O Alto Comando Militar das nossas FFAA, desde Castelo Branco
até hoje, não dá um único passo sem o consentimento do Pentágono, que vem formando
os generais brasileiros de “três estrelas” em suas “escolas de estratégia
militar”.
Não é segredo para ninguém que os conselheiros militares do Pentágono
ditam orientações para as FFAA de toda a América Latina, desde o período da
Guerra Fria. Bolsonaro é um “experimento” político do imperialismo para todo o
continente, sua eleição (fraudada, uma das especialidades da CIA) em 2018 seria
impossível caso o Partido Democrata tivesse conseguido se manter na Casa
Branca.
O “projeto” consistia em impor um regime de força para executar as
(contra)reformas exigidas pelo mercado. Nesse contexto, a nova Política Nacional
de Defesa (PND), que deverá ser encaminhada ao Congresso na próxima semana,
apontou que a América do Sul não é mais considerada uma “área livre” de
conflitos. O texto ressalta a possibilidade de “tensões e crises” no
continente, que podem levar o Brasil a ter que mobilizar esforços para garantia
de supostos interesses nacionais na Amazônia ou mesmo ajudar na solução de problemas
regionais sempre seguindo as ordens do Pentágono.
O documento de 21 páginas
traz um alerta para as possibilidades de conflitos. “Não se pode desconsiderar
tensões e crises no entorno estratégico, com possíveis desdobramentos para o
Brasil, de modo que poderá ver-se motivado a contribuir para a solução de
eventuais controvérsias ou mesmo para defender seus interesses”, em um aviso claro a Venezuela de Maduro. Nesse sentido,
Bolsonaro assinou em março um acordo militar com o Almirante Craig Faller,
comandante do Comando Sul americano para “'melhorar ou fornecer novas
capacidades militares” em preparação a uma ação contra a Venezuela. O Comando
Sul dirige as operações militares dos Estados Unidos no Caribe, na América
Central e do Sul.
O Acordo de Projetos de Pesquisa, Testes e Avaliação abre
caminho para que EUA e Brasil “desenvolvam futuros projetos conjuntos alinhados
com o mútuo interesse das partes, abrangendo a possibilidade de aperfeiçoar ou
prover novas capacidades militares”. Em março do ano passado, os dois
presidentes assinaram um acordo de salvaguardas tecnológicas que permite o uso
da base de Alcântara (no norte do Brasil) para o lançamento de foguetes
norte-americanos. Não por acaso, o governo venezuelano denunciou um plano dos EUA
de desencadear um conflito que justificaria uma intervenção militar na
Venezuela com a ajuda dos vizinhos Colômbia e Brasil.
Lembremos que em
fevereiro de 2019, o chamado “Dia D”, impulsionado pela farsesca operação
“Caballo de Troya” na Venezuela, acabou resultando no maior fiasco político e
militar do imperialismo ianque e na completa humilhação dos governos capachos da
região, como Duque e Bolsonaro. A chegada de novas armas balísticas em Caracas
vindas de Moscou há um ano atrás com
mísseis de longo alcance que podem atingir até o território ianque em conjunto
com os caças Sukhoi desequilibram a relação de forças entre a Venezuela e o
restante dos países do continente. Nós Trotskistas defendemos o pleno direito
do regime chavista armar-se “até os dentes”, inclusive com artefato nuclear,
para dissuadir os chacais imperialistas e seus vassalos latino-americanos de
atacarem as conquistas sociais instauradas pelo regime nacionalista chavista. O alinhamento automático e a submissão ilustrada pelo
vergonhoso vídeo de um general brasileiro tratado como empregado pelo chefe do
comando sul dos EUA, o mesmo responsável por possíveis ações armadas contra
países latino-americanos é uma prova de como funcionará a “nova” política
nacional de defesa do Brasil, um verdadeiro manual de submissão das FFAA brasileiras ao
imperialismo ianque e seus comandantes militares!