FEDER, O EMPRESÁRIO ULTRANEOLIBERAL, PODE ASSUMIR O MEC... UM HOMEM DO MERCADO PELA PRIVATIZAÇÃO DO
ENSINO E A DESTRUIÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA
Renato Feder poderá ser o novo Ministro da Educação, o empresário ultraneoliberal comandava a
Secretaria de Educação do Paraná do governo fascista Ratinho Jr. (PSD). Ele se apresenta como CEO da Multilaser, empresa com 3 mil funcionários superexplorados e que atua no
segmento de eletrônicos e informática, fazendo negócios milionários com os orçamentos estatais por todo o país. Já defendeu a extinção do MEC e a
privatização de todo o ensino público, a começar pelas universidades. A
proposta, que incluía a concessão de vouchers para as famílias matricularem os
filhos em escolas privadas, está no livro “Carregando o Elefante” de 2007. Feder
fez carreira no setor de tecnologia. Destacou-se como executivo depois de
assumir, nos anos 2000, a sociedade na Multilaser, à época uma pequena empresa
de reciclagem de cartuchos para impressoras herdada pelo amigo de infância de
Feder, Alexandre Ostrowiecki. Sob o comando dos dois e devido a seus negócios
juntos aos governos burgueses no Paraná, a companhia tornou-se uma bilionária
da tecnologia, com faturamento superior a R$ 2 bilhões e escritório na
Brigadeiro Faria Lima. Antes, Feder havia passado pela construtora Promon e
pela consultoria de crédito Serasa. Foi também em parceria autoral com
Ostrowiecki que Feder publicou seu livro ultraneoliberal, em que os dois
autores defendem um plano detalhado de “desconstrução do Estado”, que definem
como um processo profundo de eliminação do Estado “em todas as atividades que
hoje ele faz mas que poderiam ser repassadas à iniciativa privada, como a
educação”. O livro defende que a iniciativa privada é “intrinsecamente mais
eficiente na gestão de qualquer coisa”. “Assim como é melhor que uma empresa
privada frite hambúrgueres do que o governo, o mesmo ocorre no caso de uma
escola”, afirma. No caso da proteção às pessoas contra a miséria absoluta, por
exemplo, o livro defende que o ideal é passar o máximo dessa tarefa para
organizações não governamentais e “deixar para o governo apenas casos
emergenciais”. Na saúde, o livro também defende privatizar todos hospitais e
postos de saúde, cabendo à assistência social pagar planos de famílias que
comprovarem incapacidade de fazê-lo. Para a Previdência, a proposta do possível futuro ministro é “abolir
completamente a previdência, tanto do setor público quanto do setor privado.
Cada pessoa decide se quer ou não realizar plano privado de previdência social”.
Cita como exemplo positivo o Chile, apontado como “nação com uma série de
características semelhantes com as do Brasil e que está rapidamente se livrando
do status de país pobre”. No capítulo do
livro sobre Educação, Feder cita problemas atuais, como o mau desempenho dos
alunos brasileiros em português e matemática e a ineficiência dos gastos, e
questiona: “É o Estado a entidade certa para operar dezenas de milhares de
escolas? Será que o controle público é a melhor forma de gerir um colégio,
escolher material didático, pagar professores e cuidar da manutenção? No caso
da maioria das nações do planeta, a resposta ainda é sim, apesar de que esse
quadro pode estar mudando”. “Em quase todos os países”, prossegue o texto,
"o governo opera um sistema público e gratuito de educação. No entanto,
uma série de casos de sucesso inquestionável está mudando a visão dos
especialistas a respeito da melhor estrutura educacional e apontando as
vantagens dos sistemas de vouchers, afirma, referindo-se ao sistema em que “o
Estado paga, os pais escolhem, as escolas competem, o nível de ensino sobe e
todos saem ganhando”. Cinicamente, o texto alerta que os vouchers são
controversos e malvistos pelo "establishment do ensino”, porque, de modo
geral, “contorna o poder dos sindicatos dos professores” em um claro ataque a
organização política e sindical dos trabalhadores. Entre as propostas para a
educação apresentadas no livro estão “privatizar todas as escolas e
universidades públicas, implantando o sistema de vouchers. Para cada aluno
matriculado o governo paga uma bolsa diretamente à escola. Cada escola pode
optar se receberá apenas a verba do governo ou se cobrará uma taxa extra”,
resume. "À primeira vista, a questão do preço pode parecer um pouco cruel,
uma vez que, na prática, deixará as famílias mais carentes de fora das melhores
escolas. No entanto, não podemos nos esquecer que isso já ocorre hoje em dia,
com o agravante de que as escolas de base hoje são de péssima qualidade".
O foco da proposta, defende, é permitir que "todos tenham acesso a escolas
de nível pelo menos aceitável". A proposta dos vouchers também tem a
simpatia do ministro neoliberal da Economia, Paulo Guedes e pode garantir a vaga de Feder no MEC.
No Chile, onde o programa de
vouchers foi implementado nacionalmente durante os anos 80, a principal crítica
é de que o modelo aumentou a desigualdade. No modelo de governo ultra-neoliberal
previsto no livro, o papel do Ministério da Educação, pasta que agora Feder
poderá passar a comandar, seria chefiar o programa nacional de vouchers e o
sistema de testes e ranqueamento das escolas e universidades. Ao assumir o
cargo no Paraná, Feder trouxe consigo para o primeiro escalão da Secretaria
nomes que vieram da iniciativa privada, especialmente da área de tecnologia,
voltados a acelerar a transformação digital na educação pública e para fazer negócios
na área. Um empresário ultraneoliberal vai fazer negócios e negociatas noo
MEC... mais um homem do mercado pela privatização do ensino e a destruição da
escola pública no governo Bolsonaro enquandrado para seguir a agenda ditada pelo Globo e os rentistas...