domingo, 26 de dezembro de 2021

HÁ 30 ANOS GORBACHEV RENUNCIAVA A PRESIDÊNCIA DA URSS COLOCANDO UM FIM AO ESTADO OPERÁRIO SOVIÉTICO: A MAIOR DERROTA HISTÓRICA DO PROLETARIADO MUNDIAL

Doloroso para os Marxistas Leninistas escrever sobre os 30 anos do fim do Estado Operário Soviético, fundado por Lenin, Trotsky, Stalin entre uma plêiade de dirigentes do Partido Bolchevique. São muitos os antecedentes históricos que precederam esta verdadeira tragédia histórica para o proletariado mundial, ocorrida oficialmente em 25 de dezembro de 1991, com a renúncia de Mikael Gorbachev a presidência da URSS, ato contínuo marcado pela retirada do Palácio do Kremlin da bandeira comunista vermelha da foice e martelo. 

Para iniciar este rápido artigo podemos relacionar o fato ocorrido em 19 de agosto de 1991, um dia antes de Gorbachev e um grupo de dirigentes das Repúblicas Soviéticas assinarem o novo Tratado da União, estamos falando é claro do chamado “Golpe de Agosto”, quando um setor militar de “linha stalinista” denominado Comitê Estatal para o Estado de Emergência tentou tomar o poder para reverter a dissolução da URSS. Anunciou-se que Gorbachev estava doente e tinha sido afastado de seu posto como presidente da república. O então vice-presidente da União Soviética, Gennady Yanaiev, foi nomeado presidente interino. Porém golpe de Estado fracassou ao adotar métodos burocráticos e totalmente isolado da necessária mobilização da classe operária para defender suas conquistas revolucionárias.

Gorbachev, apoiado diretamente pelo imperialismo ianque e a burguesia nascente russa, regressou a Moscou, pelos braços do restauracionista Boris Yeltsin, mandando prender os responsáveis pelo Golpe, batizados de “Bando dos 8”. Indicado pela Casa Branca, o charlatão oportunista Boris Yeltsin, assume controle da empresa central de televisão e dos principais ministérios e organismos econômicos, ainda com Gorbachev formalmente no comando da URSS. A estrondosa derrota do “Golpe de Agosto” e o caos político e econômico que se seguiu agravou o separatismo regional e acabou levando à fragmentação do país. Em setembro as repúblicas bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia) declaram a independência em relação a Moscou. Em primeiro de dezembro, a Ucrânia proclamou sua independência por meio de um plebiscito. Entre outubro e dezembro onze (com as três repúblicas bálticas e a Ucrânia) das quinze repúblicas soviéticas declaram independência. Em 21 de dezembro, líderes da Federação Russa, Ucrânia e Bielorússia assinaram um documento onde era declarada extinta a União Soviética e no seu lugar era criada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Finalmente no dia de natal de 1991, em cerimônia transmitida por satélite para o mundo inteiro, Gorbachev que estava há seis anos na Secretaria Geral do PCUS, declara oficialmente o fim da URSS e renúncia a presidência do país.

O que afirmamos hoje, 30 anos após a destruição contrarrevolucionária da URSS, é que a torpe tentativa revisionista de apresentar a ideia de uma “vitória revolucionária” da classe operária com a extinção do Estado Operário é uma escandalosa fraude encomendada pelos ideólogos do capital financeiro. Converter derrotas históricas do proletariado mundial, como na dimensão colossal do fim da URSS, em vitórias ou “revoluções”, é um método próprio dos stalinistas e seus similares revisionistas do Trotskismo. Os que se alinharam com a OTAN, Yeltsin e o imperialismo europeu para festejar a destruição dos Estados operários, em nome de um suposto fim do stalinismo, não souberam honrar o legado teórico de Leon Trotsky, tampouco estão aptos a credenciarem-se junto à classe operária brasileira e internacional como sua “nova” direção revolucionária, já que não postularam a mais elementar condição de um revolucionário: A defesa das conquistas históricas da Revolução de Outubro!