“ENTREVERO” ENTRE GILMAR MENDES E CÚPULA MILITAR: PRESSÃO DO
BONAPARTISMO JUDICIÁRIO PARA ENQUADRAR AINDA MAIS BOLSONADO E DISTANCIAR FFAA DE UM GOVERNO EM CRISE PERMANENTE
As críticas do ministro do STF Gilmar Mendes ao comando dos
militares no Ministério da Saúde são parte da pressão do Bonapartismo
Judiciário para enquadrar ainda mais Bolsonaro. Tanto que aumentaram a
resistência de setores das Forças Armadas à presença do ministro e general Eduardo
Pazuello no comando da pasta. Gilmar afirmou no sábado, 11, que “o Exército está se associando a esse
genocídio” causado pela ingerência do governo através da ocupação militar do
Ministério da Saúde, em secretarias e na chefia do órgão, ainda que Pazuello
não tenha em nenhum momento entrado em choque com a OMS, ao contrario
participou servilmente de sua assembleia geral e inclusive apoiou a parceria
para testar a vacina no Brasil, fazendo de nosso país uma cobaia de Bill Gates
e da Big Pharma. Ele reforçou a crítica no domingo: “Não me furto (...) a
criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com
militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por
especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o
bem das FAs e da saúde do Brasil”. Como resposta, os ministros militares
divulgaram no início da tarde desta segunda-feira, 13, uma nota de repúdio
contra Gilmar Mendes. Assinam a nota o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e
os comandantes das três Forças, Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa
(Marinha) e Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica). Registre-se que a cúpula
militar produziu duas notas de resposta, a primeira no sábado, de defesa da
conduta das Forças Armadas, sem qualquer menção a Mendes. A segunda nota,
escrita ainda no domingo, surpreendeu, porque não se cogitava sua publicação.
Mais cedo, tanto Augusto Heleno como Hamilton Mourão informaram que não haveria
a segunda nota, o que indica seu distanciamento e desinformação em relação ao
núcleo central do poder militar. “O Ministério da Defesa já publicou uma nota a
respeito, sem citar nomes. A nota é muito esclarecedora”, afirmou logo cedo à
CNN o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional. O
general vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou o mesmo: “O Ministério da
Defesa já se pronunciou”. Ambos foram desmentidos pela nota da cúpula das
Forças Armadas. Sem nenhum partido político de peso em sua base de apoio e com
Tucanos e Demistas próximos da oposição, Bolsonaro vai em busca dos piores
ratos fisiológicos do parlamento para mostrar algum sinal de vitalidade
política. Porém esse movimento “centrista” também gera mais crise,
principalmente no núcleo “duro” militar do governo e no que ainda restou da
Lava Jato. o Alto Comando Militar avança no seu controle do regime
bonapartista, preparando o descarte de Bolsonaro na hora certa, e não pelos
“caprichos” de quem quer que seja. Lembramos que a “besta fera” do Bonapartismo
judiciário está em conluio permanente com militares e rentistas neoliberais
para promoverem a liquidação do patrimônio nacional e a supressão das
conquistas históricas do proletariado brasileiro. Em resumo, o “entrevero”
entre Gilmar Mendes e Generais são parte da pressão do Bonapartismo Judiciário
para enquadrar ainda mais Bolsonaro e distanciar as FFAA de um governo marginal
em crise permanente.