45 ANOS DA MORTE DE JOÃO
GOULART: “OPERAÇÃO CONDOR” ELIMINA JANGO PARA “ENTERRAR” A “FRENTE AMPLA”
BURGUESA COMO ALTERNATIVA CIVIL A DITADURA MILITAR NO BRASIL
O ex-presidente brasileiro João Goulart (1961-1964) morreu, segundo a versão oficial, de um ataque cardíaco em 6 de dezembro de 1976 no município de Corrientes, na Argentina, há 45 anos atrás. No entanto, as suspeitas de que Jango, como era popularmente conhecido, tivesse sido morto por agentes da “Operação Condor” sempre foram levantadas por amigos, familiares e especialistas.
A “Operação Condor” foi coordenada diretamente pela CIA para eliminar as lideranças políticas que em algum momento “atrapalharam” os planos do imperialismo para a região. Para o “Tio Sam” nunca foi problema envenenar, inclusive aliados fiéis como o reacionário Carlos Lacerda, assassinado no final dos anos 70 às vésperas de fundar a “Frente Ampla”. Também tramaram o “acidente” fatal com JK. Em entrevista à EBC (Empresa Brasil de Comunicação) em 2012, o ex-agente do serviço secreto uruguaio Mario Neira Barreto forneceu detalhes da operação que teria resultado na morte de Goulart. Segundo sua versão, o ex-presidente brasileiro deposto pelo regime militar teria sido morto por envenenamento. Segundo Neira, Jango vivo era considerado uma ameaça pelos militares brasileiros apesar de ter se negado a resistir ao golpe de 1964.
Em 2008, ele já havia revelado ao jornal Folha de S. Paulo que Jango havia sido morto a pedido de Sérgio Paranhos Fleury, na época delegado do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) de São Paulo, com a autorização do então presidente Ernesto Geisel (1974-1979). Para evitar a repetição das grandes manifestações populares em homenagem a JK, o governo transformou o funeral de Goulart numa operação de guerra. O general presidente Ernesto Geisel só autorizou o enterro em São Borja (RS), cidade natal de Jango, com a condição de que não houvesse nem cortejo nem velório. Militares de três unidades do Exército ocuparam a pequena cidade gaúcha. O carro com o caixão de Jango foi barrado por militares do 3° Exército ao chegar a Uruguaiana, na fronteira com a Argentina. Quando a passagem foi liberada, a Polícia Federal exigiu que o carro seguisse em alta velocidade, sem parar para as milhares de pessoas postadas à margem da rodovia. Contrariando as ordens, o caixão foi levado à igreja de São Borja, onde centenas de pessoas o aguardavam. Cerca de 10 mil militares cercavam o local e cerca de 30 mil pessoas tomavam as ruas. Dentro da igreja, Denise Goulart lançou sobre o caixão do pai uma bandeira com a palavra Anistia. Para apressar o enterro, soldados do Exército levaram o caixão para fora, mas populares o retomaram e o levaram em cortejo até o cemitério. Enquanto neste país a direita golpista conspira abertamente contra todos aqueles que “atravessem” seu caminho, inimigos ideológicos ou não (sempre com o suporte de seus “amigos” da CIA), a esquerda jura obediência à institucionalidade, confiante na “probidade” de seus adversários mais reacionários.
Hoje em dia, enquanto as gangs burguesas a frente do Estado capitalista não vacilam em eliminar fisicamente seus “arquivos vivos” que podem colocar a nu as relações mafiosas do poder burguês, a esquerda revisionista mesmo diante de todas as evidências jura sua fidelidade aos ritos sagrados da democracia capitalista, acreditando que a burguesia não ousaria ultrapassar os limites das "tradicionais" manobras políticas existentes no "jogo do poder", portanto conspirações e assassinatos não poderiam fazer parte do "cardápio" das classes dominantes. O envenenamento de João Goulart pela “Operação Condor” durante a ditadura militar assim como a morte de JK e Lacerda, o “acidente” áereo que matou o General Castelo Branco e as recentes mortes de Eduardo Campos, do Ministro do STF, Teori Zavaski e do próprio delegado da PF que investigava o caso em plena “democracia” só reafirmam a necessidade dos revolucionários denunciaram a verdadeira ditadura do capital em que vivemos, agora ainda mais evidente com o governo Bolsonaro!