segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

“NATAL DE FEMINICÍDIOS”: TARAS DA BARBÁRIE CAPITALISTA AVANÇAM EM MEIO AO CONFINAMENTO SOCIAL DITADO PELO TERROR SANITÁRIO 

Um “natal de feminicídios” deixou um rastro de sangue neste final de ano. Viviane Vieira do Amaral, de 45 anos, de Niterói (RJ), assassinada pelo ex-marido com 16 facadas na frente das 3 filhas pequenas, na véspera de Natal. Thalia Ferraz, 23, de Jaraguá do Sul (SC), foi morta a tiros pelo ex-companheiro na frente da família. Evelaine Aparecida Ricardo, 29, de Campo Largo (PR), baleada pelo namorado durante a ceia, não resistiu. Loni Priebe de Almeida, 74, de Ibarama (RS), morta com um tiro na cabeça pelo ex-companheiro. Anna Paula Porfírio dos Santos, 45, de Recife (PE), morta pelo marido na frente da filha de 12 anos. Aline Arns, 38, de Forquilhinha (SC) baleada pelo ex-companheiro na noite de natal. Estamos vendo as taras humanas e machistas avançarem em meio ao confinamento social ditado pelo terror sanitário. Todas as doenças psicológicas estão afluindo, tendo as mulheres como vítimas principais desse cerco que a humidade está sofrendo em função da pressão da OMS e dos interesses da Big Pharma. O remédio do “confinamento social” é muito pior do que a doença do Covid, além de diminuir a imunidade das pessoas e ainda aumentar a carga viral. O confinamento multiplicou os feminicídios, suicídios, a depressão, o vício em bebidas e drogas e, com ele, as overdoses, as mortes e assassinatos, enfim o avanço da barbárie social.

 

Desde que a pandemia de coronavírus começou, 497 mulheres perderam suas vidas. Foi um feminicídio a cada nove horas entre março e agosto, com uma média de três mortes por dia. São Paulo, com 79 casos, Minas Gerais, com 64, e Bahia, com 49, foram os estados que registraram maior número absoluto de casos no período. No total, os estados que fazem parte do levantamento registraram redução de 6% no número de casos em comparação com o mesmo período do ano passado. No primeiro semestre deste ano, os feminicídios aumentaram 2% no país em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O isolamento social fez aumentar os delitos cometidos dentro de casa, como agressões, abusos e assassinatos.

O confinamento e isolamento social, aliados à total omissão governamental nas políticas públicas destinadas a evitar, por exemplo, o desemprego em massa, assim como o colapso do SUS, contribuíram para um maior tensionamento das relações pessoais, o que tende a desencadear mais violência, denotando que o lar e o ambiente privado, não é um lugar seguro para mulheres e meninas em meio as relações sociais tensionadas não só pela exploração capitalista, mas catapultadas pela pandemia. Confinadas em casa, muitas desempregadas, mulheres e jovens passaram a ser alvo ainda mais fácil e constante de feminicídios.

Esse cenário de tensão psicológica abala as relações sociais e afetivas. O vírus do Covid se espalha como desconfiança em relação ao vizinho, ao colega de trabalho, a esposa, a namorada, ao sem teto que anda pelas ruas... Todos somos suspeitos e isso acaba com os laços da coesão social e entroniza o individualismo e agressividade. Instalado o medo como uma sensação na superfície e a desconfiança como uma atitude cotidiana, a biossegurança permanece como a nova narrativa dotada de significados que posicionam a morte no horizonte, caso não siga os protocolos da OMS, como a máscara e o isolamento social. Nada é mais eficaz do que explorar a veia da vulnerabilidade e fragilidade humanas, a fim de construir mecanismos de novo poder sanitário e controle social sobre as mentes de milhões de trabalhadores

O proletariado deve denunciar o terror sanitário como parte das barbaridades próprias do capitalismo senil no contexto da pandemia de Covid a ser liquidado pela ação consciente da classe trabalhadora, com independência diante da burguesia e seus agentes, sejam de que sexo e cor forem. Os Revolucionários defendem consignas democráticas pela igualdade de direitos entre os sexos, mas não omitem a verdade para as trabalhadoras dizendo que terão seus sofrimentos derivados da opressão e da exploração de classe solucionados dentro dos marcos do capitalismo e menos ainda disseminam ilusões de que o aprimoramento do aparato repressivo capitalista trará melhor sorte para elas.

Os Marxistas repudiam publicamente os agressores covardes sem cair no apoio ao feminismo burguês de “mercado” que encobre as relações capitalistas mercenárias e vazias que geram crimes desta natureza bárbara, nesse brutal “bang-bang” que contagia cada vez mais as relações no interior da reacionária classe média de nosso país. O movimento de massas já provou que somente a ação direta dos povos poderá quebrar esta dinâmica necrológica pandêmica, falta a construção de sua direção revolucionária para vencer o avanço da barbárie!