segunda-feira, 13 de julho de 2020

“ENTREVERO” ENTRE GILMAR MENDES E CÚPULA MILITAR: PRESSÃO DO BONAPARTISMO JUDICIÁRIO PARA ENQUADRAR AINDA MAIS BOLSONADO E DISTANCIAR FFAA DE UM GOVERNO EM CRISE PERMANENTE
  

As críticas do ministro do STF Gilmar Mendes ao comando dos militares no Ministério da Saúde são parte da pressão do Bonapartismo Judiciário para enquadrar ainda mais Bolsonaro. Tanto que aumentaram a resistência de setores das Forças Armadas à presença do ministro e general Eduardo Pazuello no comando da pasta. Gilmar afirmou no sábado, 11, que  “o Exército está se associando a esse genocídio” causado pela ingerência do governo através da ocupação militar do Ministério da Saúde, em secretarias e na chefia do órgão, ainda que Pazuello não tenha em nenhum momento entrado em choque com a OMS, ao contrario participou servilmente de sua assembleia geral e inclusive apoiou a parceria para testar a vacina no Brasil, fazendo de nosso país uma cobaia de Bill Gates e da Big Pharma. Ele reforçou a crítica no domingo: “Não me furto (...) a criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs e da saúde do Brasil”. Como resposta, os ministros militares divulgaram no início da tarde desta segunda-feira, 13, uma nota de repúdio contra Gilmar Mendes. Assinam a nota o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes das três Forças, Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica). Registre-se que a cúpula militar produziu duas notas de resposta, a primeira no sábado, de defesa da conduta das Forças Armadas, sem qualquer menção a Mendes. A segunda nota, escrita ainda no domingo, surpreendeu, porque não se cogitava sua publicação. Mais cedo, tanto Augusto Heleno como Hamilton Mourão informaram que não haveria a segunda nota, o que indica seu distanciamento e desinformação em relação ao núcleo central do poder militar. “O Ministério da Defesa já publicou uma nota a respeito, sem citar nomes. A nota é muito esclarecedora”, afirmou logo cedo à CNN o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional. O general vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou o mesmo: “O Ministério da Defesa já se pronunciou”. Ambos foram desmentidos pela nota da cúpula das Forças Armadas. Sem nenhum partido político de peso em sua base de apoio e com Tucanos e Demistas próximos da oposição, Bolsonaro vai em busca dos piores ratos fisiológicos do parlamento para mostrar algum sinal de vitalidade política. Porém esse movimento “centrista” também gera mais crise, principalmente no núcleo “duro” militar do governo e no que ainda restou da Lava Jato. o Alto Comando Militar avança no seu controle do regime bonapartista, preparando o descarte de Bolsonaro na hora certa, e não pelos “caprichos” de quem quer que seja. Lembramos que a “besta fera” do Bonapartismo judiciário está em conluio permanente com militares e rentistas neoliberais para promoverem a liquidação do patrimônio nacional e a supressão das conquistas históricas do proletariado brasileiro. Em resumo, o “entrevero” entre Gilmar Mendes e Generais são parte da pressão do Bonapartismo Judiciário para enquadrar ainda mais Bolsonaro e distanciar as FFAA de um governo marginal em crise permanente.