sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

ESQUERDA REFORMISTA EM ÊXTASE COM DESEMPENHO DE LULA NO DATAFOLHA: CRETINISMO ELEITORAL PARA SUSTENTAR NOVO GOVERNO SERVIL AO CAPITAL É O ÚNICO HORIZONTE ESTRATÉGICO DO PT

Um dado da pesquisa DataFolha de ontem (16/12) com números que não se podem de fato comprovar e são manipulados pelos chamados institutos de pesquisa, chamou particularmente a atenção da esquerda reformista, sedenta de voltar a ocupar o Planalto pela via eleitoral, para levar adiante sua política de colaboração de classes. Não é o do aumento do desemprego ou mesmo a elevação do índice de reprovação do governo Bolsonaro, previsível diante do espetáculo diário de ataques as conquistas e direitos da classe trabalhadora. O dado mais relevante da pesquisa do ponto de vista político para a Frente Popular é o dos “arrependidos”, pessoas que votaram em Bolsonaro no segundo turno, mas não repetiriam o gesto se a eleição fosse hoje. Segundo a pesquisa Bolsonaro perdeu quase 40% dos eleitores que votaram nele no 2º turno de 2018 contra o candidato petista Fernando Haddad. A migração é explicada pela queda da aprovação do presidente. A empresa perguntou aos entrevistados em quem votariam caso o 2º turno da eleição presidencial de 2022 seja novamente entre Bolsonaro e o PT, dessa vez representado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os que votaram em Bolsonaro em 2018, 63% repetiriam o voto no próximo pleito. Lula ficaria com 26% dos antigos eleitores de Bolsonaro e 10% disseram que votariam branco ou nulo. Já 95% dos brasileiros que votaram no PT há 3 anos disseram que manterão a posição. 

A pesquisa também aponta que, em um eventual segundo turno nas eleições de 2022, Lula (PT) tem 59% das intenções de voto, contra 30% de Bolsonaro. Em outro cenário, Lula (PT) tem 57% e Moro (Podemos) 31%. Jair Bolsonaro (PL) mantém o pior índice de avaliação de seu mandato. É o mesmo percentual do levantamento anterior, feito em setembro: 53% consideram o governo ruim ou péssimo e 22%, ótimo ou bom.

Bastou a divulgação destes “elementos estatísticos” para o PT e seus apêndices políticos (PCO, PSOL e PCdoB) “abrirem a champanhe” para festejar o retorno à presidência da República em 2022. O cretinismo parlamentar de uma esquerda reformista que tem como seu único horizonte estratégico as eleições e a gestão burguesa do Estado capitalista parece não ter limites. 

A Frente Popular sabotou conscientemente a resistência direta dos trabalhadores e se alinhou a política de terror sanitário com a pandemia da Covid-19 agora convoca a população a “votar certo” em 2022....

Uma leitura completamente equivocada desses dados, desconectados da correlação de forças entre as classes sociais, leva a crer que o fim político de Bolsonaro é apenas uma questão de “contagem de tempo”, acelerado é claro pelas idiotices vocalizadas pelo fascista. Por esta lógica da Frente Popular, o melhor mesmo para o movimento operário é “esperar parado” o fim do governo e não apossar na radicalidade contra a ofensiva neoliberal em curso, ao contrário Lula costura uma chapa com Alckmin.

Para Lula a conjuntura exige a formação de uma “Frente Ampla” burguesa e sabotar a ação direta do proletariado derrotar o governo, a saída seria  uma aliança de classes sociais e com os partidos burgueses tradicionais, o que exigiria com nos seus governos anteriores em acordo com o “Centrão” e setores do tucanato para se postar como “alternativa democrática” a Bolsonaro ou mesmo Moro nas próximas eleições presidenciais de 2022. 

Seguindo essa orientação estratégica da Frente Popular o movimento de massas está condenado a colher as mais graves derrotas diante da reação capitalista e por consequência ficar paralisado e refém da própria decisão política da burguesia de até quando Bolsonaro será útil para finalizar toda a agenda neoliberal do imperialismo.