sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

AVANÇO DA CRISE CAPITALISTA: INFLAÇÃO NA ERA BOLSONARO É A MAIOR DESDE 2015, NA ÉPOCA DO GOVERNO DILMA

A crise econômica no Brasil em plena era Bolsonaro, avança no mesmo compasso do crash mundial capitalista. Empurrada pelos preços da gasolina e da energia elétrica, a prévia da inflação oficial de dezembro apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), registrou avanço de 0,78% e fechou 2021 com alta de 10,42%, a maior alta acumulada no ano desde 2015 (governo petista de Dilma Rousseff), segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta última quinta-feira (23/12). Em dezembro de 2020, o IPCA-15 foi de 1,06%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em dezembro. A maior variação veio dos Transportes, com alta de 2,31% no mês, e no ano, aumento acumulado de 21,35%. Também foram sentidos os pesos da Habitação, alta de 0,90% no mês, e alta de 14,67% no acumulado do ano, seguido por Alimentação e bebidas que contribuíram com uma alta de 0,35% em dezembro e 8,68%, em 12 meses. Apenas Saúde e cuidados pessoais e Educação não registraram aumento no mês.

Os preços administrados pelo governo Bolsonaro foram os maiores “vilões” no mês. No resultado dos Transportes, a gasolina contribuiu com o maior impacto individual. Em dezembro o combustível fechou em alta de 3,28%. Além disso, os preços do etanol (4,54%) e do óleo diesel (2,22%) também subiram no mês.O gás de botijão também variou 0,51%, “cujos preços subiram pelo 19º mês consecutivo, acumulando, em 2021, alta de 38,07%”, ressalta o IBGE.O gás encanado avançou 2,58%, decorrente dos reajustes de 6,90% no Rio de Janeiro (4,06%), aplicado a partir de 1º de novembro, e de 17,64% em São Paulo (2,28%), a partir de 10 de dezembro.

No resultado da Habitação o que mais pesou foi a energia elétrica, alta de 0,96% – resultado próximo ao do mês anterior (0,93%). Desde setembro, está em vigor a nova bandeira tarifária “escassez hídrica”, criada pelo governo Bolsonaro, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Medida essa que repassa aos consumidores os altos custos do acionamento das caríssimas usinas térmicas que foram acionadas pelo governo neofascista, que não tinha nenhum plano de contingência para o enfrentamento de crises hídricas no país.

Do lado da Alimentação e bebidas, o peso veio principalmente da alimentação no domicílio (0,46%). A maior contribuição individual veio do café moído, alta de 9,10%. Além disso, os preços das frutas (4,10%) e das carnes (0,90%) subiram em dezembro. O retorno da inflação em escalada, a manutenção do desemprego elevado e do arrocho sobre os trabalhadores assalariados e os juros altos e próximos dos dois dígitos são o resultado da política econômica submissa ao imperialismo que Bolsonaro segue e que Lula pretende dar continuidade. Hoje, sem ter o que comer, famílias estão tendo que disputar carcaças de animais na fila dos açougues em Cuiabá, no caminhão de ossos no Rio de Janeiro, nas caçambas de lixo no Mercado Público de São Paulo e Fortaleza.

Mas a miséria do nosso povo não é um produto somente da “má administração” do Estado burguês, ou mesmo da corrupção generalizada que campeia em todos os governos sejam de “esquerda ou direita”, como quer nos fazer crer a esquerda reformista. A crise econômica capitalista é estrutural e não tem paliativo algum no marco de qualquer gerência “honesta” do Estado burguês, o proletariado não almeja “administrar bem a crise”, seu objetivo histórico é derrocar o atual modo de produção e instaurar o socialismo pela via da revolução socialista.