Após quatro dias de reuniões, os 27 líderes da União
Europeia (UE) chegaram a um acordo na madrugada desta terça-feira (21) com um
inédito fundo de 750 bilhões de euros (R$ 4,57 trilhões) sob o pretexto de superar os
estragos na economia do bloco (que pode registrar queda de 7,7% em média este
ano) provocados pela pandemia do novo coronavírus.
Os líderes concordaram em
mobilizar 750 bilhões de euros, que a Comissão Europeia tomará emprestada nos “mercados
financeiros” em nome da UE e que serão distribuídos em forma de subsídios (390
bilhões de euros) e empréstimos (360 bilhões de euros). Polônia e Hungria se
consideraram vitoriosos por conseguir desvincular dos subsídios à situação do “Estado
de Direito”, ou seja, regimes abertamente neofascistas serão agraciados com o
fundo.
Com a pandemia do coronavírus, apesar da abertura gradual da economia na
maioria dos estados membros da UE, o velho mundo imperialista vai
se dobrando ao capital financeiro que se transformou no grande “avalista” da
crise sanitária mundial. Desde o início, tratou o COVID não como uma crise de
saúde, a ser tratada pela aplicação de medidas cientificamente fundamentadas, e
atendimento sanitário universal, mas como um golpe na acumulação de lucros e
capital, agindo para forçar resgates bilionários do Estado Burguês, tornando os
grandes bancos (públicos e privados) como os “guardiões da economia planetária”.
Tanto nos “paraísos do capital”, como EUA e Europa, como nos países
semicoloniais, a devastação da pandemia foi enorme na economia real, deixando o
campo livre para a intervenção dos rentistas, os únicos beneficiados com este
“capitalismo totalmente especulativo e de vigilância” que emerge nesta “nova
normalidade” da conjuntura internacional.
Para os Leninistas a intervenção do
capital financeiro na pandemia do coronavírus tem um fio de continuidade desde
sua origem biológica, sanitária e financeira. Neste momento milhões de
trabalhadores em todo o planeta estão perdendo seus empregos (sendo
precarizados ou simplesmente eliminados pela fome e desnutrição), em
consequência do colapso capitalista que utilizou o coronavírus “como um justo
pretexto”, ao contrário do crash financeiro de 2008 quando os governos
burgueses tiveram que admitir (socorrer) a “jogatina” dos rentistas com suas
ações sobrevalorizadas. Não há outra alternativa para derrotar a barbárie que
se avizinha que não seja a das ações ativas e diretas das massas para impor a derrotar dos barões do capital financeiro, os verdadeiros donos do mundo em pandemia!