domingo, 5 de dezembro de 2021

CRÔNICA DE UMA CAPITULAÇÃO ANUNCIADA: POLO SOCIALISTA E REVOLUCIONÁRIO É UMA MANOBRA DISTRACIONISTA PARA ENCOBRIR QUE O PSTU JÁ DECIDIU VOTAR EM LULA (PT) NO 2º TURNO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL DE 2022 

O PSTU, partido que representa a LIT no Brasil, lançou recentemente o chamado a construir um “Polo Socialista e Revolucionário”. Essa articulação teve a adesão do MRT e alguns pequenos grupos regionais e de sindicalistas que orbitam em torno da CSP-Conlutas. O “polo” supostamente estaria a serviço de agrupar a esquerda classista que se opõe a política de colaboração de classes do PT e da Frente Popular. Desde a LBI declaramos que não integraremos essa articulação porque este chamado encabeçado pelo PSTU é um completo embuste político e não se coloca no terreno de uma iniciativa política de combate ao reformismo e de denúncia da farsa eleitoral da democracia burguesa! A própria luta de classe tem comprovado o que afirmamos tanto no terreno nacional como internacional. No Chile, o MIT (partido irmão do PSTU) acaba de lançar um chamado a votar em Gabriel Boric, o candidato da coalizão de centro-esquerda burguesa, em nome de “Derrotar Kast nas ruas e nas urnas!”, uma tática para supostamente enfrentar o “fascismo” no terreno eleitoral. Esta política vergonhosa da seção chilena da LIT está inspirada na orientação que o PSTU brasileiro adotou em 2018, com a defesa da linha “Contra Bolsonaro votamos 13”, no caso votaram em Haddad do PT no 2º turno da eleição presidencial, justamente quando o candidato petista agrupava amplos setores da burguesia em uma suposta “Frente Democrática contra o Fascismo”. A posição da LIT também antecipa a própria conduta que o PSTU e o tal “Polo Socialista e Revolucionário” irão adotar no Brasil na disputa presidencial de 2022: os Morenistas apoiarão o Lula e o PT no segundo turno em nome de derrotar Bolsonaro ou mesmo Moro nas urnas. 

Para justificar essa linha de colaboração de classes, o PSTU lançou o artigo “O PT, o PSOL e o debate sobre a Frente Ampla” escrito pelo dirigente Eduardo Almeida em que afirma: “Em meio a uma explosiva situação social, o PT e o PSOL se movimentam, fixados nas eleições de 2022. O PT se fortaleceu com a liberação de Lula, novamente viável como candidato a presidência. E está buscando costurar uma ‘Frente Ampla’, que inclua partidos tradicionais da burguesia... No campo do PSOL já está instalado um debate público sobre o tema. A maioria da direção defende o apoio a Lula já no primeiro turno”. O PSTU protocolarmente reclama dessa linha política de colaboração de classes, mas acaba votando no PT, como ocorreu no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, quando apoiou Haddad para “derrotar Bolsonaro”. Não por acaso o artigo afirma “Concordamos que é necessário derrotar Bolsonaro. É por isso que estamos na linha de frente da defesa de um movimento de massas para derrotá-lo através das mobilizações de massas. Polemizamos com o PT e a direção da CUT porque eles querem levar tudo para as eleições. Também achamos importante derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022, quando chegar a hora”. Em resumo, o PSTU avisa: podemos até lançar nossa candidatura testemunhal no 1º turno mas com toda a certeza vamos votar em Lula (PT) e na Frente Ampla burguesa quando chegar a hora, ou seja, no 2º turno da eleição presidencial de 2022!   

Para enganar tolos, Eduardo afirma: “O PSTU defende a mais ampla unidade de ação pela derrubada do governo Bolsonaro, já. E defenderemos, nas eleições de 2022, uma alternativa socialista, independente de todos os setores da burguesia. Nossa proposta é categoricamente distinta dessa ‘frente ampla’ do PT, PSOL e partidos da burguesia que está sendo montada”. Ele só não diz que essa linha deve ser adotada somente até o 1º turno, depois o PSTU vai fazer como o PSOL e os próprios Morenistas fizeram em 2018: vota no PT, no caso em Lula! 

Depois de pagar um preço alto pelo isolamento de não ter se oposto ao golpe parlamentar contra Dilma em 2016 (o que sem dúvida foi um erro político grave) o PSTU resolveu em 2018 “espiar seus pecados” e votou no PT, argumentando o perigo da “volta da ditadura militar” quando dizia que sequer existia “onda conservadora” no Brasil! 

O mais grave é que o PSTU resolveu apoiar Haddad em 2018 justamente quando o candidato do PT rebaixou ainda mais seu programa para agradar a burguesia, se comprometendo com a reforma da previdência e o ajuste neoliberal. Em 2022 vai fazer o mesmo com Lula e sua Frente Ampla com Alckmin e os golpistas!