os chamados países capitalistas periféricos o Brasil ocupa o segundo lugar entre aqueles que mais elevaram a taxa de juros em 2020. A farsa do “Brasil potência”, alimentada  por mais de uma década pelos governos petistas de colaboração de classes, ruiu por completo com uma simples inflexão negativa da crise financeira mundial, onde os países semicoloniais exportadores de produtos primários sem valor agregado, entraram em recessão devido a retração dos grandes mercados imperialistas.