“NATAL DE FEMINICÍDIOS”: TARAS DA BARBÁRIE CAPITALISTA AVANÇAM EM MEIO AO CONFINAMENTO SOCIAL DITADO PELO TERROR SANITÁRIO
Um “natal de feminicídios” deixou um rastro de sangue neste final de ano. Viviane Vieira do Amaral, de 45 anos, de Niterói (RJ), assassinada pelo ex-marido com 16 facadas na frente das 3 filhas pequenas, na véspera de Natal. Thalia Ferraz, 23, de Jaraguá do Sul (SC), foi morta a tiros pelo ex-companheiro na frente da família. Evelaine Aparecida Ricardo, 29, de Campo Largo (PR), baleada pelo namorado durante a ceia, não resistiu. Loni Priebe de Almeida, 74, de Ibarama (RS), morta com um tiro na cabeça pelo ex-companheiro. Anna Paula Porfírio dos Santos, 45, de Recife (PE), morta pelo marido na frente da filha de 12 anos. Aline Arns, 38, de Forquilhinha (SC) baleada pelo ex-companheiro na noite de natal. Estamos vendo as taras humanas e machistas avançarem em meio ao confinamento social ditado pelo terror sanitário. Todas as doenças psicológicas estão afluindo, tendo as mulheres como vítimas principais desse cerco que a humidade está sofrendo em função da pressão da OMS e dos interesses da Big Pharma. O remédio do “confinamento social” é muito pior do que a doença do Covid, além de diminuir a imunidade das pessoas e ainda aumentar a carga viral. O confinamento multiplicou os feminicídios, suicídios, a depressão, o vício em bebidas e drogas e, com ele, as overdoses, as mortes e assassinatos, enfim o avanço da barbárie social.
Desde que a pandemia de coronavírus começou, 497 mulheres
perderam suas vidas. Foi um feminicídio a cada nove horas entre março e agosto,
com uma média de três mortes por dia. São Paulo, com 79 casos, Minas Gerais,
com 64, e Bahia, com 49, foram os estados que registraram maior número absoluto
de casos no período. No total, os estados que fazem parte do levantamento
registraram redução de 6% no número de casos em comparação com o mesmo período
do ano passado. No primeiro semestre deste ano, os feminicídios aumentaram 2%
no país em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o 14º Anuário
Brasileiro de Segurança Pública. O isolamento social fez aumentar os delitos
cometidos dentro de casa, como agressões, abusos e assassinatos.
O confinamento e isolamento social, aliados à total omissão governamental nas políticas públicas destinadas a evitar, por exemplo, o desemprego em massa, assim como o colapso do SUS, contribuíram para um maior tensionamento das relações pessoais, o que tende a desencadear mais violência, denotando que o lar e o ambiente privado, não é um lugar seguro para mulheres e meninas em meio as relações sociais tensionadas não só pela exploração capitalista, mas catapultadas pela pandemia. Confinadas em casa, muitas desempregadas, mulheres e jovens passaram a ser alvo ainda mais fácil e constante de feminicídios.
Esse cenário de tensão psicológica abala as relações sociais e afetivas. O vírus do Covid se espalha como desconfiança em relação ao vizinho, ao colega de trabalho, a esposa, a namorada, ao sem teto que anda pelas ruas... Todos somos suspeitos e isso acaba com os laços da coesão social e entroniza o individualismo e agressividade. Instalado o medo como uma sensação na superfície e a desconfiança como uma atitude cotidiana, a biossegurança permanece como a nova narrativa dotada de significados que posicionam a morte no horizonte, caso não siga os protocolos da OMS, como a máscara e o isolamento social. Nada é mais eficaz do que explorar a veia da vulnerabilidade e fragilidade humanas, a fim de construir mecanismos de novo poder sanitário e controle social sobre as mentes de milhões de trabalhadores
O proletariado deve denunciar o terror sanitário como parte
das barbaridades próprias do capitalismo senil no contexto da pandemia de Covid
a ser liquidado pela ação consciente da classe trabalhadora, com independência
diante da burguesia e seus agentes, sejam de que sexo e cor forem. Os Revolucionários
defendem consignas democráticas pela igualdade de direitos entre os sexos, mas
não omitem a verdade para as trabalhadoras dizendo que terão seus sofrimentos
derivados da opressão e da exploração de classe solucionados dentro dos marcos
do capitalismo e menos ainda disseminam ilusões de que o aprimoramento do
aparato repressivo capitalista trará melhor sorte para elas.
Os Marxistas repudiam publicamente os agressores covardes sem
cair no apoio ao feminismo burguês de “mercado” que encobre as relações
capitalistas mercenárias e vazias que geram crimes desta natureza bárbara,
nesse brutal “bang-bang” que contagia cada vez mais as relações no interior da
reacionária classe média de nosso país. O movimento de massas já provou que
somente a ação direta dos povos poderá quebrar esta dinâmica necrológica
pandêmica, falta a construção de sua direção revolucionária para vencer o
avanço da barbárie!