quarta-feira, 1 de julho de 2020

#BREQUEDOSAPPS: MASSIVA E VITORIOSA MOBILIZAÇÃO NACIONAL
  

A greve dos entregadores de aplicativo mobilizou motociclistas e ciclistas por todo o país. De Norte a Sul do Brasil, entregadores de aplicativos cruzaram os braços e realizaram uma forte mobilização. Na capital São Paulo a categoria realizou comboios, paralisações e bloqueios em centro de distribuições. O movimento seguiu para concentração na Avenida Paulista para a realização de um ato. O movimento alcançou, além da cidade de São Paulo (SP), a região do ABC paulista e Campinas (SP), bem como as capitais Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), São Luiz (MA), Aracaju (SE), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Teresina (PI) e Maceió (AL) e o Distrito Federal (DF).Na cidade do Rio de Janeiro, os protestos tiveram início com uma manifestação no centro da capital, por volta das 10h30. Pouco depois das 11h, o grupo saiu do Centro e seguiu até a Zona Sul, parando nos bairros de Botafogo e Jardim Botânico. Em Fortaleza, motociclistas e ciclistas de diferentes empresas fizeram um bloqueio em frente a um shopping da capital cearense. Em seguida, o grupo saiu em comboio em direção à Praça da Imprensa, no Bairro Dionísio Torres, onde ficou concentrado. “Na pandemia, eles não distribuíram máscara e álcool gel suficientes,mas não é só isso. A gente precisa de aumento no valor da taxa de entrega, EPIs, seguro acidente. Também queremos o fim do bloqueio indevido nas plataformas. Muitas vezes a gente entrega o pedido na casa do cliente, ele vai no app e diz que não entregamos e a gente não tem espaço para se defender. É suspenso por 48 horas e fica sem trabalhar. Se a gente não trabalha, não recebe. Queremos um tratamento mais justo”, diz o entregador Everton Lima. A primeira reivindicação do movimento, que cresce a cada dia, é a garantia de refeições como almoço, jantar e café para quem passa o dia na rua trabalhando com entregas. O movimento reivindica também o aumento do valor recebido por quilômetro rodado e aumento do valor mínimo de cada entrega, que independa da distância percorrida e do tempo gasto pelo entregador, sendo o valor fixado por cada empresa. Além disso, os trabalhadores pedem o fim desses bloqueios indevidos (quando eles são bloqueados dos aplicativos sem saber o motivo), além da distribuição de equipamentos de proteção individual (EPIs) e licença quando doentes. Os trabalhadores de aplicativos de entrega fazem parte de um setor do proletariado que carrega nas costas não só as mochilas, mas carrega o peso de ser uma das categorias mais precárias de trabalho, e que sofrem as consequências da uberização das relações de trabalho e as flexibilizações de legislações trabalhistas, que para muitos são pagas com suas próprias vidas. É necessário agora organizar o movimento, dotar de uma organicidade nacional, democrática e de base, fincada em um programa de luta contra as empresas capitalistas. Por isso é importante construir uma coordenação nacional e por estados com o objetivo da realização de um encontro nacional da categoria e a criação de uma forte entidade representativa.