AS TAREFAS DOS INTERNACIONALISTAS REVOLUCIONÁRIOS NA GUERRA EM GAZA: LUTAR PELA DESTRUIÇÃO DE ISRAEL! COMBATER PELA VITÓRIA DA
RESISTÊNCIA PALESTINA!
A “Gaza Nakba” deve ser rejeitada não apenas por palavras mas através de ações concretas sólidas em apoio a Resistência Árabe para evitar que Israel aproveite a guerra para expulsar novamente os palestinos de seu território histórico, nesse sentido a tarefa central colocada é lutar pela vitória militar do Hamas, Jihad e Hezbollah como parte do combate estratégico pela destruição de Israel! Nesse sentido como Marxistas Leninistas denunciamos que é simplesmente incorreto afirmar que a tentativa sionista em curso de deslocar todos ou muitos refugiados palestinos de Gaza para o Sinai é uma ideia nova, imposta pelas circunstâncias recentes fruto do ataque do Hamas. Deslocar os palestinos a força ou mesmo exterminá-los é uma ideia antiga, tão antiga como a própria criação do enclave de Israel pelas mãos do imperialismo ianque.
Na verdade, historicamente, a “transferência” populacional tem sido mais do que uma ideia, mas uma política governamental real, com mecanismos claros. Yosef Weitz, diretor do Departamento de Terras e Florestação, foi encarregado de criar o Comité de Transferência em Maio de 1948 para supervisionar a expulsão dos árabes palestino das suas cidades e aldeias. Por outras palavras, enquanto Israel concluía a fase inicial da limpeza étnica, iniciou outra fase, a da “transferência”, cujos resultados são bem conhecidos.
Mas mesmo muitos dos chamados intelectuais liberais de
Israel promoveram e continuam a promover a ideia. “Não creio que as expulsões
de 1948 tenham sido crimes de guerra”, disse o historiador israelense Benny
Morris em uma entrevista ao Haaretz em 2004. “Acho que ele (o pai fundador de
Israel, David Ben-Gurion) cometeu um grave erro histórico em 1948 ( …) Se ele
já estava em processo de expulsão, talvez devesse ter feito um trabalho
completo. (…) Não se faz omelete sem quebrar os ovos. Você tem que sujar as
mãos”.
Morris referia-se especificamente à Nakba, que começou para
valer em Dezembro de 1947 e só terminou em 1949. Depois, a limpeza étnica
assumiu uma forma diferente, uma campanha mais lenta destinada a reestruturar o
mapa demográfico do recém-fundado Israel em favor de Judeus israelenses às
custas dos árabes palestinos.
Várias campanhas dirigidas às comunidades árabes palestinas,
que permaneceram em Israel após a Nakba, foram iniciadas sob vários disfarces.
Embora nem uma única comunidade tenha sobrevivido ao ataque demográfico do
governo sionista, os beduínos palestinos receberam a maior parte do
deslocamento, uma campanha que continua até hoje.
Após a guerra de Junho de 1967, a expulsão em massa foi
retomada mais uma vez. Aproximadamente 430.000 palestinos foram deslocados à
força, especialmente de áreas originalmente ocupadas em 1948. Ao longo dos
anos, até o presente, centenas de milhares de colonos judeus israelenses
tomaram o lugar dos palestinos deslocados, reivindicando suas terras, casas e
pomares como se fossem seus.
Na verdade, a lenta limpeza étnica da Cisjordânia é
considerada o epicentro do colonialismo em curso de Israel na Palestina
Ocupada. E, do ponto de vista do direito internacional, é um dos seus maiores
crimes de guerra, pois representa uma violação flagrante das normas
internacionais, especialmente da Quarta Convenção de Genebra.
“A Potência Ocupante não deverá deportar ou transferir
partes da sua própria população civil para o território que ocupa”, afirma o
Artigo 49 da Quarta Convenção de Genebra. Também proíbe as “transferências
forçadas individuais ou em massa, bem como as deportações de pessoas protegidas
do território ocupado”.
Afirmar que o recente apelo à expulsão em massa dos palestinos de Gaza é um acontecimento novo, motivado pelo ataque do Hamas de 7 de Outubro e pelo subsequente genocídio em Gaza, é simultaneamente impreciso e desonesto. Esta afirmação ignora o fato de Israel, enquanto projeto colonial, ter sido fundado no conceito de limpeza étnica, e de que os políticos sionistas nunca pararam de falar sobre a deslocação em massa de palestinos, mesmo em circunstâncias supostamente “normais”.
Por exemplo, em 2014, o então Ministro dos Negócios Estrangeiros, Avigdor Lieberman, tentou reformular a antiga estratégia de “transferência”, utilizando uma nova linguagem não tão inteligente. “Quando falo de troca de terras e de população, refiro-me ao Pequeno Triângulo e ao Wadi Ara”, disse Lieberman num comunicado, referindo-se às regiões predominantemente árabes no centro e norte de Israel, insistindo que “isto não é uma transferência”. Este contexto é fundamental se quisermos compreender verdadeiramente a história por detrás do regresso entusiástico à linguagem da limpeza étnica.
Em 11 de Novembro, Avi Dichter, Ministro da Agricultura de Israel e antigo chefe da agência de espionagem Shin Bet, apelou especificamente a outra Nakba. “Estamos agora a implementar a Gaza Nakba”, disse Dichter numa entrevista televisiva.
Podemos facilmente extrair o seguinte conjunto de informações da declaração do ministro israelense: Os sionistas estão muito familiarizados com o termo 'Nakba', portanto, com o que aconteceu ao povo palestino há 75 anos – o da limpeza étnica e do genocídio – e permanecem impenitentes.
No entanto, esta não foi uma declaração dita com raiva. Um relatório governamental vazado, datado de 13 de outubro, seis dias após o início da guerra, sugeria a transferência em massa da população de Gaza para o deserto do Sinai.
Quatro dias depois, em 17 de Outubro, o think tank israelita “Instituto Misgav para Segurança Nacional e Estratégia Sionista”, publicou um documento apelando ao governo israelense para aproveitar esta “oportunidade única e rara para evacuar toda a Faixa de Gaza”.
Não faz muito sentido presumir que relatórios tão extensos foram elaborados em questão de dias. Na verdade, são necessários anos de planejamento e discussões para que esquemas tão complexos sejam preparados, de modo que se tornem dignos de consideração oficial.
Esta não é a única prova de que a deslocação dos palestinos em Gaza não foi uma estratégia urgente impulsionada pelos acontecimentos recentes, uma vez que os palestinos na Cisjordânia, que não estiveram envolvidos na operação de 7 de Outubro, também se viram sob a ameaça de expulsão.
Por enquanto, a maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza, a maioria dos quais são refugiados da Palestina histórica, estão deslocados internamente naquele pequeno pedaço de terra, a quem é negada água, comida, eletricidade – na verdade, a própria vida. Mas eles permanecem firmes e não permitirão que outra Nakba ocorra, não importa o custo.
Por essa razão a resistência palestina vencerá tendo como tarefa central a destruição de Israel! Nesse terreno de luta, os Internacionalistas Revolucionários devem organizar brigadas internacionalistas para combater pela vitória militar da resistência palestina como parte da luta estratégia pela revolução proletária mundial!