VIOLÊNCIA NO CAMPO EM 2021: AUMENTO DE ASSASSINATOS NAS ÁREAS RURAIS... PELA REVOLUÇÃO AGRÁRIA E A CONSTRUÇÃO DE COMITÊS DE AUTO-DEFESA!
O Comitê Brasileiro de Defensores de Direitos Humanos declarou que em 2021 o país vivenciou a criminalização dos movimentos populares. De acordo com a agência, 418 territórios do país foram alvos de violência nos primeiros oito meses de 2021. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) apurou que entre janeiro e novembro de 2021, foram registrados 26 assassinatos em conflitos no campo, 30% a mais do que o registrado em 2020. Da mesma forma, o relatório Violência contra Ocupação e Posse da entidade, mostrou que das 103 mortes consequentes registradas até o momento em 2021, 101 eram indígenas Yanomami. Dos territórios identificados, 28 por cento são territórios indígenas; 23 por cento dos quilombolas; 14% são classificados pela agência como territórios de ocupantes e 13% são territórios sem terra. A LBI defende que se faz necessário debater com o movimento de massas a tarefa de organizar de conjunto nossas milícias de autodefesa, independente dos matizes políticos que nos separam. No campo, nas periferias e nos centros urbanos a organização dos círculos de autodefesa deve estar colada à ação direta nos sindicatos e associações, sempre na perspectiva da luta concreta por melhores condições de vida e salário.
Não devemos encarar a formação das milícias de autodefesa como uma tarefa “militarista”, separada de nossas reivindicações pontuais e históricas. Nossas lutas estão enfrentando uma etapa bastante delicada nesta correlação de forças, onde enfrentamos em plena Pandemia o duro ajuste neoliberal e o crescimento de grupos fascistas, que devem se avolumar na medida do agravamento da própria crise econômica.
Estabelecer uma enérgica resposta política dos oprimidos a cada ataque
direitista contra nossos companheiros e lutas, perpassa pela organização de
nossas milícias de autodefesa, sabemos muito bem que com o fascismo que ameaça
nossas liberdades democráticas “Não se dialoga, se combate de armas na mão, se
preciso for!”.
Feito este alerta e delimitação, os Marxistas Revolucionários reafirmam que são favoráveis ao direito democrático a autodefesa dos trabalhadores diante do Estado burguês assim como nossa oposição ao monopólio das armas pela burguesia e seu aparato repressivo. Ao contrário, alertamos justamente que em uma sociedade capitalista decadente, alienada e agressiva com o Brasil, os “efeitos” colaterais dessa bárbara realidade mostram justamente a necessidade de pôr um fim ao capitalismo pela via da violência revolucionária organizada e da expropriação da burguesia de conjunto.
Desgraçadamente diante da escalada de violência que vive
nosso país produto da barbárie social, a campanha contra a venda de todos os
tipos de armas a civis ganhou força no Brasil sendo apoiada por amplos setores
de “esquerda” (PT, PSOL...inclusive por grupos que se reivindicam
trostskistas), o que acaba reforçando o controle do Estado burguês sobre o
comércio de armas e serve para incrementar o aparato repressor sobre os
explorados. Os únicos beneficiados com a proibição da venda de “armas de fogo”
em geral para a população serão uma minoria da classe dominante que organiza
exércitos paramilitares e os setores da classe média alta que usam as licenças
de “clubes de tiro” para atacar os pobres nas ruas das metrópoles e assim como
os grandes capitalistas que já contam com milícias privadas, através de
empresas de segurança.