PRONUNCIAMENTO DA LIDERANÇA DO HAMAS, ISMAIL HANIYEH: “O INIMIGO CEDEU ÀS CONDIÇÕES DO HAMAS PARA TROCA DE PRISIONEIROS”
O chefe do Bureau Político do Hamas, Ismail Haniyeh, garantiu em um discurso transmitido desde Doha após o acordo de troca de prisioneiros, que o inimigo sionista cedeu às condições impostas pelo seu movimento da Resistência Palestina para a troca de detidos.
Nos termos do acordo negociado entre o Qatar e o Egipto, 50
prisioneiros israelenses, mulheres e crianças com menos de 19 anos detidos pelo
Hamas seriam libertados em troca da libertação de 150 detidos palestinos em
prisões sionistas, também mulheres e crianças sob a idade de 19 anos. No
primeiro dia, um grupo de 39 prisioneiros palestinos , composto por 24 mulheres
e 15 crianças, foi libertado em troca de 13 detidos israelenses em poder do
Hamas.
Ao comentar a entrada em vigor nesta última sexta-feira da
trégua temporária de 4 dias, Haniyeh garantiu que o Hamas a respeitará enquanto
a entidade sionista a respeitar. A seguir as principais ideias de seu discurso
proferido em Doha:
“Com a ajuda de Deus e a espantosa perseverança do nosso
povo, desde o dia 7 de Outubro até ao confronto “à distância zero“ contra as
forças de ocupação, no quadro da complementaridade entre a ação política e a
ação militar e com o apoio dos povos livres do mundo inteiro, conseguimos
enfrentar a ocupação, quebrar a sua vontade e abortar os seus planos, apesar do
grande sofrimento infligido.
O inimigo concentrou-se em recuperar os prisioneiros de
Al-Qassam, matando e cometendo genocídio e todas as formas de terrorismo. O
inimigo garantiu que não aceitaria um cessar-fogo ou a decisão do Conselho de
Segurança da ONU que estipulava a necessidade de uma trégua humanitária.
Após 50 dias de barbárie e diante da perseverança do nosso
povo e da resistência palestina que o enfrentou em todas as frentes de combate
com muita coragem, acabaram cedendo às nossas condições.
Sob os auspícios do Qatar e do Egito, enquanto consultamos
as fações da Resistência Palestina conduzimos negociações árduas nas últimas
semanas. Estamos comprometidos com a trégua enquanto o nosso inimigo estiver
comprometido com ela.
Saudamos os esforços para acabar com a agressão contra o
nosso povo, levantar o bloqueio a Gaza, trocar detidos, pôr fim aos ataques à
Mesquita de Al Aqsa e permitir que o nosso povo estabeleça o seu Estado
independente com Al-Quds como capital e o direito à liberdade, determinação e
retorno.
Salientamos a importância dos esforços contínuos dos países
árabes e amigos, liderados pela pela Rússia, para permitir que o nosso povo
realize as suas ambições nacionais.
Saudamos a recusa árabe e islâmica de interferir no destino
de Gaza na sequência da agressão e a recusa de deslocar os palestinos,
especialmente por parte da Jordânia e do Egipto, cuja posição tem sido clara e
decisiva.
Saudamos o nosso povo em Gaza, cuja firmeza foi o fator
central que forçou o inimigo sionista e os seus aliados a recuar.
Saudamos o povo da nossa nação e os povos livres do mundo.
Agradecemos imensamente os vossos contínuos movimentos e atividades de massa em
apoio a Gaza, à sua resistência e à batalha da Palestina pela liberdade e
libertação. Apelamos à continuação deste apreciado esforço, bem como à sua
intensificação por todos os meios e em todas as áreas.
As nossas saudações à Resistência Islâmica no Líbano, que
lutou ao longo das linhas da frente da Galileia ocupada e ofereceu dezenas de
mártires ao lado dos mártires do nosso povo no Líbano, o último dos quais é o
mártir Qassami Jalil Al-Jaraz.
Os irmãos no Iémen expressaram firme e poderosamente a sua
solidariedade para com os seus irmãos na Palestina. E agradecemos à resistência
iraquiana que participa nesta batalha com vigor e coragem”.