sexta-feira, 10 de julho de 2020

PANDEMIA DA DÍVIDA PÚBLICA DOS ESTADOS NACIONAIS: EM 2020 SE TRIPLICARÁ O “DÉBITO” DOS PAÍSES COM O RENTISMO

  
O FMI revisou suas estimativas para abril passado e agora calcula novamente que este ano a dívida pública mundial chegará a um nível sem precedentes na história do capitalismo, cerca de um aumento de 300%, um resultado direto dos resgates financeiros e gastos sanitários em função da pandemia do coronavírus. A dívida excederá 150% do PIB mundial em 2020, mais do que no final da Segunda Guerra Mundial, ou seja os rentistas são os “donos” de um planeta e meio. Em 15 de abril, as últimas projeções estimavam que a dívida pública global poderia aumentar de 123% para 296,4% em relação ao ano passado. No entanto, diz o FMI, os governos devem ter cuidado para não reduzir os gastos públicos muito cedo, porque isso comprometeria a recuperação, o endividamento deve seguir a todo vapor. "Embora a trajetória da dívida pública possa continuar a flutuar em direção a um cenário desfavorável, o aperto dos orçamentos muito cedo apresenta um risco ainda maior de atrapalhar a recuperação, com custos orçamentários futuros mais altos", escrevem os tecnocratas do FMI.Não é apenas algo muito pouco "neoliberal", mas também mais importante, ao redor do círculo: os governos devem fornecer um estímulo sustentável ao capitalismo devastado pela crise crônica, sem tornar sua dívida insustentável, ou seja impagável. 


Os Estados nacionais já gastaram quase 20 trilhões de dólares para ajudar o capital industrial e comercial afetado pela paralisia econômica.No momento, "muitos governos estão desfrutando historicamente de baixos custos de empréstimos" e as taxas de juros devem permanecer nesses níveis "por muito tempo", é a política de dar mais corda ao enforcado. "Como as economias devem operar abaixo do seu potencial por algum tempo, as pressões inflacionárias permanecerão moderadas, assim como suspenderá a necessidade dos bancos centrais aumentarem as taxas de juros", observa o Fundo. A previsão é que a economia mundial se estabilize no próximo ano somente na China.Mas os custos financeiros dos empréstimos "podem aumentar rapidamente, especialmente para economias emergentes e mercados de fronteira, a ameaça paira no ar, assim como o Coronavírus. Por esse motivo, será “essencial retornar a um caminho de equilíbrio fiscal sustentável nos países que entraram nesta crise com dívida já alta e baixo crescimento, principalmente os dos países desenvolvidos”, recomenda o FMI. A tradução econômica deste cardápio de sugestão do FMI, será uma ofensiva sem precedentes históricos, sobre o patrimônio público(privatizações para amortizar a dívida pública),além de um arrocho salarial sobre a renda dos trabalhadores e o sucateamento completo dos serviços estatais. Sem exagero algum podemos afirmar que esta pandemia foi feita com precisão cirúrgica e sob encomenda do capital financeiro internacional...