sábado, 25 de julho de 2020

EUGENIA E GENOCÍDIO: DUAS PRÁTICAS ANTIGAS E ATUAIS DO IMPERIALISMO E SEUS “CIENTISTAS”


Entre 1929 e 1974, o estado da Carolina do Norte (EUA) realizou um programa de esterilização, apoiado por “organismos científicos”,visando especificamente a população negra da região, o qual a Universidade Duke define como "genocídio", de acordo com um estudo recentemente publicado pela American Review of Political Economy. 

Quase 7.600 homens, mulheres e crianças, alguns com menos de 10 anos de idade, foram submetidos à esterilização cirúrgica como parte de um programa criado para servir o "interesse público", impedindo a reprodução dos "mentalmente fracos". A maioria das operações criminosas foi realizada com a aquiescência do CDC, sob o manto “humanitário”, de controle da natalidade, uma prática transportada em grande escala para a África e Ásia, por organizações “filantrópicas”, como a Fundação Bill e Melinda Gates. 

A denúncia da American Review, começa com uma referência à tese de Marx sobre o Exército da Reserva Industrial e analisa os anos de 1958 a 1968, período em que foram realizadas mais de 2.100 esterilizações na Carolina do Norte.  Segundo os autores do estudo, as esterilizações aumentaram à medida que o tamanho da população negra desempregada aumentou, sem atingir brancos ou pessoas de outras origens que estavam desempregadas nas mesmas proporções. "O uso desproporcional da esterilização eugenista na Carolina do Norte em cidadãos negros foi um ato de genocídio", segundo William Darity Jr., professor da Universidade de Duke e co-autor da investigação.A definição de genocídio segundo a própria ONU implica a vontade de "destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso", inclusive tomando "medidas para impedir nascimentos dentro do grupo", diz o professor William. Trabalhos anteriores demonstraram que o programa era desproporcionalmente direcionado aos negros, mas este novo estudo lança luz sobre a mecânica usada e suas motivações. "Controlar os corpos negros e suas opções reprodutivas não é novidade", diz a co-autora Rhonda Sharpe, do Instituto para Ciências, Equidade e Raça da Mulher. "Nosso estudo mostra que a Carolina do Norte restringiu a liberdade reprodutiva, usando a eugenia para privar os negros do direito de votar", acrescentou.Em 2010, o estado da Carolina do Norte criou um fundo de compensação para as vítimas do programa que ainda estão vivas. 

Em 2014, eles enviaram os primeiros cheques, de US$20.000 cada, para as 220 das pessoas afetadas “oficialmente”,segundo o jornal local “The News & Observer”.Os crimes de genocídio e as práticas eugenistas  não eram exclusivas dos países fascistas, como a Alemanha de Hitler, mas faziam parte das políticas burguesas “democráticas” de dominação implementadas nos países capitalistas mais avançados ao longo do século XX.  Tampouco eram praticadas apenas no chamado “Terceiro Mundo”.

 O racismo não é apenas discriminação étnica, não é apenas uma questão legal, mas toda uma política econômica de acumulação capitalista. Assim também podemos definir o objetivo estratégico da eugenia, por parte do capital financeiro, zeloso no cumprimento das metas fiscais dos Estados para que não comprometam o pagamento da gigantesca dívida pública das nações. Porém muitas vezes o imperialismo e os agentes financeiros não atuam com a sua própria cara para operar a eugenia em massa, operam através de “organismos científicos”, respaldados pela ONU. Qualquer correlação entre o surgimento da pandemia de coronavírus, os interesses do capital financeiro, a OMS e a Fundação Gates não será mera coincidência. Somente os muito tolos e “amedrontados”, que seguem politicamente a Social Democracia a mesma que cometeu crimes de eugenia no próprio território do imperialismo, afirmam que a Fundação Gates e a OMS são “organizações científicas” e que “protegem a vida da humanidade...