Pelo segundo dia, milhares de trabalhadores passaram a
madrugada nas calçadas das agências da Caixa Econômica Federal (CEF) para tentar
receber os R$ 600 do auxílio emergencial bloqueado pelo governo Bolsonaro durante a pandemia do
coronavírus.
A Caixa bloqueou mais de 1 milhão de contas por suspeita de fraude
e problemas no cadastro. Cinicamente, na quarta-feira (22), o ultraneoliberal presidente
da Caixa, Pedro Guimarães, disse que o processo para desbloquear as contas vai
ter que seguir o calendário dos pagamentos do benefício, ou seja, não adianta
aguardar na fila. “A fraude operacional, normalmente criação de contas aonde se
desviou esse dinheiro de uma pessoa que poderia receber, então, esse tipo de
fraude é o que a gente discutiu durante boa parte da apresentação, aonde estas
contas estão bloqueadas e para desbloquear, quando há suspeita de fraude, há
necessidade do beneficiário ir a agência, de novo, dependendo do seu mês de
pagamento, dia ou mês de pagamento, para que possa ser retirado esse bloqueio
da conta”, disse Guimarães. Mas, com muitas dúvidas e na tentativa de
solucionar o problema, era grande a movimentação de pessoas às 6h desta
quinta-feira (23) perto de uma agência de Bangu, na Zona Oeste da cidade. É o
caso do Seu Antônio que, na tentativa de resolver a questão pela quinta vez,
chegou às 18h de quarta-feira em Bangu. Ele “dormiu” na fila e passou frio
durante a madrugada. “Eles mandaram eu fazer tudo. Eu fiz. E ninguém dá acesso
a nada. (...) É a quinta vez já. Então, tô cheio de frio, com fome e tem que
pagar aluguel e aí?”, questiona. Ele conta que na penúltima vez que esteve no
local foi orientado a tirar uma documentação e retornar em 7 dias, ou seja,
nesta quinta-feira. “Será que não tem alguém que possa me ajudar?”. Seu Antônio
disse que recebeu apenas a 1ª parcela do auxílio emergencial.
Fica evidente que
Bolsonaro e Guimarães tem sabotado por todas as formas o pagamento do
"auxílio emergencial" aos trabalhadores brasileiros. Milhares de
pessoas cadastradas na Caixa para o recebimento do "auxílio" ainda
não conseguiram sacar os R$600 aprovados pelo Congresso Nacional. O impasse se
agrava, e o desespero de milhares de famílias vem à tona, diante do acirramento
de uma crise econômica, sanitária e política.
Diante disso o governo anunciou nesta semana o
calendário para o pagamento da terceira, quarta e quinta parcelas do
"auxílio" (vejam que milhares de pessoas ainda não receberam nem a
primeira parcela e as filas da Caixa são assustadoras diante do risco de contágio),
dificultando ainda mais os pagamentos em dinheiro.
Na prática, o calendário estabelece que
os R$600 só poderão ser sacados de fato a partir no final de agosto! Essa burocracia para pagar
esses míseros valores, significa de fato um crime contra os trabalhadores sem
renda alguma e que precisam comprar comida para seus filhos. Bolsonaro tenta dificultar por todos os meios
o recebimento do "auxilio" por parte da população pobre, sua lógica é
criar o caos, provocar fome e miséria, para obrigar os trabalhadores voltarem
ao trabalho mesmo diante dos riscos de morte certa do povo, para favorecer os
lucros patronais.
Para ficar claro a quem o assassino Jair Bolsonaro representa
e defende, desde a chegada do coronavirus ao Brasil, seu governo distribuiu
mais de 1 trilhão de reais aos banqueiros, sem falar dos benefícios de todo
tipo que garantiu aos grandes empresários, enquanto ataca os direitos básicos
do povo trabalhador e sabota criminosamente o pagamento de míseros R$600 aos
mais necessitados.