Eduardo Pazuello, o ministro General interino da Saúde de um
governo que a esquerda reformista (PT, PCdoB) chama de genocida por suas ações
na pandemia, pasmem tem o apoio quase unânime entre os secretários estaduais da
saúde , que são justamente da “oposição”.
Dos 27 secretários de Saúde do
Brasil, 17 disseram ao Painel da Folha de São Paulo que aprovam o trabalho do
general. A matéria de apoio a Pazuello foi publicada na Folha no último
sábado(19/07).Representantes de Bahia, Rio Grande do Norte, Maranhão, Espírito
Santo, Ceará, SP,Rio Grande do Sul, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Pará,
elogiaram o trabalho de Pazuello. Todos estes secretários de saúde são de
governos de oposição a Jair Bolsonaro, PT, PCdoB,PSB ,PSDB e PMDB.
Segundo
estes secretários os principais traços positivos destacados na administração
Pazuello são o pragmatismo, a organização logística e abertura para receber
demandas. Vejamos o que disse o secretário de saúde do governo petista de Rui
Costa da Bahia, Fábio Vilas-Boas:“É uma pessoa cordial, mostrou-se interessado
em ouvir e resolver. A equipe que aí está hoje tem uma missão bem definida. Em
meio à crise, ninguém irá formular políticas de saúde nem reinventar a roda.
São gestores adequados para o momento”. Alguns secretários salientam, porém,
que Pazuello só pode ser elogiado por seu trabalho na crise do coronavírus,
justamente o “cavalo de batalha” da oposição burguesa e da esquerda reformista
para qualificar Bolsonaro de genocida, enquanto seus secretários de saúde
pensam exatamente o contrário.
A verdade tem que ser dita para explicar o
comportamento elogioso dos secretários e de seus mandatários em relação à
Pazuello, os governos estaduais, inclusive de estados pequenos, foram
“encharcados” com “generosas” verbas federais para aplicarem especificamente na
pandemia, centenas de hospitais de campo foram erguidos a um custo duplicado,
milhares de respiradores foram comprados a preço triplicado e por aí
foi...governadores que tem de fato a gestão do SUS no país, por uma imposição
da constituição de 88 que descentralizou o sistema público de saúde, obviamente
não tem o que reclamar, todos foram “agraciados” com bilhões de Reais para
chafurdarem na lama da corrupção sem exceção alguma, seja da oposição ou
bolsonaristas.
A iniciativa de irrigar o sistema emergencialmente com bilhões
de Reais também não partiu de Bolsonaro ou Pazuello, partiu da orientação
global de endividar os estados com “dinheiro chovendo de helicóptero”. Porém a
estrutura regular do SUS continuou à míngua e os profissionais de saúde com
salários comprimidos ou terceirizados e precarizados com seus vencimentos quase
sempre atrasados. Tudo foi feito em sintonia com a regra neoliberal:
terceirização de hospitais, contratos bilionários com corporações empresariais
de saúde e precarização da força de trabalho.
Por isso mesmo recebeu os elogios
dos secretários de saúde da oposição burguesa, ainda que o PT e seus apêndices
faça a demagogia eleitoral do “Bolsonaro genocida” para os holofotes da
mídia...Enquanto isso no mundo real, nos hospitais de campanha sobram
respiradores superfaturados mas faltam medicamentos básicos como sedativos, anti-inflamatórios
antibióticos e fármacos imunológicos, afinal para os “cientistas” da OMS nada
disso é necessário para os pacientes de COVID, só os “testes podem curar os
doentes”...