Impulsionado enormemente pela pandemia, e somado à crise
anterior de superprodução, o déficit do tesouro norte-americano nos primeiros
nove meses do ano fiscal alcançou um valor recorde de US$ 2,7 trilhões (R$ 14,4
trilhões).
O déficit federal dos EUA em junho deste ano foi de US$ 863 bilhões
(R$ 4,6 trilhões), o que é 107 vezes mais que os US$ 8 bilhões (R$ 42,7
bilhões) registrados no mesmo mês do ano passado, segundo estimativas oficiais
do Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA. Nos primeiros nove meses do
atual ano fiscal, que nos EUA é contabilizado de setembro a setembro, o déficit
alcançou a cifra recorde de US$ 2,7 trilhões (R$ 14,4 trilhões), dois trilhões
a mais que no mesmo período do ano passado.
A estimativa mais modesta projetada para o total do déficit em 2020 chegará a cerca de 4 trilhões do dólares. O aumento foi potenciado pela parada
econômica provocada pela pandemia do coronavírus e pela resposta de grandes “resgates”
financeiros dada pelo governo federal, segundo o relatório. Durante os
primeiros nove meses do atual ano fiscal, a arrecadação de impostos caiu 13% em
comparação com o mesmo período de 2019, totalizando aproximadamente US$ 2,3
trilhões (R$ 12,2 trilhões). Entretanto, os desembolsos cresceram
aproximadamente 49% em relação ao mesmo período do ano fiscal de 2019,
superando US$ 5 trilhões (R$ 26,7 trilhões). Em junho, a arrecadação desabou
aproximadamente 28%, ficando em US$ 242 bilhões (R$ 1,2 trilhão), enquanto os
gastos cresceram aproximadamente 223%, alcançando US$ 1,1 trilhão (R$ 5,8
trilhões). Boa parte dessa enorme quantia foi destinada ao Programa de Proteção
da Folha de Pagamento, que ajuda as pequenas empresas a manter os funcionários
empregados em tempos de crise, entretanto o maior percentual foi destinado a
resgates bilionários de grandes corporações imperialistas.
Com a pandemia do
coronavírus e a quarentena social persistindo nos EUA, apesar da abertura
gradual da economia na maioria dos estados federados, o antigo gigante
imperialista vai se dobrando ao capital financeiro que se transformou no grande
“avalista” da crise sanitária mundial. O último e o mais poderoso trunfo da
hegemonia do imperialismo reside ainda no monopólio do padrão cambial do
planeta, o Dólar e sua “morada segura ” o Tesouro Norte Americano, porém com os
ventos do acirramento da disputa econômica e política com a China, este “cofre
do mundo” já não parece mais tão seguro assim...