A VERDADE SOBRE A INVASÃO DA UCRÂNIA: TUDO O QUE NÃO DIZ A
MÍDIA CORPORATIVA
Caso ocorresse a ocupação das tropas russas na Ucrânia, ou parte dela, seria talvez a invasão mais anunciada da história da mídia corporativa, a verdade é que quando ocorre esse tipo de operação de invasões imperialistas costuma ser preparada com cautela especial e acompanhada de bastante dissimulação e distração política pelos barões da comunicação internacional. A "invasão" da Crimeia pela Rússia, ou melhor, a auto-invasão, porque foram os próprios habitantes da Crimeia que se “invadiram”, é o paradigma perfeito desta questão.
Portanto, se a invasão russa da região de Donbass, ou de
toda a Ucrânia, for confirmada, teríamos testemunhado um cenário bastante
incomum, já que, apenas até agora neste ano, a mídia corporativa alertou para
pelo menos duas invasões russas: em abril e dezembro. Se nos afastarmos por um
momento os olhos das palavras ilusórias do “Western News” e concentrarmos a
atenção nos principais objetivos perseguidos por uma invasão de um país, seja
ele qual for, veremos: o controle político, militar e econômico do território
para atingir um ou mais vantagens de diferentes tipos - proteção, projeção,
extração, expansão ... Agora, vamos analisar a situação da Lituânia, Letônia e
Estônia. Sim, de fato, a União Europeia
mantém o controle político das Repúblicas Bálticas e o controle militar da
OTAN. E se a OTAN e a UE são
instrumentos dos EUA e controlam o poder político e militar das Repúblicas
Bálticas, quem controla e goza de uma ou mais das vantagens de possuir as três
pequenas repúblicas? A resposta permite entender quem é o invasor e quem é o
invadido , é só constatar a transferência da soberania política e econômica
para a União Europeia ou no destacamento de 4.500 militares de 16 países da
OTAN, entre tanques de guerra e aviões de combate.
Obviamente, para a mídia corporativa, a Lituânia, a Letônia
ou a Estônia não foram invadidas pelos EUA ou suas entidades instrumentais (UE
/ OTAN), nem o Iraque ou o Afeganistão foram invadidos. Na verdade, de acordo
com a retórica imperialista, os dois países intervieram por sua própria
segurança Você se lembra? Como quando
durante o século XIX e o início do século XX as grandes potências capitalistas
não conquistaram ou colonizaram países, mas os "protegeram".
Assim, da mesma forma que as Repúblicas Bálticas foram
anexadas política e militarmente pelos EUA por meio da União Europeia e da OTAN
em um momento em que a Rússia estava “bêbada” pela restauração capitalista, os
EUA começaram a engolfar a Bielo-Rússia e a Ucrânia. Um prato que hoje é “amargo”, mas que então
parecia mais apetitoso e acessível.
Por que o interesse em anexar política e militarmente toda a
faixa que separava o Ocidente da Rússia, ou seja, as Repúblicas Bálticas,
Bielo-Rússia e Ucrânia? Por acaso não seria pelo “apetite” de controlar um
vasto território de 60 milhões de habitantes e tudo o que isso significa
(trabalho, consumo, riqueza), isolar e encurralar a Rússia, expulsando-a de
suas áreas de influência na Europa e forçando-a a se tornar uma colonial
asiática em vez de uma potência eurasiana. E por último, para forçar a sua
submissão à União Europeia e à OTAN no futuro. uma vez acuada e
empobrecida. O grande sonho do
Imperialismo ianque na década de 1990 era anexar a Rússia por meio da União Europeia
e da OTAN.
É por isso que a verdadeira invasão da Ucrânia é a que está
sendo perpetrada pela União Europeia e pela OTAN/EUA, aliás não é de estranhar
que seja o Pentágono que está fornecendo e preparando o Exército ucraniano -
como os drones da submissa Turquia. Pense no sentido que a OTAN tem em
“alertar” o governo Putin das consequências que teria uma invasão da Ucrânia,
como se este país fosse realmente deles, quando hoje a Ucrânia nem sequer
pertence formalmente à OTAN. É óbvio, então, que as elites políticas e
econômicas imperialistas não “amam” as democracias, elas “amam” democracias nas
quais “votam e elegem” o que querem.
No caso da Crimeia é preciso lembrar que pertenceu à Rússia
desde o final do século XVIII até que foi cedida à Ucrânia em 1954, em um
contexto de união política das Repúblicas Soviéticas. A maioria da população
étnica e culturalmente é russa, a ponto
de o russo ser a língua dominante em toda a região. Essa então é a “chave” para entender porque a Crimeia se “jogou nos
braços da Rússia”, fato que o imperialismo ianque e sua agência oficiosa de
notícias(mídia corporativa) não quer aceitar.