quarta-feira, 29 de julho de 2020

30 ANOS DO FORO DE SÃO PAULO: ACUSADO PELA DIREITA DE SER “ANTRO DO COMUNISMO MUNDIAL”... ENCONTRO NÃO PASSA DE UM DECADENTE INSTRUMENTO DE COLABORAÇÃO DE CLASSES!


Ocorreu nesta terça-feira, 28 de julho, o encontro virtual comemorativo dos 30 anos do Foro de São Paulo com a participação de Nicolás Maduro, Daniel Ortega e Miguel Diaz-Canel, presidente de Cuba. O Foro foi convocado pela primeira vez no ano de 90, em São Paulo, pelo PT do Brasil e o PC cubano com o nome original de “Encontro dos Partidos e Organizações de Esquerda da América Latina e do Caribe”.

Hoje é um decadente evento latino-americano que reúne alguns partidos políticos nacionalistas burgueses e organizações da esquerda reformista do continente, muitas que já estiveram a frente das gestões estatais com governos de colaborção de classes que pavimentaram o retorno da direita. Já no I Encontro, sob o impacto da queda do Muro de Berlim, a resolução aprovada afirmava o caráter do Foro, através do reconhecimento da democracia burguesa como “valor universal”, uma adesão explícita à falácia imperialista de encobrir a ditadura do capital sobre os trabalhadores. Na declaração do II Encontro realizado no México, que sintomaticamente mudou o nome da atividade para Foro de São Paulo, essa política ficou ainda mais clara, aprovando que “no âmbito econômico trata-se de que a organização democrática da sociedade defina as funções do mercado e a participação do Estado na vida econômica”! 

Passados 30 anos de sua fundação, o decadente Foro assim como os organismos que a centro-esquerda impulsionou nos últimos anos, se constituem como uma inofensiva reunião que sequer questiona as ordens do imperialismo ianque, como vimos diante dos golpes em Honduras, Paraguay e Brasil. Ele se constituiu em uma tentativa dos então governos burgueses latino-americanos e caribenhos de negociarem com o imperialismo ianque e europeu melhores condições para suas classes dominantes nativas, na qualidade de sócias menores, terem acesso a uma fatia do mercado mundial, incrementando a exploração de seus trabalhadores, sonho reformista reacionário que veio ao chão nos últimos anos. Apesar da retórica nacionalista da defesa da “soberania continental”, seus protagonistas sempre pretenderam estabelecer um pacto com o grande capital internacional. 

Ao comemorar 30 anos, o Foro de São Paulo entra para a historia como expressão política decadente da centro-esquerda burguesa que serviu aos interresses do capital e depois foi descartada da gestão estatal para ser agora protagonista de uma "oposição responsável" que sustenta os regimes políticos democratizantes no continente sob o comando de governos direitistas e até neofascistas! Por sua vez, as gestões burguesas que ascenderam desse espectro político nas últimas eleições, apesar de estarem ausentes das comemorações dos 30 anos do Foro, como o de Alberto Fernandez da Argentina, vem aplicando a risca a receita neoliberal, provando que nem ontem nem hoje, jamais serviram como um ponto de apoio para a luta dos trabalhadores latino-americanos e do Caribe!