Hong Kong foi arrancada literalmente a canhonaços da China
continental na Guerra do Ópio, movida pelo imperialismo britânico para impor
seu tráfico de droga à maior nação asiática. São hoje estes bandidos
imperialistas (ianques e bretões) que pretendem dar “lição de democracia” ao
antigo Estado Operário. “Longe vão os dias em que Hong Kong estava sob o domínio
colonial britânico”, reagiu indignado o embaixador do governo chinês em
Londres, Liu Xiaoming, à ameaça do reacionário primeiro-ministro Boris Johnson de
conceder passaporte britânico a “três milhões” de moradores de Hong Kong, se
for mantida a Lei de Segurança Nacional, aprovada na semana passada pela
Assembleia Popular Nacional da China, que proíbe a secessão, a conivência com
forças estrangeiras, a sedição e o terrorismo internacional. A China
consquistou a devolução de Hong Kong em 1997, que integrava seu território
desde 200 AC. Na última terça-feira (30/06) a mais alta instância do poder
legislativo na China, a Assembleia Popular Nacional (APN) aprovou a lei que
objetiva defender Hong Kong da infiltração estrangeira, como visto no ano
passado, em que líderes políticos das “manifestações pela democracia” se
reuniam com uma ‘conselheira’ da CIA para receber instruções, e até foram
flagrados em vídeo divulgado amplamente. Não foi ocultado para ninguém quando
os “rebeldes” de Hong King exibiam bandeiras norte-americanas e britânicas para
cima e para baixo, cantavam o hino de Tio Sam e o “God save the Queen”, e
adaptavam o ‘Glória à Ucrânia’ dos nazistas da Praça Maidan para “Glória a Hong
Kong”.
Os protestos de Hong Kong começaram em maio do ano passado,
coincidentemente com o agravamento da guerra tarifária de Trump, tendo como
pretexto a extensão, aos demais países do mundo, inclusive a China continental,
da lei de extradição que já funcionava em relação aos EUA e mais 19 países,
depois de um grave crime de feminicídio. As manifestações foram precedidas pela
ida de uma ‘delegação de Hong Kong’ para receber as bênçãos do Departamento de
Estado. Sabe-se agora que o arrivista e guru de Trump, Steve Bannon, também
estava fazendo a sua parte junto a oligarcas de extrema direita de Hong Kong.
Entretanto os protestos já haviam sido “preparados” com um ano de antecedência,
com a “generosa” ajuda financeira de uma ONG, fachada da CIA, com o
treinamento de 1.000 “lideranças democráticas”. Na quarta-feira passada(01/07)
já com a nova lei em vigor, Hong Kong festejou 23 anos da reintegração à pátria
chinesa, sob o lema “um país, dois sistemas”, uma tremenda concessão do Partido
Comunista chinês ao imperialismo quando da reintegração histórica. O governo
neofascista de Trump, que adotou uma retórica racista contra a China chegando
ao ponto de chamar o coronavírus de “vírus chinês” e a Covid-19, de “Kung Flu,
impulsionou no Congresso dos EUA (com apoio dos Democratas como Bernie Sanders) a
aprovação da chamada “Lei da Autonomia de Hong Kong”. A draconiana lei
norte-americana ameaça impor sanções sobre as entidades ou pessoas chinesas que
“ajudem a violar a ‘autonomia de Hong Kong”
e os bancos que façam negócios com eles”. Por sua vez, o Secretário de Estado
Mike Pompeo anunciou a revogação do estatuto de tratamento preferencial no
comércio que Hong Kong detinha. No complexo processo de abertura política e
criação das zonas econômicas especiais, Hong Kong acabou funcionando durante
muito tempo como uma “interface” entre o Estado Operário burocratizado e o
Ocidente capitalista, onde sua condição de porto e centro financeiro de
primeira grandeza era o aspecto central de interesse do imperialismo.
Com o
gigantesco salto que levou a China à condição de segunda maior economia do
mundo, Hong Kong teve, relativamente, sua importância diminuída. No momento da
restituição à pátria chinesa, o PIB de Hong Kong era 18% do PIB da China, hoje é
de apenas 3%. Para o regime de Pequim, o negociado com Margareth Thatcher, para
dar fim ao roubo do território chinês na Guerra do Ópio, poderia assegurar uma
“convivência pacífica” por 50 anos com os interesses da City londrina (centro
financeiro inglês),um gravíssimo “equívoco” da burocracia stalinista, que hoje
paga um alto preço pela política de suas concessões ao imperialismo. Entretanto
a plataforma defendida pela esquerda revisionista e seus
“rebeldes”manifestantes em pregar a “separação de Hong Kong da China” tem tanto
fundamento quanto a de separar Manhattan dos EUA, por conta da posição
direitista do presidente Trump. Os Marxistas Leninistas não integram o bloco
político de apoio incondicional ao governo do Partido Comunista chinês, mas de
forma alguma esta posição significa participar do conluio da guerra híbrida do
imperialismo contra a China. Os revisionistas do Trotskismo que apoiam as
“manifestações democráticas” que desfraldam a bandeira ianque em seus protestos
pela separação de Hong Kong, recebendo a “ajuda” financeira da Casa Branca,
enlameiam a bandeira da IV Internacional no movimento operário mundial!