quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

ONDA DE GRANDES ASSALTOS NO BRASIL: LADRÕES PROFISSIONAIS ATERRORIZAM CIDADES E ROUBAM BANCOS... QUEM SÃO AS VERDADEIRAS QUADRILHAS BURGUESAS QUE TOMAM O DINHEIRO DO POVO À LUZ DO DIA E FINANCIAM AÇÕES CRIMINOSAS NA CALADA DA NOITE? 

Os dois assaltos espetaculares realizados em Criciúma (SC) e Cametá (PA) com métodos profissionais praticamente idênticos, usando armamento pesados, explosivos, bloqueando estradas e levando milhões de reais de bancos, demostram que estamos diante de ladrões experientes e organizados, financiados por quadrilhas burguesas que atuam na esfera legal e ilegal no país. Sabemos que por trás do chamado “crime organizado” e das facções com o PCC e o CV estão políticos, policiais e empresários “probos” que atuam na luz do dia e agem com métodos profissionais também na calada da noite, como milícias. Não por acaso, ninguém foi preso, ninguém sabe quem são. As milícias, as quadrilhas organizadas e as facções criminosas são elementos reacionários ligados entre si em uma relação de promiscuidade do Estado burguês com o narcotráfico e lavagem de dinheiro em grandes empreendimentos capitalistas, onde só os “operadores” pequenos acabam atrás das grades, pois são parceiros em inúmeros “negócios”, inclusive no financiamento de campanha de vários parlamentares, prefeitos, governadores... até mesmo de presidentes!

Há um padrão nos assaltos a bancos realizados desde maio, em Ourinhos. A começar pela escolha da cidade alvo: sempre média, com população entre 100 mil e 200 mil habitantes. Começou por Ourinhos, no interior de São Paulo, depois Botucatu. Ontem Criciúma e hoje Cametá, no Pará. Os ladrões também usam armas de grosso calibre e disparam muito para o alto. O objetivo parece ser o de gerar pavor e desestimular que as pessoas saiam de casa. A ação, em geral, começa com o terror na porta das guarnições policiais.

O assalto na madrugada de hoje demonstra que a quadrilha tem ramificação nacional. Quase 3.700 quilômetros separam Criciúma de Cametá, no Pará, por via terrestre. Não daria tempo da quadrilha deixar a cidade catarinense na madrugada de ontem e, doze horas depois, já estar no município paraense. A quadrilha poderia se deslocar de avião, seria necessário contar com aviões e pilotos, além de ter no mínimo a conivência das forças policiais, por isso a tendência é que as milícias que controlam o tráfico de drogas e os serviços à população pobre em grandes cidades, como se vê no Rio ou em São Paulo, estejam por trás da onde da grandes assaltos em curso no país.


Estas quadrilhas, milícias e até mesmo grupos de pára-militares tem relação direta com os figurões da burguesia que consomem cocaína de alta qualidade em abundância, importam carregamentos bélicos para alimentar o crime organizado e comandam sua distribuição em associação com os demais políticos burgueses e policiais que controlam o Estado e o aparelho de repressão (alfândega, monitoramento de fronteiras, entrada e saída de cargas em portos e aeroportos, etc.). 

Nesse cenário, a população pobre que é reprimida diariamente pela PM é vítima desse esquema mafioso em uma verdadeira manobra distracionista, já que os verdadeiros traficantes estão instalados nas “nobres” instituições da república!

Sabemos muito bem quem ordena os grandes roubos aos bancos e alimenta de "pasta de cocaína" as milícias criminosas que habitam as periferias urbanas: são elementos ligados as corporações capitalistas com íntima ligação com as oligarquias dominantes em cada região. No Rio de Janeiro todos sabem que o PROJAC da Globo é uma das principais referências no abastecimento da "cocaína pura e de primeira qualidade". Em Minas Gerais a "importação" da pasta da coca é operada diretamente pela camarilha tucana dos Neves e no Ceará o clã dos Ferreira Gomes além de principais consumidores tem o monopólio do comércio da droga, somente idiotas úteis acreditam que os "pé de chinelo" que habitam as periferias, favelas e morros sãos verdadeiramente os "barões do tráfico" no Brasil.

Diante de qualquer ameaça de hordas marginais fascistas, milícias, facções ou do recrudescimento institucional da violência estatal a título de “combater a criminalidade”, a classe operária deve responder com sua própria organização militar, materializada politicamente na criação de comitês de autodefesa diante da repressão e na intensificação da agitação de massas contra a barbárie capitalista. Esta plataforma separa como água e óleo os genuínos marxistas dos sociais democratas (assumidos ou não) que acreditam na reforma das instituições deste regime burguês e nesta democracia fraudada dos ricos.