segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

PETROBRAS VENDE O POLO DE CARMÓPOLIS: AUMENTO GALOPANTE DOS COMBUSTÍVEIS E IMPORTAÇÃO DE DERIVADOS SÃO OS EFEITOS NEFASTOS DA PRIVATIZAÇÃO... ROMPER COM A PARALISIA DA FUP/FNP E DEFLAGRAR A GREVE NACIONAL DOS PETROLEIROS! 

A Petrobras anunciou que fechou com a Carmo Energy, afiliada do grupo espanhol Cobra, a venda 11 campos de produção incluídos no Polo Carmópolis, em Sergipe. O negócio foi fechado em US$ 1,1 bilhão, sendo US$ 275 milhões como sinal; US$ 550 milhões no fechamento da transação e US$ 275 milhões 12 meses após o fechamento. O campos de Carmópolis, Aguilhada, Angelim, Aruari, Atalaia Sul, Brejo Grande, Castanhal, Ilha Pequena, Mato Grosso, Riachuelo e Siririzinho produziram em média 7,6 mil barris de óleo por dia e 43 mil m3/dia de gás, de janeiro a novembro de 2021. É um “polo independente com alto nível de autonomia de operação, considerando a inclusão da infraestrutura de tratamento, escoamento, armazenamento e transporte de petróleo”, afirmou a Petrobras no teaser de venda dos ativos. Carmópolis é o maior campo terrestre do Brasil, com um volume original de 1,76 bilhão de barris de óleo equivalente. É também o mais antigo de Sergipe, com início da produção em 1963. Em 2017, após revisar o plano de desenvolvimento do campo, a Petrobras estimava que o fator de recuperação poderia chegar a 32%. Enquanto isso, a FUP declara: “Finalizadas esta semana, as assembleias convocadas pela FUP e seus sindicatos confirmaram o indicativo encaminhado à categoria petroleira de deflagração de greve nacional, caso o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados no Congresso Nacional insistam no projeto de privatização da Petrobrás”. Trata-se de uma política distracionista pois a liquidação da Petrobras já está em curso, devendo ser deflagrada a greve nacional da categoria imediatamente.

A venda do Polo Carmópolis também inclui acesso à infraestrutura de processamento, escoamento, armazenamento e transporte de petróleo e gás natural. Faz parte da venda o Polo Atalaia, que contém, dentre outros ativos, o Terminal Aquaviário de Aracaju (Tecarmo) e o oleoduto Bonsucesso-Atalaia, que escoa a produção de óleo do Polo Carmópolis até o Tecarmo.

O Brasil, sob a égide do governo neofascista de Bolsonaro, caminha para vivenciar uma crise de abastecimento de combustíveis. A Petrobras anunciou recentemente que venderá 8 das 13 refinarias que possui, um verdadeiro “presente de natal” para os trustes petrolíferos imperialistas, que controlariam o “filé mignon” do mercado nacional de combustíveis.

 

É preciso ressaltar que o Brasil detém um número bem abaixo do necessário de refinarias para atender somente a demanda do mercado interno. Por esta razão a chamada “conta petróleo” (soma das exportações de petróleo bruto e importação de derivados refinados) é estruturalmente deficitária para o país.

 

Os projetos de expansão das refinarias da Petrobras, uma ampliação de 5 novas e modernas unidades industriais, foram suspensos pela ação dos bandidos da “Lava Jato”, que à serviço dos trustes dos EUA disseminaram a farsa que a estatal estava imersa no “mar da corrupção”...

 

O resultado prático da intervenção dos falsos “vestais” da Lava Jato foi gerar um “rombo” na Petrobras e na balança comercial do Brasil. Mas agora a ameaça dos neofascistas da equipe econômica do governo é ainda maior, para desestabilizar a economia do país pretendem privatizar as refinarias da Petrobras, como parte de um plano geral dos rentistas de afundar a estatal.

Para os que pensam que a crise de combustíveis por que passa a Venezuela é algo bem distante da nossa realidade, a venda da maioria das nossas refinarias poderá colocar o país totalmente vulnerável aos interesses financeiros dos cartéis imperialistas. O movimento operário deve compreender a gravidade da política neoliberal de “quebrar” Petrobras, “queimando” refinarias e ameaçando a própria soberania energética do Brasil. É necessário organizar a Greve Geral por tempo indeterminado para derrotar a ofensiva neoliberal do imperialismo contra a Petrobras e o povo brasileiro!