A Renault anunciou a demissão de 747 funcionários da fábrica
de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Os trabalhadores se
reuniram na porta da unidade e, após assembleia, decretaram estado de greve
para tentar reverter os cortes.
A montadora propôs a
abertura de Programa de Demissão Voluntária (PDV) para 800 pessoas. De acordo
com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), filiado a Força Sindical,
a greve é por tempo indeterminado, até que a empresa negocie a reversão das
demissões. A greve foi aprovada por unanimidade. “Queremos deixar nosso repúdio
pela forma que esta empresa está agindo mesmo recebendo incentivos fiscais do
governo do Estado para gerar e também manter empregos. Infelizmente não é o que
a direção atual desta planta está pensando“, afirmou o presidente do SMC,
Sérgio Butka. Cinicamente, em nota, a montadora disse ter feito propostas de
redução salarial e de jornada, além do programa de demissões voluntárias.
A
burocracia sindical da Força disse que o sindicato tinha dado até o dia 22 para que as negociações avançassem, mas foram surpreendidos pela
decisão da Renault em anunciar as demissões. Ele afirma que o SMC continua
aberto para negociações, mas que a greve pode durar por tempo indeterminado
caso um acordo não seja alcançado até 5ª feira. É preciso
rechaçar as demissões, convocar pela base uma assembleia e deflagrar a greve
com ocupação de fábrica, chamando a solidariedade de toda a categoria. É hora
de resistir usando os métodos de luta da classe operária!
Para a vanguarda
classista e revolucionária este é o momento certo para apoiar fortemente a luta
dos operários da Renault com toda solidariedade política e material e construir
uma verdadeira oposição classista alternativa aos pelegos da mafiosa Força
Sindical! Neste momento o programa de luta é a escala móvel de salários, onde
os contratos coletivos de trabalho devam assegurar aumento automático dos
salários, de acordo com a elevação dos preços dos carros e a escala móvel por
horas de trabalho, para absorver a mão de obra metalúrgica desempregada. Ao
mesmo tempo defendemos uma campanha nacional em solidariedade a luta dos
operários para o cancelamento das demissões. Estatização da empresa sob
controle dos trabalhadores e sem nenhuma indenização.
Para que esta luta possa
vencer é necessário superar a política de colaboração de classes da direção do
Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. É fundamental para enfrentar a
ofensiva dos patrões a retomada dos métodos de luta e ação direta, com
assembleias massivas democráticas e greves unificadas para arrancar verdadeiros
aumentos salariais e fazer avançar a consciência política da classe, a fim de
aumentar o potencial de combate contra os seus inimigos de classe que têm
imputado derrotas econômicas, sociais e políticas aos trabalhadores. Como
sempre temos que enfrentar o perigo da Força Sindical de abrir mão da luta
direta, a greve com ocupação de fábrica é o único meio para barrar as
demissões, para fazer acordos vergonhosos com os patrões!