DE SARNEY, DILMA E BOLSONARO, PASSANDO PELOS GOVERNOS DE ACM
A RUI COSTA NA BAHIA: NO CAPITALISMO ENCHENTES VITIMIZAM O POVO E PREMIAM
FINANCEIRAMENTE OS COMERCIANTES DE TRAGÉDIAS
Chegou a 116 o número de municípios atingidos pelas consequências da chuva, 100 deles já decretaram estado de emergência e outros 80 se encontram em estado de crise. Mais de 70 mil pessoas estão desabrigadas e desalojadas. O número de feridos por acidentes ultrapassa os 350. A chuva, que afeta mais de 471 mil pessoas, tem previsão de prosseguir até o início da próxima semana. Isto leva a revolta e o desespero à população, que enfrenta as chuvas desde o dia 8 de dezembro. Inicialmente, os temporais atingiram somente o sul do estado. Atualmente já há cidades no sul, no oeste e no norte baiano que decretaram estado de emergência.Até o momento o número de mortes confirmadas era de 21 pessoas. Outras pessoas seguem desaparecidas.
Famílias perderam suas casas de uma hora para outra, ficando
desalojadas e tendo que se dirigir para escolas. Caixões de mortos tiveram de
ser transportados de barco. Cidades inteiras estão sem abastecimento de energia
e de água. Estoques de remédios e vacinas foram destruídos pela força das
águas. Moradores saem de casa sabendo que podem jamais retornar para ela,
perdendo tudo o que têm. É este o cenário atual da Bahia, que reflete mais a
tragédia do capitalismo do que um fenômeno climático natural.
Além da chuva, pelo menos uma barragem com alto volume de
água, localizada em Itambé , rompeu-se. Isto levou a enxurrada de água e
imensos alagamentos para alguns pontos da cidade localizada no sudoeste do
estado. O Comando do Corpo de Bombeiros da Bahia afirmou que se trata de
barragens privadas que estão se rompendo. Elas são construídas por
latifundiários e não contam com estrutura adequada para uma situação de muita
água decorrente de fortes temporais. Ao menos 10 delas estão em nível crítico.
Nas rodovias há pelo menos 25 pontos de interdição provocados por consequências
das chuvas. A energia de muitas cidades também foi cortada pela Companhia de
Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba).
Governo federal, estadual e prefeituras municipais do estado
da Bahia não se anteciparam no sentido de mitigar as consequências das fortes
chuvas para a população. Todos têm em comum a defesa dos interesses da
burguesia e não do povo pobre. Nem mesmo três alertas emitidos desde o dia 20
de dezembro por órgãos meteorológicos, como o Centro Nacional de Monitoramento
de Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), foram suficientes para que o
governador e os prefeitos fizessem planos concretos sobre o que fazer ao
desabar das fortes chuvas. O volume imenso de água acima das próprias
expectativas era somente em termos imprevisíveis. As fortes chuvas e as
conhecidas consequências delas, por sua vez, eram já de conhecimento de todos.
A mídia corporativa de “oposição” e o arco da esquerda
reformista(PT, PSOL e PCdoB) buscam ofuscar o descaso do governo estadual de
Rui Costa, focando as críticas somente na denúncia
da omissão do neofascista Bolsonaro. Escondem que as tragédias “climáticas” que
ocorrem no país sempre tiveram a mesma resposta demagógica e ineficiente dos
governos capitalistas, de Sarney a Bolsonaro, passando por FHC, Lula e Dilma no
âmbito federal, ou de ACM a Rui Costa no plano estadual da Bahia. A raiz da
questão, que é o descaso com que os governos burgueses (esquerda ou direita
tanto faz) tratam o saneamento básico, abastecimento de água e o planejamento
estratégico para enfrentar situações de fortes chuvas ou de secas prolongadas.
Sempre no final das calamidades são os empresários e políticos corruptos os
premiados financeiramente pelas desgraças capitalistas que vitimizam nosso
povo.