PSOL NÃO ESTÁ NA ENCRUZILHADA... NASCEU SOCIAL-DEMOCRATA,
TORNOU-SE “PUXADINHO DO PT” E AGORA É CABO ELEITORAL DA CANDIDATURA BURGUESA DE
LULA
Setores do PSOL lançaram o documento “PSOL na encruzilhada. Carta aberta à direção e militância” em questionam o apoio eleitoral a Lula e a federação com a Rede. Segundo seus signatários, agrupados em torno de Glauber Braga, Milton Temer, Plinio de Arruda Sampaio Júnior e correntes políticas como a CST, LS, LSR e afins... “É preciso derrotar a política da direção partidária, apoiada pelo campo majoritário, que deixa o PSOL de joelhos frente a chapa PT-tucana. O PSOL não tem vocação para ser puxadinho do PT e, menos ainda, do Banco Itaú. É hora de reafirmar de maneira clara e inequívoca seu compromisso inarredável com a classe trabalhadora”. Na vida real, o PSOL irá apoiar a candidatura burguesa de Lula mesmo com Alckmin sendo o vice na chapa presidencial da Frente Ampla em outubro de 2022.
Demagogicamente Boulos diz que é necessário um “programa de governo de esquerda” quando a direção nacional do PT já anunciou seu programa capitalista de colaboração de classes, o mesmo da gestão anterior de Lula, apoiado pela burguesia e seus partidos da ordem via um pacto social para atacar conquistas e impor a paralisia das lutas operárias. O PSOL está de olho na eleição de uma gorda bancada parlamentar no lastro da eleição do petista.
A carta propõe “Suspensão imediata de toda e qualquer tratativa, formal ou informal, com a candidatura Lula e com os dirigentes da Rede ou qualquer outro partido burguês”, o “Início de negociações programáticas com os partidos da esquerda socialista -PCB, UP e PSTU” e a “Convocação de uma Conferência Eleitoral, com delegados e delegadas eleitos democraticamente, precedida de plenárias de base, para debater a tática eleitoral, o programa e a candidatura própria do PSOL, pronunciando-se sobre o nome do companheiro Glauber Braga como representante do partido no pleito presidencial de 2022”.
O
lançamento de Glauber Braga trata-se uma jogada eleitoral no marco da política
reformista para agrupar no 1º turno os descontentes com a “frente ampla”
burguesa de Lula, aproximando PCB e PSTU nessa iniciativa política que do ponto
de vista programático representa apenas a reedição de um programa de
colaboração de classes como teve Boulos em 2018, além de catapultar seu próprio
nome para futuras disputas no Rio de Janeiro.
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, se
posicionou contra a iniciativa de uma ala do partido em lançar o deputado
federal Glauber Braga (RJ) como candidato à presidência da República. Segundo
ele "Hoje um grupo de lideranças do PSOL divulgou manifesto defendendo
candidatura do partido à Presidência da República. Considero o momento
inoportuno para esse debate. É hora de lutar pela unidade das esquerdas e por
um programa anti-neoliberal para 2022. Essa é nossa prioridade”, defendeu
Juliano. “Obviamente, é direito de todo filiado ou filiada manifestar suas
opiniões sobre qualquer tema que diga respeito ao partido. Mas, como
presidente, me oriento pelas posições oficiais do PSOL. E como definiu nosso
Diretório Nacional, essa é a prioridade”, complementou compartilhando um
manifesto do Diretório Nacional. Juliano reflete a maioria da direção do PSOL
(Ivan, Edmilson) que deseja uma frente eleitoral com Lula para
catapultar a base parlamentar do partido em uma aberta aliança com o centro e a
direita burguesa.
A candidatura de Glauber não vingará mas em contrapartida
Lula já recebeu a garantia que o PSOL de conjunto apoiará o candidato da frente
popular no segundo turno da eleição presidencial. O “conchavo de alto nível” é
permeado pela adoção de um programa de colaboração de classes, tanto para
Glauber como para o candidato do PT ao Planalto, com diferença apenas no arco
político dessa aliança.
Ainda assim, a iniciativa serve para agrupar os setores que
se dizem contra as alianças com a burguesia mas ao final votam
"criticamente" em Lula e sua Frente Ampla no segundo turno, como
PSTU, PCB, UP e outros grupos políticos menores, uma manobra distracionista que
os revolucinários devem desmarcar porque está a serviço de melhor camuflar a
estratégia reformista tanto do PT como no próprio PSOL.
De fato, com a atual política de integrar o chamado
"centro civilizatório" que apoia o programa ditado pelo OMS
(lockdown, vacina e testes, tripé do famoso "fique em casa" para
paralisar a luta de classes) não há qualquer motivo para o PSOL não apoiar Lula
e uma ampla aliança burguesa para a disputa de 2022. Bolsonaro é usado por um
grande arco político (que inclui a Famiglia Marinho e o Itáu) como o
"espantalho" de extrema-direita para forjar essa frente de
colaboração entre as classes sociais.