Na primeira quinzena de junho de 2020, estima-se que o país
tinha 4 milhões de empresas, sendo 2,7 milhões (67,4%) em funcionamento total
ou parcial, 610,3 mil (15,0%) fechadas temporariamente e 716,4 mil (17,6%)
encerradas em definitivo no período da pandemia.
Quatro em cada dez empresas
estavam fechadas, temporária ou definitivamente, na primeira quinzena de junho,
por não suportarem o impacto da pandemia do coronavírus e a falta de acesso ao
crédito público ou privado. Os dados são da pesquisa inédita “Pulso Empresa:
Impacto da Covid-19 nas empresas” divulgada na manhã desta quinta-feira
(16/07)pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total
de 1,3 milhão de empresas fechadas temporariamente ou em definitivo, 522,7 mil
(39,4%) tiveram de encerrar suas atividades por conta da necessidade de
fechamento de serviços não essenciais e da falta de ajuda financeira por parte
do governo durante o período de pandemia. Mas, “muitas empresas relataram que
já vinham em dificuldades desde 2019”, ponderou o coordenador de Pesquisas
Estruturais e Especiais em Empresas, Flávio Mangheli, o que explica a medida
drástica de encerrar o negócio diante da pandemia“.
Entre 1,3 milhão de empresas
que na primeira quinzena de junho estavam com atividades encerradas temporária
ou definitivamente, 39,4% apontaram como causa as restrições impostas pela
pandemia do novo coronavírus. Esse impacto no encerramento de companhias foi
disseminado em todos os setores da economia, chegando a 40,9% entre as empresas
do comércio, 39,4% dos serviços, 37,0% da construção e 35,1% da indústria”,
constatou a pesquisa do IBGE. Linha de crédito para a folha salarial só chega a
13% das empresa.Das 716,4 mil das empresas que encerraram definitivamente suas
atividades, 99,8% eram de pequeno porte, as que mais denunciaram não conseguir
o acesso à crédito durante a pandemia para pagamento de folha e capital de
giro.Entre os setores, a maior proporção de empresas que fecharam veio de
serviços – 334,3 mil.
A pesquisa também apurou que 87% das empresas que
paralisaram ou encerraram as suas atividades no período relataram não ter tido
acesso à linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial dos
trabalhadores ou capital de giro. Quanto à manutenção do emprego, pouco mais de
seis em cada dez empresas em funcionamento (61,2%) mantiveram o número de
trabalhadores em comparação ao início de março, porém 34,6% indicaram redução
no quadro e somente 3,8% aumentaram o número de empregados. Os dados sinalizam
que a Covid-19 impactou mais fortemente segmentos que, para a realização de
suas atividades, não podem prescindir do contato pessoal, como os serviços
prestados às famílias, onde se incluem atividades como as de bares e
restaurantes, e pequenas hospedagens.
Em resumo o que o IBGE acaba de revelar é
o efeito econômico devastador da pandemia para as pequenas e microempresas,
além da geração de uma enorme onda de desemprego neste setor. O governo
neofascista de Bolsonaro abriu os cofres do Tesouro para grandes corporações, e
os bancos públicos ou privados “socorreram” apenas grandes empresas que
tampouco estavam ameaçadas de falência, mas que seguiram o cardápio das
demissões, apesar de terem sido resgatadas pela generosidade do Estado
capitalista.