quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

MRT CRITICA OS “PARTIDOS DA ORDEM” POR EMBOLSAREM BILHÕES DO FUNDO ESTATAL: MAS “ESQUECEU” DE MENCIONAR O PT E O PSOL, AMBOS PARTIDOS DA MESMA ORDEM BURGUESA QUE RECEBEM MUITO DINHEIRO DO ESTADO CAPITALISTA PARA TRAIR O COMBATE DA CLASSE OPERÁRIA

Com o cinismo político que caracteriza o MRT seu portal “Esquerda Diário” escreveu um artigo criticando “partidos da ordem” por embolsarem bilhões do fundo eleitoral. Esse grupo revisionista “esqueceu” de mencionar o PT e o PSOL em seu texto, ambos partidos da mesma ordem burguesa que recebem muito dinheiro do Estado capitalista para trair o combate da classe operária e se integram a corrupta democracia burguesa nesse circo eleitoral fraudado. Segundo o MRT “A Câmara dos Deputados, com votos de diversos partidos do centrão, como o PL do atual presidente, e até mesmo do PT, derrubou veto de Bolsonaro que tentava determinar o Fundão Eleitoral para R$4 bilhões, retornando para R$5,7 bilhões”. Nenhuma linha que sobre o fato da esquerda domesticada ser corrompida por este fundo estatal. O MRT não denuncia que o Estado burguês é bastante generoso com aqueles que legitimam o regime político democratizante, justamente porque deseja cooptar materialmente a “esquerda”, esteja ela dentro ou fora do governo, para que alimente o circo da democracia dos ricos que amortece a luta de classes e renova seus gerentes a cada eleição.

Da ótica marxista não existe diferença alguma (apenas nos volumes financeiros) dos “mimos” (legais ou ilegais) recebidos por Lula diretamente oriundos de grandes empresas ou das verbas estatais contabilizadas para o caixa partidário. Ambas são formas de corrupção do capital dirigidas ao amortecimento da luta de classes e cooptação das lideranças operárias. Os Marxistas Leninistas, extremamente minoritários mas íntegros em sua moral revolucionária, não podem admitir o recebimento de nenhum financiamento eleitoral das classes dominantes, seja pela forma do Estado burguês ou pela via das grandes corporações capitalistas.

A decomposição política e programática do PT em mais um partido da esquerda burguesa, confirma a lógica de ferro abstraída por Trotsky quando se referia ao fenômeno da Social Democracia europeia, como dizia um velho ditado russo: "Quem paga o violinista cigano tem o direito de ouvir a polca". Por outro lado, a eliminação das "comissões estruturais” recebidas pelos gerentes do Estado burguês diretamente das empresas capitalistas, só é possível sob outro modo de organizar a economia nacional, ou seja, o modo de produção socialista, programa que o PT não defende!

A cooptação do capital e seu Estado ocorre não exclusivamente com os partidos burgueses que realizam “negócios” vultuosos quando gerenciam a chamada “máquina pública”, também está presente nas concessões legais como o Fundo Partidário e as “generosas” indenizações estatais recebidas por militantes que lutaram contra o regime militar, uma espécie de “ressarcimento” dos agentes do capital pelos anos passados de militância revolucionária. Estes mecanismos embora “perfeitamente legais” não passam de uma forma de integrar forças políticas de “esquerda” ao regime burguês, com as verbas estatais produto da extração da mais valia do proletariado.  valor do fundo é dividido entre os partidos políticos com o objetivo de custear as despesas decorrentes de propagandas políticas e de campanhas eleitorais.

O fundo de financiamento de campanha foi criado após a proibição do financiamento privado, que ocorreu em 2015, pelo Supremo Tribunal Federal. O argumento era de que as grandes doações empresariais desequilibram a disputa eleitoral. Tanto a direita como a esquerda burguesa, partidos como o PT e o PSOL apoiaram essa forma de corrupção estatal para seguirem como adoradores da democracia dos ricos! O MRT, com seu distracionismo político vulgar, não abre a boca sobre essa escandalosa política de cooptação estatal para não se chocar com os partidos da Frente Popular que o grupo satélite do PTS no Brasil vai chamar a votar em 2022.