PANDEMIA COM MANIFESTAÇÕES: A PEQUENA ALBÂNIA TAMBÉM ENTRA NA ROTA DOS MASSIVOS PROTESTOS QUE SACODEM TODA A EUROPA
Na sexta-feira (11/12) ocorreram novos confrontos entre manifestantes e a polícia nas ruas de Tirana, a capital albanesa do antigo Estado Operário, dirigido pelo lendário Enver Hoxha. A Albânia um pequeno país europeu colonizado pelo rentismo após a restauração capitalista, agora se soma aos massivos protestos que cruzam todo o continente contra o recrudescimento da repressão estatal no atual período pandêmico. As tensões têm aumentado nos últimos dias devido à morte de um jovem morto a tiros pela polícia durante o toque de recolher introduzido para supostamente combater a pandemia. Desafiando a proibição do confinamento social, as manifestações em Tirana reuniram milhares de pessoas que se reuniram em frente ao prédio principal do governo central, jogando pedras e latas de fumaça nos policiais, que responderam com gás lacrimogêneo e canhões de água.
Depois de serem expulsos do Ministério do Interior e do prédio do governo, pequenos grupos de manifestantes se retiraram para as ruas adjacentes, enquanto a polícia tentava dispersá-los. Os manifestantes protestavam contra a morte de Klodian Rasha, de 25 anos, morto por um policial na terça-feira durante o toque de recolher noturno introduzido sob o pretexto da pandemia. Segundo sua família, ele havia saído de casa para apenas comprar cigarros. De acordo com o Ministério da Saúde, oito policiais ficaram feridos, um deles gravemente, enquanto dois manifestantes foram internados no pronto-socorro do hospital de Tirana após os confrontos.
Tentando acalmar os ânimos dos manifestantes, o Primeiro Ministro prometeu: "Justiça será feita", referindo-se a um "episódio fatal imperdoável" que ele disse não refletir "o estado mental da polícia". O policial que atirou agiu de "maneira inexplicável e irracional", acrescentou. O suposto autor do tiro fatal foi preso. O Ministério do Interior abriu uma investigação para determinar as circunstâncias exatas do crime. Mas diante do acirramento da crise política, o ministro do Interior albanês renunciou na quinta-feira. Nas últimas semanas, o governo voltou a impor medidas restritivas contra o coronavírus, incluindo um toque de recolher noturno. A pandemia em nove meses de duração causou oficialmente 965 mortes neste país de 2,8 milhões de pessoas, o que contrasta abertamente com as medidas draconianas de isolamento social e repressão policial, exigidos pela cúpula da União Europeia.
