O Brasil tem 71.515 mortes por Coronavírus confirmadas até
as 8h deste domingo (12), segundo levantamento do consórcio da imprensa burguesa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. No sábado (11),
o balanço indicou 71.492 mortes, 968 em 24 horas; e 1.840.812 casos
confirmados, 36.474 em 24 horas. Desde então, GO, MT e RR atualizaram seus
dados. Com os dados do boletim de sábado, a média móvel de novas mortes no
Brasil na última semana foi de 1.018 por dia, uma variação de 2% em relação aos
óbitos registrados em 14 dias. Esses dados alarmantes não impediu que os
empresários e os governos estaduais e municipiais de todos os partidos
políticos retomassem as chamada “atividades econômicas” sem que o sistema de
saúde público tenha qualquer capacidade de resposta a esse quadro de verdadeiro
genocídio, expondo a vida dos trabalhadores e suas famílias. A responsabilidade criminosa destes recordes de doentes e mortos,
recai em primeiro plano por nosso sistema de saúde pública, sucateado e sem
verbas por todos os governos burgueses (Bolsonaro, PSDB, PMDB, PT, PCdoB...) para fazer frente a uma pandemia desta dimensão. Se o SUS universal é
uma conquista do povo, também é um fato que encontra-se sem condições mínimas
de atender às necessidades básicas sanitárias e médicas da nossa população
pobre, isto muito antes de qualquer pandemia, as UTI’s já estavam lotadas e sem
leitos suficientes, faltando medicamentos e profissionais de saúde bem
remunerados para fazer frente a uma demanda de cerca de 200 milhões de
habitantes. A pandemia do coronavírus apenas agravou tragicamente este quadro
caótico da saúde pública, sem verbas estatais suficientes para praticar uma
medicina digna para quem dela necessitava. Os hospitais de campanha montados às
pressas, todos com trabalhadores terceirizados e sem equipamentos e
medicamentos, obviamente não foram capazes de evitar a tragédia que se abateu
no país. Neste ponto, onde é omitido o papel cúmplice da OMS, que não se
dedicava em nenhum país do mundo a exigir hospitais e atendimento clínico
universal para todos os acometidos de COVID, e muito menos em apresentar um
protocolo científico de tratamento da doença.
A única “gritaria” da OMS foi
exigir que governos comprassem milhões e milhões testes ineficazes, além de
orientar o confinamento geral da população, baseada em planilhas estatísticas,
que sequer continham qualquer informação científica sobre o comportamento do
novo patógeno. Apenas projeções estatísticas contra qualquer esforço científico
em buscar um tratamento para a doença, já que uma vacina não é algo que possa
se obter em curto prazo. A OMS com o claro objetivo de prolongar o confinamento
planetário, passou a demonizar qualquer tentativa científica para obter
medicamentos contra o vírus, primeiro indicava que o doente morresse isolado em
casa por que não havia tratamento lcomprovado”, e quando muito apontava que a
única medicação possível seria o “entubamento”, promovendo a venda de milhões
de respiradores mecânicos superfaturados. No mundo real da medicina, longe das
planilhas da OMS, os médicos honestos tratavam de encontrar uma alternativas a
falta da vacina, foram buscar na cloroquina, antibióticos e corticoides uma
forma de minorar e deter a evolução da Covid no organismo dos pacientes, já que
a OMS só entendia de planilhas, números e estatísticas, deveria ter mudado o
nome para OME, Organização Mundial de Estatística... No Brasil, com um SUS
muito debilitado e com uma enorme população sem saneamento, alimentação e
atendimento básico preventivo e clínico, o Covid encontrou um campo aberto. O
governo neofascista aproveitando-se da inoperância de uma OMS que só “gritava:
fique em casa”, passou simplesmente a “gritar: vá para a rua”, e neste embate
de criminoso o povo brasileiro pagou com sua própria vida! Para exigir o “Fique
em casa!” é necessário que os governos burgueses forneçam a população
trabalhadora ou carente as condições necessárias a sua sobrevivência digna,
porém no regime capitalista os Marxistas sabem muito bem desta impossibilidade
histórica. Portanto a plataforma política da esquerda classista para a
conjuntura da pandemia não poderá ser a mesma do cretinismo das classes dominantes,
que antes haviam se dividido entre o “Fique em casa” ou o “Vá trabalhar!” mas
agora liberaram todas as atividades econômicas sem qualquer retaguarda
médico-hospitalar. Ambas são criminosas se adotadas no abstrato da atual
sociedade de mercado e das mercadorias. O que se coloca para a classe operária
e o povo pobre é a luta para derrocar este sistema da morte, através de um
programa transitório de reivindicações reais, baseado na mobilização
permanente. Exigimos do Estado Burguês não o “Fique em casa!”, mas hospitais de
excelência, estabilidade no emprego, assistência social plena, transporte público
de qualidade, habitação digna e terra para os camponeses produzirem. Este é um
ponto de partida “justo” para impulsionar uma verdadeira transformação na
correlação de forças entre as classes sociais, retirando o proletariado da
completo defensiva política imposta pela covardia da esquerda reformista.